Capítulo Um : O Primeiro Príncipe

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No meio daquela batalha entre cavaleiros nobres, estava o primogênito da família real, Alistair Braganzah, filho do rei Leonard Braganzah e a primeira rainha Petra, o primeiro na linha de sucessão ao trono, um homem forte, temido, mas, ao mesmo tempo, um homem de fácil manipulação, seu ego, e seu temperamento ruim, o deixaram com a fama de ser um homem obtuso e barulhento, além de um completo boêmio, mesmo que fosse casado e com duas filhas a beira de debutar na sociedade, Alistair não se permitia descansar enquanto não fosse rei, mesmo que fosse o primogênito, o rei Leopold ainda não havia nomeado um herdeiro ao trono, e apesar de Alexander ter sido o favorito durante anos, após sua execução, Alistair estava bastante animado, afinal seu irmão do meio não tinha nenhum interesse em ser rei, a não ser ficar o dia todo rezando ou com a face em um livro sagrado.

— Papai, vença por mim. Disse a princesa e segunda filha de Alistair, Elizabeth, que com pouca idade já era considerada por muitos a beldade da coroa, diferente da primogênita que tinha mais afinidade com a espada do que as artes da sedução, além de não ter beleza alguma.

— É claro que irei vencer, Lizzy, não fale bobagens. Disse Alistair e olhou diretamente para seu pai, o velho estava cada dia mais decrépito, após a morte de Alexander e Hanna, o rei casou-se com uma jovem de 15 anos, filha do barão de Livingston, e mesmo que não tivesse saúde para fazer nada com a menina, se recusava a escolher um herdeiro.—Dedico minha vitória ao senhor, meu pai, que minha vitória seja digna de seu reconhecimento.

O velho homem alisou a enorme barba branca e olhou para o filho com um olhar que beirava o desprezo, nada disse, apenas acenou com a mão, deixando todos os presentes tensos e o primeiro príncipe com seu ego ferido. Naquele momento, a arena de guerra estava lotada de súditos e nobres, todos ali para ver o incrível general Alistair o Leão Dourado derrotar o jovem cavaleiro sem nome e franzino Saul Byron em uma competição de cavalaria, o homem rosnou baixo e direcionou sua raiva e frustração para quem ele podia derrubar.

Mesmo sendo seu pai, o primeiro príncipe já teria ele mesmo cortado a garganta do velho e tomado seu reino à força, além de dar uma boa trepada com a jovem esposa. Alistair estava disposto a inundar o trono de sangue se isso o tornasse rei. Entretanto, até então, o que o fazia ficar quieto, era simplesmente o fato de Alexander e Jaime terem se unido e acabado com sua usurpação, além de não ser favorito entre os nobres, antes mesmo que de fato levantasse sua espada, reforçando as defesas do rei e deixando seu próprio pai desconfiado, se não fossem as netas que o velho tanto gostava, ele teria expulsado-os para os confins do mundo.

— Majestade, vosso pai exige que termine a competição de forma rápida, temo que esteja indisposto a esperar mais. Murmurou o cavalariço que o acompanhava, o jovem entregou o escudo e a lança.

— Claro que este puto nas calças quer... guarde minhas palavras, Henrique, sei que é apenas um bastardo sem casa...

— Tenho casa, senhor...

O príncipe ignorou prontamente o rapaz, pegou os dois lados das vestes do jovem e aproximou o rosto do cavalariço, que quase vomitou com o cheiro de bebida e algo mais azedo que vinha do hálito do primeiro príncipe.

— Guarde minhas palavras, hoje sairei vitorioso e meu pai será obrigado a reconhecer minha honra. Hoje serei Alistair o Leão Dourado, o homem que arranca cabeça de selvagens da ilha Zanzi e trepa com dríades da floresta, não esqueça disto quando os bardos cantam minha canção.

Após sacudir animadamente o jovem cavalariço, Alistair montou em seu cavalo e pegou sua lança. Sua égua negra parecia agitada e furiosa, o homem chutou a barriga da égua com violência a fim de domar o animal. A égua relinchou em protesto, mas aquietou-se.

— Animal idiota, eu devia mandar queimar você viva, igual fiz com o outro. Disse o homem alto, barulhentamente, pegou o litro de hidromel de Kae Mordon e bebeu o licor que queimou em sua garganta e o deixou um tanto zonzo.

A Guerra dos Arcanjos e a Princesa dos DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora