Capítulo 8-Adeus, passado.

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Aqui vamos nós. Hoje é o grande dia. Em poucas horas, não vou mais morar aqui, deixarei meu casulo. Eu avisei a Reagan que, para começar, subcolocarei meu antigo apartamento, só por precaução. Se alguma coisa acontecer, poderei voltar. Também nos poupa de ter que tirar a geladeira, o forno e a cama. Estou deixando quase tudo para o próximo inquilino. Tudo, exceto o meu sofá e a mesa de centro, eu gosto muito delas! Abro a porta da frente para permitir que caixas e móveis passem. De repente, o Otto aparece desgrenhado. Eu suspeito que ele lamentavelmente saiu da cama mais cedo do que o habitual, apenas para ser o primeiro a chegar.

-Bom dia, princesa! O café está pronto para abastecer seus músculos favoritos?-Nós brincamos enquanto tomamos café quando a Reagan aparece na porta. Seu olhar escurece por um instante. Eu me levanto para beijá-la, a abraço e sussurro palavras doces para ela, mas ainda assim, sinto que algo está errado. Seu ciúme em relação ao Otto foi ativado apenas por nos ver sozinhos e tão cúmplices. Eu prefiro tranquilizá-la, em vez de culpá-la. Afinal, eu não gosto muito de ver a Reagan rindo com sua assistente, a Pandora Norman. Então, novamente, não é realmente comparável. Há algo errado com ela! Felizmente, a Peyton chega em breve. Ela é tão brilhante que sua presença ajuda a aliviar a tensão. Sugiro que a Reagan e o Otto preparem a van de mudança que está estacionada em frente ao prédio. Espero que eles não briguem pra decidir quem dirige! Enquanto isso, a Peyton e eu arrumamos as últimas coisas e ainda não envelopamos tudo no plástico bolha. É bom compartilhar esse momento a sós com ela.

-Como você está se sentindo?

-Vamos apenas dizer que me sinto melhor... Estou feliz, mas estou com um pouco de medo.-A Peyton me dá uma piscadela tranquilizadora como se estivesse dizendo "Estou aqui". O Otto e a Reagan voltam nesse momento. Eu sugiro que eles classifiquem as caixas em ordem de prioridade. Parecia uma boa idéia ter compartilhado as tarefas para que o Otto e a Reagan se ajudassem. Mas não tenho certeza se eles se sentem da mesma maneira! A Peyton e eu nos agachamos na cozinha em volta de uma caixa de papelão. Ficar fora de vista parece ter contribuído para que o Otto e a Reagan esquecessem a nossa presença, mas ainda podemos ouví-los... E vale a pena ouvir!

-É assim que eu vejo. É muito simples, até você vai entender. Você pega as caixinhas e eu vou pegar as maiores.-A briga começou! Eu quase quero apostar com a Peyton.

-Eu odeio contradizê-la, senhora Fitscher, mas eu tenho braços fortes. Braços muito musculosos. Então eu posso carregar as caixas grandes também.-Eu não deveria intervir, antes que as coisas saiam do controle? Eu sinalizo à minha amiga que estou preocupada e começo a me levantar. Eu deveria intervir, para neutralizar a tensão, mas Peyton me segura.

-Não seja bobo, Otto, eu odiaria ver você se machucar. Vou levar os livros.

-Okay. Então eu vou levar as três caixas grandes ali.-A Reagan fica em silêncio por um tempo. Eu posso imaginá-la cerrando os olhos, pensando sobre o que dizer.

-Muito bem, é um acordo razoável.-Quando a Reagan sai do apartamento e desce as escadas, ouço o Otto xingando. Eu nunca o ouvi dizer tanto palavrão de uma só vez. Eu decido ir e ver o que está acontecendo...

-Qual é o problema?

-Sua adorável Reagan está me tratando como uma criança e não me deixa carregar coisas pesadas! Você viu meus braços comparados aos dela?-É verdade que a Reagan foi um pouco condescendente com ele. E o Otto não é do tipo que deixa passar só porque a Reagan é a chefe se a honra dele está em jogo!

-Deixe-me falar com ela, okay?-Eu gostaria de dar ao Otto um abraço reconfortante, mas estou com medo da Reagan aparecer e nos pegar. Isso só pioraria as coisas!-Ela deixou você levar aquelas três caixas grandes lá, não foi?

Senhora | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora