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Ninguém deveria ser o mundo inteiro de ninguém

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Ninguém deveria ser o mundo inteiro de ninguém. Isso não é saudável. Se a sua vida inteira for centrada numa coisa – numa pessoa – o que vai acontecer quando essa pessoa for embora?
O Jogo - Elle Kennedy

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Depois que publiquei o vídeo, teve milhões de visualizações e se tornou o mais visto no meu canal. Notei isso apenas depois que a família do Dominik começou a falar no grupo.

O taxista parou na frente do prédio, me fazendo pular de ansiedade. Paguei o que devia e fui para fora do carro. A única coisa que pensava era em meu namorado falso.

Antes que eu chegasse aqui, minha mãe disse que talvez as coisas não estivessem mais tão falsas como eu pensava, que o brilho em nossos olhares entregava os sentimentos.

Parada na portaria, esperando ele atender, entendi o que queria dizer.

O frio na barriga, o coração acelerado e uma vontade instantânea em vê-lo.

— Senhor Gomez disse que pode subir. É no último andar. — O porteiro me informou.

Depois de esperar os vinte andares passarem, finalmente a porta do elevador se abriu e revelou o apartamento mais incrível que eu já tinha visto.

A visão aberta da sala para cozinha, deixando claro o quanto era grande. Cobri minha boca com a mão de tão surpresa, tentando absorver cada detalhe desse lugar. 

— Nem preciso perguntar. Já vi que gostou. — Dominik se levantou do sofá e vi que segurava uma câmera, mostrando o cômodo imenso a sua volta e todo decorado.

— Em dois dias você encontrou um apartamento. Como fez isso? — Questionei, deixando minha bolsa no aparador da entrada e indo até ele.

— Acabei cedendo e pedi ajuda da Stacey. Ela falou que tinha esse apartamento na mira, então assim que vi tudo isso, assinei o contrato e comprei. — Contou animado, me envolvendo em um abraço apertado de saudade. Nem parecia que estávamos juntos ontem.

— Quero ver cada cômodo! — Recuei um passo, desviando dele enquanto dava risada.

Filmando cada momento da minha reação, fui para o banheiro, que era maior do que a sala da minha casa. 

Na suíte principal, a cama ocupava uma parte parte do espaço, isso sem contar com o banheiro e o closet.

Entrei na biblioteca, com uma estante ocupando toda uma parede. Ainda estava vazia, pois Dominik não tinha feito a mudança. Talvez fosse pequena comparado a quantidade de livros que ele tem em seu quarto, alguns até embalados no plástico.

— Pedi comida italiana pra gente, então você me diz suas ideias pra nova decoração. — Dom falou, segurando minha mão e me guiando para cozinha.

Sentei no banquinho da ilha e observei quando ele abriu a embalagem, me entregando o garfo e um pacote com molho branco. O macarrão com camarão exalou um cheiro divino. 

Depois se serviu também, sentado de frente para mim. O que era ótimo, pois poderia admirar o seu rosto sem óculos. Em algum momento eu me acostumaria com aquilo.

Ele apoiou a câmera no tripé e sorriu.

— Zoe Monroe, o que achou do meu novo apartamento? Diga o que pode melhorar. — Perguntou, cerrando os olhos.

Bebi um pouco do suco de uva e pensei, fingindo ser uma critica famosa.

— Eu amei a biblioteca, apesar de achar que aquela estante não cabe todos os seus livros. Gostei bastante do quarto e seu closet é bem maior do que o meu. — Comecei a falar.

— Realmente vou ter que comprar outra estante. E sobre o closet, pode ficar a vontade para deixar algumas roupas suas. — Brincou comigo. Dei um chute em sua canela, rindo ainda.

— Não brinque com isso, eu posso levar a sério. — Avisei.

— E deveria, pois não é brincadeira. Mio closet, tuo closet. — Responde, me olhando com firmeza, sendo impossível desviar o olhar.

— É isso que você vai me entregar? O seu closet? — Toquei no assunto.

— Não, é algo bem mais importante. — Disse, mantendo o mistério. — A minha família está surtando depois do vídeo que você postou. Eles sabem que eu não sou muito de falar dos meus sentimentos em público. — Foi a vez dele de falar.

— Mas você falou. E não parecia nem um pouco preocupado com o fato disso aparecer em uma página na internet. — Fiz questão de lembrar. O macarrão acabando.

— Não importa se aparecer em um telão na Times Square, é a minha verdade. Com a câmera gravando ou não, eu iria te contar do mesmo jeito. Você é a única por quem eu sou apaixonado, Zoe. — Se declarou, os olhos enrugados pelo sorriso nos lábios.

Não sabia o que dizer. As palavras desapareceram. Meus olhos se encheram de lágrimas, deixando minha visão embaçada. Ninguém jamais tinha me falado aquilo.

— Assim como fui seu primeiro beijo, você é o primeiro que fala isso pra mim. — Contei, com a minha voz falhando. Comecei a enxugar meu rosto.

Dominik saiu do seu lugar e deu pause na filmagem. Ele pegou algo na mesa de centro da sala, colocando na minha frente. 

Era um álbum de fotos ainda vazio e uma câmera polaroid numa caixa.

— Não quero ser seu namorado falso, Zoe. Seja minha namorada sem esse acordo estúpido e todas as mentiras que criamos. O que me diz? — Perguntou bastante ansioso.

Balancei a cabeça, aceitando tudo aquilo.

— Desculpa, amore mio. Você tem que falar que sim. — Ele abriu um sorriso maior ainda.

— Sim, eu aceito. Seja meu namorado e supere todos os meus namorados literários. — Declarei, envolvendo meus braços ao redor do pescoço dele e o beijando.

Meu namorado começou a rir, não concordando com o que eu disse.

— É uma tarefa bastante difícil, sabia? Eles meio que são perfeitos. Eu sou um italiano tímido e até impulsivo na maior parte do tempo. — Me revela e dou risada.

— Em algum universo, você é um personagem literário que conquista vários corações a cada página. Só em falar italiano e ser leitor, automaticamente se transforma em mocinho. — Respondi confiante.

Ele riu e pegou a câmera nova, me abraçando quando juntou nossos rostos. Em poucos minutos a foto saiu, revelando os olhares brilhantes e os sorrisos enormes.

Coloquei no álbum, na primeira página.

Dominik trouxe uma canetinha e anotou logo embaixo.

Nostro inizio. O primeiro sim.

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Com amor, Dominik - 4° da Série MBCD (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora