Fluke acordou com o som do despertador. Ele forçou os olhos a abrirem, desligou a fonte de seu desconforto e foi ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Depois disso, ele fez a cama, afofou os travesseiros e foi para a cozinha.Depois de alguns momentos olhando para o conteúdo da geladeira, o jovem começou a preparar o café da manhã: suco de laranja fresco, torradas, ovos e café não muito forte. Tudo isso enquanto murmurava uma música baixinho para se entreter durante a tarefa.
Gostava da rotina matinal e era o tipo de pessoa que apreciava padrões, não necessitando de grandes emoções para se sentir feliz. Apenas estar lá o satisfazia o suficiente, mas ao mesmo tempo sua mente vagava por cenários e possibilidades que ele sabia que nunca teria a chance de desfrutar.
Não muito tempo depois, seus pensamentos tranquilos foram interrompidos quando o cheiro de café encheu a cozinha e a cabeça loira de seu irmão quase gêmeo apareceu na porta. O narizinho arrastou o corpo ao qual estava preso em direção ao cheiro agradável, mas fez um pequeno desvio para abraçar Fluke por trás, deixando um beijo em sua bochecha.
"Você é o melhor irmão do mundo, Flukie!", Cooheart, bajulou antes de deixar o menino e ir preparar seu prato.
Fluke apenas riu de seu irmão brega e logo os dois estavam sentados à mesa desfrutando de sua refeição. Mais uma vez o jovem que havia cozinhado deixou sua mente vagar por suas fantasias matinais até que seu irmão mais uma vez o interrompeu:
"Então... você... decidiu o que fazer?", Cooheart perguntou enquanto mastigava a comida.
"Por favor, mastigue devagar e depois fale, Coo!", Fluke repreendeu o outro com um olhar de nojo.
O loiro apressou para mastigar mais rápido, tomou um gole do suco para ajudar a engolir tudo e repetiu a pergunta. "Então, Fluke?"
Fluke soltou um suspiro pesado, desviou o olhar do irmão, começou a juntar os talheres e foi até a pia lavar os pratos. "Tome seu café da manhã, Coo… senão você vai se atrasar para a aula.", foi a única resposta que o outro recebeu.
Depois de ver seu irmão dar outra resposta evasiva à pergunta que ele havia feito um milhão de vezes antes, Cooheart perdeu o apetite instantaneamente. Não era justo que Fluke sempre se sacrificasse assim.
Enquanto se forçava a comer o resto da refeição que parecia tão saborosa momentos antes, mas agora parecia ter se transformado em areia molhada dentro de sua boca, Cooheart observou Fluke limpando a cozinha.
Eles estavam no último ano da faculdade, a apenas 6 meses da cerimônia de formatura, e deveriam estar se preparando para a vida após os estudos ou, no caso de Fluke, estudo após estudos.
Fluke se candidatou a um programa de bolsas de mestrado e conseguiu uma vaga. No entanto, algo parecia impedi-lo de aceitar e Cooheart não era ingênuo em fingir que não entendia seu irmão.
Fluke tinha, o que a seu ver, era a falta de coragem para deixar seu irmão e sua mãe sozinhos.
"Você sabe que não pode viver um dia sozinho, Coo! Como eu poderia ir embora?", foi a resposta de Fluke assim que a correspondência chegou confirmando o que o loiro já sabia: seu irmão era incrível e as pessoas viam seu potencial. Ainda assim, o jovem foi inflexível com a hipótese de sequer pensar no mestrado apenas porque teria que se mudar para longe de sua família.
Fluke sempre foi do tipo trabalhador, e quando seu pai faleceu, ele se dedicou a sustentar a família. Aos 16 anos, Fluke havia se matriculado na escola noturna e trabalhava durante o dia para sustentar a casa, mas, ao entrar na faculdade, foi obrigado a se mudar do interior para a capital.
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Algo novo
FanfictionOhm conseguiu uma oportunidade de trabalho incrível, mas para aproveitar isso, ele precisa aprender inglês nos próximos 3 meses. Para sua sorte, Fluke é um professor igualmente incrível que o ajudará com isso! Mal sabia ele que iria se apaixonar pel...