Capítulo 24-Prazer em Long Island.

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Fico feliz em vir para o castelo da Reagan novamente, especialmente por que o sol nos recebe quando chegamos em Long Island. O reflexo do mar e o som das ondas também parecem nos receber. Eu olho para o horizonte, encantada. A Reagan tira os óculos de sol e me pega pela mão me olhando com ternura.

-Você parece feliz por estar aqui.

-Sim. É tão tranquilo, tão lindo... Eu adoro estar aqui com você.-De mãos dadas, vamos para a frente do castelo. A Reagan coloca sua mala no chão. Ela me dá um olhar insolente. Eu temo o pior...

-Você trouxe maiô? Eu posso te jogar na água como da última vez.

-Se eu não te jogar primeiro!

-Ah é!?-De repente, a Reagan me agarra pela cintura e me carrega em seus braços como uma noiva. Eu finjo lutar e dou risada... Ela não vai me jogar na água com minhas roupas, vai? Para minha grande surpresa, os olhos da Reagan ficam mais suaves, menos maliciosos. No entanto, ela não me solta... Em vez de ir para o mar, a Reagan me leva até o terraço do castelo e me coloca no chão na porta da frente.-Estou treinando. Nunca se sabe, se mudarmos de apartamento...

-Sabe, isso é coisa de recém-casadas, normalmente!-De repente, lembro de um detalhe importante...-O Lenny! Eu o deixei no carro.-Eu dou meia volta e pego minha bola de pelos do carro. Eu não ia deixá-lo morrer de fome neste fim de semana... A Reagan, divertida, me observa verificar se o Lenny não está muito quente em sua caixinha.

-É uma pena que dei a Allyson o fim de semana de folga. Ela poderia tê-lo
alimentado.-Imaginar a Allyson alimentando o Lenny me faz sorrir. É um pouco engraçado.

-Ela parecia feliz por você ter dado o fim de semana de folga esta manhã.
Espero que pelo bem dela, ela tenha coisas melhores para fazer do que ficar por ali e alimentar um gato.-Eu coloco a caixa em uma pequena mesa no terraço, em um canto à sombra e abro a portinha para deixar o Lenny livre. A Reagan protege os olhos com a mão.

-Pena que o Lenny não é um cachorro, ele gostaria daqui. Poderíamos fazê-lo desenterrar tesouros para o benefício da Fitscher Corp.-Eu dou risada e viro minha cabeça para o mar. Como quando cheguei aqui pela primeira vez, algumas pessoas estão passeando e se divertindo na praia, incluindo alguns donos de cães. Percebo que raramente converso sobre animais com a Reagan. No entanto, ecologia e seres vivos são muito importantes para ela, eu sei disso. O Lenny é importante para mim, e eu sei que a Reagan já teve um gato também, Waffle... Mas eu não sei nada sobre sua experiência com animais.

-Eu mostrei a foto do Calvin, mas você nunca me disse se já teve um cachorro?-A Reagan se vira para mim e sorri tristemente para mim.

-Mais ou menos.-Eu posso ver que minha pergunta deixou a Reagan desconfortável. Eu procuro algo para falar para animá-la... Os olhos da Reagan ficam sombrios.-Meu pai tinha uma cachorra, a Purple. A Gwen e eu crescemos com ela, nós a amávamos, juntamente com o Waffle, éramos inseparáveis. Tecnicamente, a Purple não me pertencia... Mas eu era muito apegada a ela. Muito mais do que meu gato, devo admitir. Quando meu pai morreu, a Purple esperou por ele, gemendo na porta por dias. Foi doloroso vê-la assim... A Gwen passou horas acariciando-a, mas nada funcionava. A Purple ficou tão inconsolável quanto nós.-Eu me aproximo da Reagan e coloco a mão atrás das costas, ouvindo.-Minha mãe e a família do meu pai não queriam ficar com a Purple e eu. Eles não queriam animais.-Eu posso ver a tristeza nos olhos da minha namorada. Eu temo o resto desta história...-Eles nos disseram que a colocaram em um abrigo... Mas, olhando para trás e considerando o seu egoísmo, muitas vezes me pergunto se eles não a teriam matado.-A Reagan tinha acabado de perder o pai e a Gwen tinha acabado de ser abandonada pela mãe quando também foram separadas da sua cachorra... Pobre Purple. Espero que eles realmente a tenham colocado em um abrigo e não a tenham matado! Eu sussurro o que penso para a Reagan, inclinando minha cabeça contra seu ombro. Fico feliz que ela esteja se abrindo para mim... Mas me dói muito pensar que ela teve que passar por tudo isso.-Sabe, a Purple ter sido tirada de mim parecia lógico na época. Ela era a cachorra do meu pai, ela foi com ele. Foi assim que eu vi. Mas... Eu sentia muita falta da Purple. Mesmo que não fosse nada como perder meu pai, acho que me feriu e me marcou de alguma forma. Eu nunca quis ter meu próprio cachorro depois disso. Provavelmente por causa de todas as memórias dolorosas... E então a vida de uma CEO de Nova York não é compatível com o cuidado que um animal merece, de qualquer maneira. Mas isso não me impede de pensar nisso quando te vejo com o Lenny ou quando vejo essas crianças brincando na praia com seus Goldens...-A Reagan desliza seus braços em volta de mim e olha para mim com uma expressão quase infantil, um largo sorriso ilumina seu rosto.-Quando ficarmos velhas e aposentadas, o que você diz de morarmos aqui, longe de tudo, e com cachorros?

Senhora | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora