Capítulo 10

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[Não revisado]
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-- Quando uma pessoa sofre um acidente, sua primeira reação é fechar os olhos. -- O médico começou a explicação de forma mansa. -- Ela provavelmente fez isso no acidente. O cérebro de Lexa reteve essa informação, então quando o corpo dela acha que ela está em perigo, ele automaticamente faz seus olhos tremerem daquela forma.

-- Mas isso não pode se tornar nada perigoso? -- Clarke perguntou temerosa.

-- Não, é apenas uma espécie de pequena sequela. -- Ele respondeu. -- Afeta sua área emocional, então é bem provável que quando ela se sinta envergonhada, com medo, raiva, enciumada ou fora de sua zona de conforto, isso aconteça.

-- Oh, graças a Deus. -- Clarke disse mais aliviada.

-- Às vezes pode ser que isso não aconteça, mas provavelmente vai acontecer com bastante frequência. -- Ele disse. -- Não apresenta nenhum perigo para a saúde, ela só vai precisar aprender a lidar com isso.

-- Certo. Muito, muito obrigada Doutor. De verdade. Eu nem dormi de preocupação. -- Clarke disse cruzando os braços, afinal estava um pouco frio aquela hora da madrugada.

-- Você realmente se preocupa com ela, hm? -- Ele disse sorrindo de forma terna e Clarke assentiu.

-- Sim. Ela é especial. -- Clarke respondeu.

-- Tudo bem, senhorita. Agora vá descansar, amanhã vocês terão um longo dia. -- Clarke assentiu e desejou um boa noite para o médico antes de entrar e fechar a porta.

-- Me conta uma história? -- Lexa perguntou bocejando assim que viu a menor e Clarke assentiu, pegando sua blusa de moletom e a colocando, pois estava frio. A menor, ao ver Lexa dar leves batidas na cama indicando que ela deveria voltar para lá, subiu na cama e sentiu Lexa se aconchegar no calor de seu corpo.

-- Frio? -- Clarke perguntou ao ver os pelinhos de seu braço eriçados e Lexa assentiu. Na mesma hora Clarke retirou o moletom que havia acabado de vestir e colocou em Lexa, voltando a se deitar e sentir Lexa se acomodar em seu corpo novamente. -- Melhorou?

-- Sim. -- Lexa disse baixinho. Clarke assentiu e começou a acariciar as costas de Lexa, iniciando outra história. Em poucos minutos Lexa já dormia. Clarke suspirou e se permitiu olhar para ela. A garota era tão linda, tão doce; de forma alguma merecia ter perdido tanto tempo de vida.

A menor dormiu algum tempo depois, sentindo a respiração quentinha e ritmada de Lexa tocar a pele de seu pescoço.

[...]

-- Clarke? -- A voz de Becca fez Clarke abrir os olhos lentamente, apenas para ver o sorriso da mulher. Seus olhos analisaram o próprio corpo: Estava enganchado ao de Lexa. A maior tinha uma perna entre as de Clarke e seu rosto estava afundado em seu pescoço. Um braço de Lexa abraçava Clarke possessivamente enquanto os de Clarke se mantinham, um sobre as costas da maior e o outro em sua cintura.

-- Bom dia, dona Becca. -- Ela disse se espreguiçando. -- Que horas são?

-- Bom dia, querida. São oito da manhã. -- Ela respondeu gentilmente, enquanto Clarke se esquivava vagarosamente de Lexa para não acordá-la.

-- O doutor me disse o que houve pela noite. Você não deve ter dormido nada.

-- Não se preocupe comigo. -- Clarke replicou. -- O importante é que ela está bem.

-- Sim. Ela deu muito trabalho?

-- De forma, alguma. Lexa é um amor. -- Respondeu sinceramente. --Eu vou dar uma passada em casa apenas para pegar um uniforme limpo e comer algo. Uma da tarde passo aqui para irmos juntas para a fisio, tudo bem?

-- Claro. Obrigada por ter cuidado dela para mim, de verdade. Eu não tenho o apoio de ninguém e isso... -- Becca disse, limpando a garganta antes de prosseguir. -- Definitivamente, significa mais do que imagina para mim.

