Abraçando Seu Verdadeiro Eu

Capítulo 7

Abraçando seu verdadeiro eu

Capítulo 7

Dilemas e Perturbações

Severus estava sentado em seus aposentos, que ficavam nas profundezas das masmorras de Hogwarts, um lugar que sempre foi um santuário para ele. Ninguém desceu aqui, nem mesmo Alvo Dumbledore, embora ele o chamasse de Flu de vez em quando, mas na maioria das vezes ele apenas usava as Mensagens Patroni. Ele havia criado a ideia durante a última guerra, ou pelo menos estava levando o crédito por isso. Por tudo que ele sabia, Alvo tinha recebido crédito pelo trabalho de outra pessoa; ele não deixaria passar pelo velho hipócrita. Severus estava sentado girando o copo de uísque em sua mão, seu rosto totalmente em conflito enquanto olhava para as chamas bruxuleantes do fogo, sem realmente vê-lo na frente dele.

Ele não tinha absolutamente nenhuma ideia do que fazer. Era óbvio que o Lorde das Trevas não tinha Harry; se o fizesse, teria convocado todos os Comensais da Morte mais uma vez. Pelo menos ele assumiu que o Lorde das Trevas teria ligado, ele iria querer mostrar que Harry escapar mais de uma vez foi apenas um mero acaso – sorte cega – e que ele sempre conseguiu o que queria no final. Era algo que ele admirava no Lorde das Trevas, sua tenacidade; ele estava disposto a fazer tudo o que fosse necessário para conseguir o que queria. Isto é, ele admirou até que seu Senhor começou a caçar crianças por causa das palavras de um vidente estúpido. Ele estava tão em conflito; sua lealdade sempre foi para o lado negro. Ele era um bruxo das trevas, era... natural para ele. Mas tantos livros, feitiços e poções foram considerados 'escuros' apenas por causa da ignorância e do medo. É claro, isso foi apenas nas Ilhas Britânicas; em todos os outros lugares os magos praticavam livremente Magia Negra. Durmstrang foi um exemplo perfeito; eles tinham aulas de defesa de verdade, não apenas o lixo que ensinavam aqui.

Sua testa franziu enquanto tentava descobrir o que estava acontecendo com o Lorde das Trevas; ele estava agindo muito... curioso desde seu retorno. Não curioso como se ele estivesse fazendo as coisas de forma diferente, foram as perguntas que ele fez, e as poções que ele pediu. O Lorde das Trevas nunca foi um homem vaidoso, como evidenciado por sua aparência deteriorada nas últimas décadas antes de sua queda. O Lorde das Trevas certamente não estava desnutrido, então ele também não tinha nenhuma razão real para essas poções.

Ele sabia que era apenas uma questão de tempo até que a notícia do desaparecimento de Harry se espalhasse. Isso o deixou em uma situação muito difícil; ele contou ao Lorde das Trevas e arriscou-o a encontrar o garoto que ele estava fazendo de tudo para proteger? Ou ele ficou em silêncio e acabou amaldiçoado na próxima semana por não ter informado? Com isso estava a possibilidade muito real de cair totalmente em desgraça e ter o Lorde das Trevas matá-lo como um traidor. O que ele seria nesse caso. Não à causa; a causa sempre foi sua, perto de seu coração. Trouxas nunca deveriam saber sobre magia, e ele deveria ser capaz de preparar livremente qualquer poção que quisesse, sem 'infringir a lei' só porque algum idiota apareceu e a rotulou de 'perigosa'.

Levantando a mão vazia, ele esfregou as têmporas, sentindo-se dividido em dois. Isso não podia continuar, quase o despedaçou ao longo do ano que ele teve que suportar da última vez. Mesmo então ele sentiu como se estivesse traindo tudo o que ele era, tudo o que ele jamais seria. Ele não era um bruxo da luz, mas infelizmente seus laços com o passado o mantinham precariamente oscilando em uma linha fina de corda.

Dumbledore, é claro, estava tão ansioso para ter alguém tão longe nas fileiras do inimigo em sua frágil Ordem que tentou chantageá-lo emocionalmente para isso. Ele permitiu que o velho idiota pensasse que ele tinha conseguido, mas ele sempre se certificou de que a informação que ele transmitia não era nada que pudesse derrubar o lado escuro. Mesmo durante esse tempo, os outros membros da Ordem eram apenas um bando de patos sentados, sendo apanhados um de cada vez. Ele observou seus rostos de dor, lamentando a perda de cada membro enquanto a organização lentamente desmoronou. Então a pior coisa imaginável aconteceu: não só o Lorde das Trevas morreu, ele tirou a única coisa, a única pessoa que Severus se importava antes de ser desencarnado.