10. Fazendo tudo certo

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Ohm sentiu como se Jenni tivesse os meninos sob algum tipo de feitiço. Desde a sua chegada eles estavam se comportando de forma fofa como se a briga durante toda a viagem – e nos dias anteriores – fosse uma memória esquecida há muito tempo.

E Ohm podia entender as razões para isso. Jenni mostrou a eles sua lojinha, localizada na garagem de sua casa. Era um pequeno espaço onde ela podia produzir suas lindas peças. Eram pinturas com paisagens e lugares misteriosos que pareciam saídos de um conto de fadas, esculturas maravilhosas feitas com diferentes materiais, artesanato e o que mais ela pudesse produzir com as próprias mãos. Ohm não era muito habilidoso em artes para julgar corretamente, mas estava claro que ela era muito talentosa.

Embora a gentil senhora lhes tivesse mostrado seus projetos mais recentes, ficou cada vez mais evidente para Ohm que ela era de fato a mãe dos gêmeos. Ela era gentil como Fluke, mas também tinha a energia de Cooheart. Ele sorriu para si mesmo depois de reconhecer esse fato.

Eles chegaram lá no meio da tarde e em um piscar de olhos o dia passou coberto de risadas e histórias compartilhadas. Ohm pensou que os meninos haviam superado o problema, mas no jantar, a bomba adormecida finalmente explodiu.

"É muito bom ver um jovem como você prosperando para iniciar uma carreira em outro país, Ohm!", Jenni o elogiou.

"Sim, m-muito obrigado, Sra. Jenni!", Ohm gaguejou antes do elogio inesperado.

"Por favor, me chame de mãe, bobo!", ela sorriu para ele, uma faísca sábia brilhando em seu olhar.

"Claro... mãe!", ele corou.

"Gostaria que meu Fluke pudesse seguir seus passos, sabe?", disse ela com uma voz sonhadora.

"Mããe~", Fluke choramingou de seu lugar.

"O quê? Eu não estou pedindo para você ir para o exterior, neném!", ela ergueu as mãos em defesa "Apenas dizendo que seria bom para você pegar essa bolsa, meu amor!" disse ela tomando um gole de sua taça de vinho.

"Eu sei, mãe! Mas neste momento eu nem tenho mais escolha! Acho que o prazo já acabou!", Fluke comentou um pouco dividido – não sabia explicar se era arrependimento ou resiliência.

"Graças a Deus hackeei seu e-mail e enviei o formulário no seu lugar.", Cooheart falou pela primeira vez em muito tempo.

"Você fez o quê?", Fluke encarou o irmão com surpresa.

"Sim, eu enviei seus documentos e outras informações para eles! Seu semestre começa em 3 meses! De nada e parabéns, mano!", Cooheart levantou o copo em direção à mesa, esperando que Fluke demonstrasse alguma gratidão.

"Cooheart!"

"Coo!", a mãe deles também ficou surpresa.

"Você não tinha o direito!", Fluke finalmente encontrou as palavras.

"Sim, porque eu sentaria e assistiria você desperdiçar sua vida assim! Quais são seus planos após a formatura? Voltar para a província e se tornar o que Fluke?!"

"Isso não é da sua conta! E você invadiu minha conta de e-mail! Você invadiu minha privacidade!", Fluke disse checando seu telefone como se fosse o suficiente para ver se alguém além dele havia lido seus e-mails, mensagens e notificações.

Cooheart riu baixo e então brincou com seu irmão. "Acho que não conta como hackear se tudo o que fiz foi digitar 'fluke<3ohm' – essa é uma senha horrível, a propósito! Você nunca viu especialistas em tecnologia dizendo que as pessoas deveriam criar senhas difíceis para evitar situações como essa?"

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