-- Não me agradeça. -- Clarke respondeu. -- Dormiu bem? Se alimentou direito? -- Becca riu e assentiu.

-- Oh, criança, você cuida melhor dos outros do que de si própria. -- A mulher disse docemente. -- Um anjo que nem você precisa se cuidar também.

-- Me cuidarei, não se preocupe. -- Ela disse, olhando para Lexa antes de se inclinar e depositar um delicado beijo em seu rosto, parando por alguns segundos para acariciar seu rosto. -- Diga a ela que não demorarei, caso ela pergunte.

-- Direi. -- Becca respondeu em um meio sorriso.

-- Obrigada. Até mais tarde. -- Clarke disse, se atrevendo a deixar um beijo sobre a pele da testa da mãe de Lexa antes de pegar sua bolsa.

-- Está frio lá fora, não trouxe blusa? -- Becca perguntou confusa ao ver os braços desnudos de Clarke.

-- Trouxe, mas ela está sendo bem usada neste momento. -- Clarke respondeu, sorrindo e deixando a sala.

Becca franziu o cenho, mas quando olhou para sua filha, sorriu. O moletom branco da garota estava em Lexa. Definitivamente um anjo, pensou Becca.

[...]

-- Por onde esteve, doida? -- Jasper perguntou ao ver Clarke se jogar no sofá.

-- E aí, doido. -- Saudou da forma que tratava seus dois melhores amigos. -- No hospital com Lexa.

-- Quem é Lexa?

-- Raven não te contou sobre a menina do coma? Temos um milagre? -- Perguntou rindo, sentindo suas pernas serem levantadas unicamente para ele se sentar ali e colocar suas pernas sobre seu colo.

-- Então é verdade mesmo? -- Ele perguntou surpreso. -- Pensei que ela estava brincando. Quer uma cerveja?

-- Não posso beber hoje. Já já tenho que ir para o hospital para as aulas práticas.

-- À noite a gente bebe, então? Amanhã é sábado. Você não terá aulas práticas.

-- Com certeza à noite beberemos. -- Ela respondeu.

-- Oh, quase me esqueci. Niylah vem esta noite. -- Ele disse, vendo Clarke bufar.

-- Pensando bem, deixa para bebermos amanhã, estarei cansada demais esta noite.

-- Você está mesmo fugindo de sexo?

-- Não. Estou fugindo da Niylah. -- Respondeu rindo.

-- Ela é gostosa e quer ficar contigo, não te entendo. Você precisa transar sabia? Não dá para viver para sempre se satisfazendo apenas com sua mão.

-- Na verdade dá. -- Clarke respondeu, vendo seu amigo lhe olhar sem reação. -- Ela disse que me ama ontem. -- Clarke confessou, vendo seu amigo arregalar os olhos.

-- O poder Clarke Griffin. -- Ele disse rindo. -- Quem manda ser gostosa. A mina gamou.

-- Estou falando sério, Jasper. Você sabe que ela é a ex do Monty. Eu jamais olharia para ela com outros olhos.

-- O Monty é trouxa, não conta. Transa com ela para ver qual é a sensação...

-- Você sabe que não transo só por transar.

-- Por isso está solteira e tendo que usar a mão para alívio pessoal. -- Ele zombou, levando um tapa no braço.

-- Melhor do que transar com várias garotas diferentes e no final da noite não ter a quem abraçar. -- Retrucou.

-- Você, por acaso, dormiu abraçada com alguém essa noite? Eu acho que não, então estamos quites.

Ele disse com um sorriso vitorioso no rosto, mas, ao ver um sorrisinho bobo nascer nos lábios de Clarke, franziu o cenho. Clarke parecia que havia viajado para outro lugar, pois negou com a cabeça, como se tivesse espantado algum pensamento.

-- Que cara foi essa, Clarke? -- Ele perguntou desconfiado.

-- Nada, Jasper. Vou tomar um banho. -- Ela avisou, se levantando rapidamente e correndo, sabendo que seu amigo correria atrás dela. Se trancou no banheiro antes de ser alcançada, fazendo Jasper ficar confuso.
Por que caralhos ela havia sorrido daquela forma?
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💭

Em um piscar de olhos - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora