2. Two

420 38 2
                                    







    - Estamos chegando? - estávamos a horas dentro daquele carro, só queria poder sair para pelo menos alongar as pernas.


- É alí na frente - Oliver aponta para um estabelecimento que provavelmente é um bar.


- Onde estamos? - aqui não era um bairro de luxo, com certeza não era...



  Algumas crianças corriam descalças pela rua e  alguns homens andavam a cavalo em seu ternos mal feitos. Mulheres passavam com sacolas de compras, trouxas de roupas e crianças pequenas no colo. Expressões cansadas e tristes tomavam conta dos rostos dos residentes. Algumas pessoas pareciam miseráveis...



- Tem certeza que é aqui? - Oliver poderia ter errado o caminho.


- Claro, porquê? - parece ter certeza do que fala.



- Acredito que não é um lugar onde um homem rico viveria... - homens que são donos de um tanto abundante de dinheiro normalmente fazem questão de exibir isso ao máximo. Morar em um subúrbio não é uma forma de fazer isso.



- Não tenha preconceitos luna. - me repreende.



- Não é preconceito, só é estranho. Se ele é tão rico, porque não está em um bairro de luxo? - explico meu ponto.



- O senhor shelby não mora aqui. Aqui é a sede de trabalho dele, ali o no bar Harrison. - ele tira uma das mãos do volante para apontar.




  O prédio não era de todo horrível, era até agradável. Se não fosse pelas pessoas que estavam nele no momento. Só do lado de fora havia homens com barbas que pareciam não ter sido lavadas a semanas, mulheres com vestidos extravagantes e acima do joelho. Como isso pode ser uma sede de trabalho? Que tipo de homem era o senhor Shelby? A fumaça que provavelmente vinha do cigarro que eles consumiam poderia ser vista de longe. Mulheres sem pudor e homens sem caráter.




- Eu não vou entrar lá. - me acomodo melhor sobe meu acento e cruzo os braços decidida.



-  Por que não? - como assim "por que não?" Ele só pode estar brincando comigo.



- Olhe para essas pessoas! - exclamo óbvia.  - Eu não vou entra em um  lugar desses. Olhe para essas mulheres..



- Ah vamos lá, não precisa ter medo. E eu tô aqui. - tenta inutilmente me tranquilizar. - Não vamos demora. Eu prometo.




  Olho pela janela do carro (agora parado) pensado em um bom plano de fuga caso alguém daí tentar me atacar, vai saber. Esses tipos de homens que se esfregavam com mulheres de pouca roupa não eram confiáveis. Mulheres essa que sorriam de maneira tão triste. Me sinto tocada por tudo que elas devem passar para ter devidas condições de vida.



- Vamos? - Oliver abre a porta e sai do carro vindo para a porta onde estou e a abre me puxando pela mão enluvada. Meus protestos não servem de nada.



- Você tem certeza que é seguro? - meus sapatos tocam o chão e me preocupo em suja-los. As ruas estavam molhadas e com algumas poças. Resultado de tantos dias sem sol.



- Ora deixe de frescura! - meu irmão ri de meu drama. Seu sorriso tão parecido com o meu. Não é mais o mesmo de quando ainda éramos crianças, mas ainda sim me fazia bem.





  Ouço uma risada mais alta vindo do estabelecimento duvidoso a nossa frente. Um homem de pele branca e olhos azuis sai pela porta da frente com mais dois homens. Ele ri espontaneamente alegremente junto de seus prováveis amigos. Talvez algum deles tenha falado algo engraçado, ou seja a bebida tomando conta de sua razão.



THOMAS SHELBYOnde histórias criam vida. Descubra agora