A mansão de cor cinza tinha dois andares, o jardim que a cercava é com certeza minha melhor memória. Com flores de variadas espécies e cores, me vejo novamente com quatro anos correndo de Oliver durante uma brincadeira de pega-pega, e quase posso ouvir a voz de minha mãe me gritar para não sujar o vestido novo florido que meu pai havia trazido para mim depois de mais umas de suas viagens.
Assim que saio de dentro do carro posso sentir o cheiro que há tempos havia me esquecido.O cheiro de casa.
A porta da mansão é aberta e por ela sai uma mulher que aparenta ter seu quarenta anos, vestida em um vestido vermelho karmin colado a seu corpo na medida certa para não ser vulgar.
Lana maltês
Com certeza a mulher mais elegante que eu conheço. E minha mãe. Ela vem até mim em passo firmes. Um discreto sorriso adorna suas faces.
- Demoraram. - não há um "bem vinda de volta" ou "senti saudades". Ela jamais demonstrou o mínimo de afeto por mim, sempre tentou me educar para ser uma dama e apenas. Sem amor ou compaixão, uma dama educada e elegante. E mesmo que ela não diga em voz alta, gélida..
- Tivemos um imprevisto - Oliver se dirigi a ela, e me impressiona sua frieza - Mas não precisa se preocupar, já o resolvi.
Lana se prepara para responder, mas antes que o faça, a voz que tanto senti falta se manifesta animada.
- Luna, minha filha!!! - sou abraçada por meu pai de forma calorosa. - Como senti sua falta!. me desculpe por não visitá-la com mais frequência. Fiquei tão ocupado com os negócios que mal me sobrou tempo para família. - Ele está mais velho do que a última vez que o vi, parece cansado.
- Eu entendo não precisa se preocupa, também senti sua falta pai. - sorrio satisfeita retribuindo seu abraço.
....
A mesa era grande demais para apenas quatro pessoas. A cozinheira com certeza foi informada sobre minhas alergias. Em meu prato uma comida estranha a meu ver. Sei que foi ideia de minha mão só por parecer realmente saudável.
- Estou tão feliz que meus filhos estão de volta. - meu pai fala com um sorriso no rosto. Não consigo expressar em palavras a saudade que eu estava dele. - Não concorda Lana?
A mesma me olha intensamente antes de responder sem tirar os olhos de mim. Seus olhos quase tão sem sentimentos quando o do senhor Shelby.
- Claro... - seu tom é gélido como de costume - Oliver realmente fez falta.
O sorriso que meu pai tinha no rosto morre ao ouvir a resposta de minha mãe. Agora o mesmo tinha uma expressão seria ao nós fala enquanto encarava Lana.
- Oliver, leve sua irmã para o quarto preciso ter uma conversa com sua mãe.
- Claro. - Oliver me puxa delicadamente escada acima até que eu não possa mais ouvir o que vem da mesa do jantar.
....
- Não leve a sério o que mamãe diz, sabe como ela é....
Estamos em meu quarto, Oliver sentado em uma poltrona de cor azul perto da janela que tinha uma bela vista do jardim, eu não poderia estar mais satisfeita com meu quarto, Principalmente com a cama de dossel.
- Não precisa se preocupar. - suspiro - Eu acho que já me acostumei a esse jeito dela.
Oliver não me parece convencido, mas não me contesta.
- Mas mudando de assunto. E Mira, quando chega? - pergunto descontraída.
Miranda maltês, trinta e um anos. De olhos tão azuis, que é capaz de hipnotizar qualquer homem que ela queira. Minha tia, por parte de pai. Foi para Itália por motivos até hoje desconhecidos por mim.
- Daqui a dois dias, infelizmente... - suspira chateado.
- Oliver! - o repreendo - Não fale assim, ela é nossa tia...
- isso não a torna menos insuportável! - meu irmão fala como se fosse óbvio. A mulher tinha um hábito muito irritante de se meter na vida dos outros.
Miranda só foi me visitar duas vezes no colégio
E nessas duas vezes pude observar o quão espirituosa ela é. De vestidos extravagantes e lábios pintados de vermelho. Miranda flerta com qualquer homem que ela conheça. Dos mais novos aos mais velhos. Não importa quem seja, ela apenas tenta o conquista de todas as formas e não desiste até conseguir. Chegou a destruir casamentos por se envolver com o noivo deforma mais íntima do que deveria apenas por aventura.
- Ela vai ficar aqui? - já a imagino se metendo na vida de Oliver de maneira incessante.- Sim. - fala simples, mas logo um sorriso divertido toma sua face. - Mamãe está a ponto de enlouquecer. Não a quer aqui de jeito nenhum. Teme ficar mal falada por causa dos boatos que Miranda causa em qualquer lugar.
- Mas papai não vai deixá-la em qualquer lugar não é? - meu pai nunca faria isso.
- Não. Papai a ama. Afinal, ela é sua irmã, - sorri novamente - Mamãe vai ter que suporta-la...
Acabo sorrindo de seu sorriso cínico.
- Mas já está tarde. Vá dormir. - Oliver diz se levantando e vindo até mim para né deixar um selar cálido na testa. - Amanhã eu e papai vamos levá-la para cavalgar.
- Cavalgar? - animo-me rapidamente com a informação.
- Sim. Não lhe contei? - balanço minha cabeça de forma negativa - Papai agora tem cavalos.
- Sério? - lembro-me de pedir por um um pouco antes de ser levada ao colégio.
- Sim. Mas agora durma. Amanhã conversamos melhor sobre isso. - O mesmo vai até a porta. - Boa noite Luna.
- Boa noite Oliver. - O mesmo fecha a porta e ouço seus passos se afastarem.
Não consigo dormir de imediato. Minha cabeça pesa de pensamentos variados, que vão da conversa que meu pai teria tido com minha mãe a os novos negócios de minha família. Estar de volta a minha casa desencadeava sensações estranhas. Como será que estavam as coisas no colégio? Provavelmente estavam todas na cama. Algumas talvez estejam em um grupinho seleto que se reuniam para discutir planos mirabolantes e falar mau das responsáveis.
Deveria se passar de meia noite quando finalmente consigo dormir.
Meus sonhos agitado e confusos.
Há um cavalo preto cavalgando por um campo aberto. O céu era de um azul límpido, de forma que não se via em birmingham. Há alguém encima do cavalo. É uma mulher. Sua roupa me parece estranha. Seus cabelos voam junto ao vento. Não posso ver seu rosto. Ela está de costas para mim.
Tudo desaparece bruscamente quando grandes olhos azuis surgem. Não há nada além do azul. Olhos expressivos que me hipnotizavam. Apenas o azul.
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THOMAS SHELBY
Fanfiction- O quê acha de pintarmos de verde? - peço sua opinião apenas para que ele se sinta participativo. Eu vou decidir no final. - Verde combina com você. - responde soltando a fumaça de forma descontraída. Gosto de vê-lo tão calmo. Sem todo o mundo desa...