07. Vivendo o presente

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Fluke olhou dentro da geladeira e percebeu que seu irmão não havia comprado mantimentos como ele pediu na noite anterior quando eles estavam jantando. Ele suspirou e pegou um limão, caminhando até o balcão da cozinha para cortar a fruta e adicioná-la a um copo de água fresca. Ele ouviu Ohm perguntando por seu irmão e logo depois sua voz se interrompeu enquanto insistia na conversa. Ele suspirou novamente e caminhou até ele com o copo na mão.

"Tome. Vai fazer você se sentir revigorado.", Fluke disse referindo-se ao copo que estava segurando diante de Ohm.

O homem mais alto estava sentado em uma das cadeiras de sua cozinha que de repente parecia tão pequena sob o corpo maciço. Ohm era um homem enorme e sua presença parecia encher o minúsculo apartamento. Fluke sentiu um calor inesperado em seu coração pensando na imagem de seu amado sendo uma constante em seu pequeno apartamento e ele teve que reprimir um grito. Provavelmente o mesmo tipo que as pessoas soltam quando completam um quebra-cabeça.

Enquanto Fluke estava considerando as proporções do outro, ele não notou o braço se esgueirando ao redor de sua cintura e puxando-o para mais perto para um abraço. Ohm apoiou o queixo no esterno de Fluke e olhou para ele com olhos de cachorrinho. "Você está certo, é revigorante!", Ohm disse orgulhoso de seu jogo de palavras, "Eu me sinto melhor quando você tá assim perto de mim...", ele forçou um sorriso e o mais novo pôde sentir o esforço que isso estava tomando dele. Fluke pousou o copo na mesa e o abraçou de volta.

"Ei... não há necessidade de ficar assim, hein?", ele sussurrou enquanto penteava o cabelo preto sedoso que parecia tão macio entre seus dedos.

"Como posso não ficar assim quando você parece que está prestes a me dar um fora?", Ohm perguntou e Fluke tinha 100% de certeza que viu seus olhos ficarem mais brilhantes como se estivesse prestes a chorar. Isso o fez se sentir culpado.

"Aqui estou eu tentando encontrar as palavras certas para que você não termine comigo e você pensando que eu poderia fazer o mesmo com você...", ele riu baixinho, não muito feliz com a conclusão, mas de alguma forma um pouco mais confiante para dizer o que estava em sua mente. Ohm não estava disposto a terminar com ele, então talvez eles pudessem realmente falar sobre isso.

Fluke deu um passo para trás, mas ainda dentro do abraço de Ohm e contou a história de sua adolescência que foi rapidamente substituída por uma maturidade precoce.

"Essa é a razão pela qual eu não faço planos para o futuro, sabe? Tee era tudo para mim, mas ele não estava lá quando eu mais precisava dele.", Fluke suspirou, evitando olhar diretamente nos olhos de Ohm.

Depois de ouvir toda a história, Ohm não ficou surpreso que Fluke parecesse tão cauteloso com seus próprios sentimentos. Ele ficou traumatizado e ainda mostrava os efeitos de como isso influenciava todo o seu estilo de vida. Ele preferia prevenir do que remediar e isso era algo que Ohm poderia relacionar sem pensar muito. Ele não teve um passado difícil como Fluke, mas também teve problemas em tentar se abrir para novas oportunidades e quando parou para pensar que se não fizesse isso nunca poderia ter conhecido Fluke… ele suspirou e pegou o queixo do outro entre o indicador e o polegar.

"Amor, caso você não tenha notado isso ainda, meu nome é Ohm Thitiwat. Eu não sou Tee. Eu sou um homem adulto bastante responsável e apaixonado por..."

"Por favor, não diga isso...", Fluke bateu sua testa com a de Ohm, tentando obter algum conforto de cada ponto que seu corpo estava em contato, o que significava quase 90% de seu próprio corpo esbelto e pequeno. Desde que começaram a conversa, Ohm o abraçou firmemente e Fluke apenas se apoiava mais nele a cada segundo que passava, como se seus instintos soubessem antes mesmo dele mesmo que ele podia confiar nele.

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