A Guerra dos Arcanjos e a Princesa dos Demônios

Capítulo Sete :Os Ventos da Tormenta

Enquanto Gwen e Flora davam risadas com a expressão que a serviçal lhe mostrava, Drakke e Grannus eram solicitados a se encontrar com Vossa Majestade e, dado as circunstâncias atuais, ambos tinham um mau pressentimento quanto a esse repentino convite. Após os dois meses desde o casamento, Drakke já conseguia separar seu ódio entre o rei e a antipatia por sua esposa, mesmo que ela ainda o irritasse com aquela gentileza e gratidão exageradas, mas ainda, sim, vê-lá o fazia sentir coisas nas quais ele não queria, e acabava por descontar suas frustrações na garota.

Após ser humilhado pelo rei, ao obrigá-lo a se casar com a princesa Gwendolyn, Sir Drakke já sabia que não seria bem aceito pelos nobres de casta alta, assim como nunca foi desde a traição, mas esperava que os comerciantes que ansiavam por um título, o apoia-se, podendo casar suas irmãs com grandes comerciantes de fortunas tão extensas que até a realeza pedia emprestado, no entanto, o que ninguém, nem Grannus entendia, era que Drakke não almejava o trono, mas se queria derrubar o rei, precisava que alguns comerciantes e seus apoios, poucos eram aqueles que se atreviam, o que fez ele entender que precisava decidir, já que os filhos do rei não estavam mais vivos e suas netas, nenhuma poderia ser rainha se o rei não declarar quem será seu herdeiro, apesar de ser possível declarar uma mulher ao trono, a vontade de vossa majestade era um herdeiro HOMEM, e pelo que Grannus havia percebido, sua majestade estava desesperado em conceber um herdeiro homem, o mais rápido possível, o que demonstrava a fraqueza da realeza, e a especulação de que o rei Leopold não estava muito bem de saúde como gostaria de demonstra, o colocava em uma posição perigosa, como o rei não podia produzir seus próprios herdeiros e a cobiça pelo trono era inevitável para muitos e pela ordem de hierarquia, quem casasse com a neta mais velha, e tivesse um herdeiro homem poderia governar até seu próprio herdeiro assumisse.

— Lembre-se, mesmo que pense de forma desfavorável, não irrite o rei. Murmurou Grannus em seu ouvido, antes que as portas do palácio abrissem. Maximus Drakke olhou para seu melhor amigo e escudeiro e perguntou-se o que poderia fazer para fechar a boca de Myllus naqueles momentos cruciais.

De imediato a primeira visão de Drakke não fora sua excelência e sim a princesa Elizabeth, em um luxuoso vestido roxo que combinavam com os olhos verdes tão raros, o sorriso de lábios finos e o rosto oval tão charmoso, dava um ar de inocência sensual, o colo exposto era um centímetro acima do que era considerado vulgar, os cabelos pretos presos em um coque com fios soltos realçando um ar angelical, agora, Drakke conseguia entender que aquilo era proposital, pois Elizabeth era parecida com uma aranha que atraia as pessoas para sua teia mortal. Ele só teve conhecimento disso, após a venda da luxúria ter sido tirada de seus olhos.

O que o incomodava era quem havia puxado essa venda, ele se sentia um tolo por cair nos encantos da segunda princesa e mais tolo ainda por comparar a beleza de Gwen e Elizabeth.

— Ora, parece que aquele fardo serviu pelo menos para uma boa esposa. Disse o rei Leopold ao ver o semblante do atual barão.Drakke esforçou-se para ficar calado e não responder à provocação do rei, que arrancou uma risadinha de Elizabeth. — O que achas, minha pequena Lizzie, o Sir Drakke não parece um pouco mais feliz?

A menina, cinco anos mais velha que Gwendolyn, filha do primeiro filho do rei, o príncipe Alistair, irmã mais nova de Thyri, observou Sir Drakke com uma expressão de inocência fingida, que agora causava repulsa ao barão, além de manter-se alerta a seus pequenos gestos nada inocentes.

— Eu não teria como saber, meu avô, perdoe-me minha ignorância. Disse ela em uma voz melodiosa na qual enganaria qualquer tolo que caísse em suas garras. Poderia ser apenas coisa da cabeça do barão, mas parecia que Elizabeth sabia exatamente do que o rei falava, enquanto olhava sugestivamente para um dos guardas reais que suava visivelmente.