all these years

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— Candy? — Perguntou assustada. — Por que trouxe ele? E a Adelaide?

— Eu passei na sua casa para te buscar, mas aí eu lembrei que estaria aqui, então aproveitei que Candy estava lá e o trouxe, acho que vai ser bom pra ele e eu pedi para Adelaide ir embora. — Nesse momento você poderia explodir de raiva, mas se lembrou que Jane estava fazendo um favor enorme. — E aí? Como foi na reunião? — Deu a partida no carro.

— Foi... Meh. — Fez uma expressão de nojo.

Meh?

— Eles querem que me colocar numa relação promocional, onde eu e o garoto que eles escolheram iremos fingir um namoro e, consequentemente, ele vai assumir o Candy. Eu não acho isso certo, mas o você-sabe-quem não vai ser solto tão cedo. — Falou cruzando os braços e se arrumando no banco, estava desconfortável. — Eles não querem que o Candy saiba quem é o pai dele, mas eu acho que vou levá-lo para conhecer ele hoje.

— Por que você não sai dessa gravadora?

— Para ir pra uma pior? Nem pensar! Sem contar que meu contrato está longe de ser renovado e... Se eu sair tão cedo eu perco tudo, todas as minhas compras estão no nome da gravadora, se eu simplesmente sair, vou ter que pagar tudo e ficarei com uma dívida enorme.

Jane não falou nada por não saber o que dizer, ela não sabia como funcionavam as indústrias musicais, nunca fez parte de uma e agradece profundamente por não ter talento algum. Você estava no banco do passageiro, pensando no quão conturbada sua vida ficou, ela nunca foi perfeita, mas não tinha motivos para não ser.

— E o cara? Você já sabe quem é ele? — Parou o carro por conta do sinal vermelho. Por sorte, Candy estava distraído com a paisagem correndo, então não se preocupou em ouvir a conversa de "adultos".

— Não. E nem quero, me sinto totalmente usada. — Sentiu uma ânsia de vômito embrulhar seu estômago.

— Não queria falar nada, mas você está.

— Eu só quero que esse contrato acabe logo, eu só fiz isso por Candy. E se o cara não gostar de crianças e for um péssimo "pai"?

— E se eles pegarem um cara que apresenta programa infantil? — Tentou ser otimista.

— Não muda nada, ele pode ser um babaca por trás das câmeras. Eu estou tão ferrada. — Disse e tampou o próprio rosto com as mãos, abafando suas palavras.

Ficaram em silêncio durante o caminho todo, só esperando que chegassem ao local em questão. Candy já estava cochilando no banco de trás, nada o fazia acordar, Jane estava vidrada no trânsito e Você estava rodeada de péssimos pensamentos de como seria sua vida daqui pra frente após esse contrato. Ainda estavam na cidade, faltava muito para chegarem ao presídio.

— A gente já chegou? — Candy perguntou enquanto coçava o olho.

— Não, docinho, falta pouco. — Jane o respondeu animada.

— 'Pra onde a gente vai mesmo? — Perguntou e se esticou para frente.

— Não sei se você vai. — Deu ênfase no "você". — Mas qalquer coisa, eu volto pra te buscar.

Candy não entendeu a resposta de sua mãe, mas também não perguntou mais nada. Voltou ao seu lugar e encostou-se na porta, observando a paisagem passar.

O que iria dizer quando o visse? Qual seria a reação dele ao ver você? Embora ele estivesse com vontade de vê-la, você estava assustada com tudo isso.

Depois de um bom tempo, o carro estacionou e Você sentiu que seu coração ia à mil.

— Chegamos... — Jane murmurou.

✔| 𝓘𝐍𝐒𝐈𝐃𝐄 𝐎𝐔𝐓 ‹𝟹 sally faceOnde histórias criam vida. Descubra agora