Capítulo Três : Os Pecados do Pai

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Oito anos após a morte do segundo príncipe, naquele momento as portas do palácio se abriram com certa urgência por um jovem nobre de uma família arruinada, que buscava, sem hesitação, a honra de limpar o nome de sua casa, manchada pelo ganancioso e traidor pai, Sthefan Drakke. Ainda em trajes de batalha, o jovem forte de compridos cabelos cor de bronze, trançados em desalinho, carregava um saco de batatas encharcado com o que parecia ser sangue, curvou-se rudemente diante de sua majestade, suas sobrancelhas expressas davam a ele um olhar penetrante e ameaçador, apesar de nobre, o Sir era visto pelos demais, como um homem grande e selvagem.

Sir Maximus Drakke, o tal nobre, havia batalhado na guerra do norte a fim de trazer honra a sua casa, um grande feito, ao decepar a cabeça do antigo rei do reino de Nord Galês, o reino que há anos era inimigo do Imperador, fazendo com que o Império de Etólia conquistasse mais um território. Na corte real, sentado em seu trono, com uma aparência doente e cansada, estava Leopold, também conhecido como o rei sangrento. Desde a morte de seus herdeiros e o massacre do corcel negro, o homem tem aumentado o número de mortos de seu reino a cada surto que sua mente confusa lhe pregava. Sir Drakke ajoelhado como um cavalheiro, colocou o punho em seu peito e falou em uma voz branda que não combinava com sua aparência.

— Salve o rei sol! Disse Drakke, e mesmo que fosse um costume da realeza a saudação, o próprio rei apenas balançou as mãos, indicando que estava impaciente.

— O que faz aqui? Não me faça perder tempo, mostre-me a cabeça daquele velho gordo.

O que ninguém esperava, muito menos o próprio Drakke, era que o rei ainda sentia rancor da família Drakke, apesar da traição de seu pai contra a coroa dez anos antes. Maximus esperava que o rei visse nele o oposto do antigo Duque Drakke. O rei Leopold, agora um homem amargurado e louco, havia prometido a mão de uma de suas netas em casamento cujo homem trouxesse a cabeça do rei de Nord Galês, a fim de escolher um sucessor para seu trono, seus herdeiros, misteriosamente para muitos e tragicamente para outros, morreram sem deixar herdeiros homens e agora restaram apenas suas netas, para prover um herdeiro de sangue Braganzah.

No entanto, o rei não gostava especificamente do lorde Drakke, não pela odiosa traição de seu pai, mas porque simplesmente o rapaz lembrava seu terceiro filho, além da aparência uma pequena diferença dos olhos escuros e da cabeleira bronze do jovem Drakke, mas a força das palavras, a rebeldia e o senso inabalável de determinação que o faziam um ótimo herdeiro se fosse seu filho, e um poderoso inimigo se algum dia a ideia de se tornar um usurpador o ameaçasse, Drakke era o tipo de homem que conseguia fazer seguidores, com palavras certas e atitudes nobres e ousadia.

Drakke então jogou a cabeça do rei morto aos pés de sua majestade, seus sentimentos estavam a mil, não somente por finalmente limpar o nome da família, mas agora poderá introduzir as irmãs na sociedade sem que sejam maltratadas e ridicularizadas, além de recuperar seu ducado e suas riquezas, não precisará mais colocar sua família às margens da sociedade e é claro, poderia finalmente desposar da princesa Elizabeth, a mulher mais linda do reino.

— Vossa Majestade, nenhum homem chegou a conseguir este feito, peço humildemente que lembre de sua promessa e aceite-me como marido da princesa Elizabeth.

De fato, era bastante presunçoso de sua parte, mostrar seu favoritismo pela segunda princesa, já que a primeira princesa Thyri demonstra insatisfação a qualquer menção a palavras do matrimônio, além de ter se tornado muito diferente fisicamente de qualquer afeição que um homem possa ter pelo corpo feminino e por última, Thyri era uma amiga de guerra, lutaram juntos na batalha, as alianças que a espada uniu iam para rumos diferentes. O rapaz estava vermelho, bastante convencido de que dessa vez iria conseguir o que ele tanto almejava, pois nutria, em segredo, um sentimento por Elizabeth quando a vira uma única vez, enquanto a garota visitava o centro de treinamento de cavaleiros. Mas a gargalhada do rei insano foi ouvida, o deixando ficar com um frio na espinha.

A Guerra dos Arcanjos e a Princesa dos DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora