Sorte grande

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Após uma noite mal dormida, tudo que eu podia pedir aos céus era uma boa dose de café, preto e amargo. "Isso sim é vida", pensei enquanto o líquido quente descia pela minha garganta, despertando meus sentidos. O café parecia ter o poder de trazer clareza para a confusão da noite anterior.

Peguei meu celular e, com uma curiosidade instintiva, dei uma olhada no cassino online. Uma longa sequência de números vermelhos parecia me chamar, quase como um desafio. Com uma mistura de intuição e ousadia, decidi apostar tudo o que tinha no número 2 preto. Sabe aquele dia que você acorda depois de uma noite mal dormida? Aquela sensação de que precisa buscar respostas para tudo? Foi com essa sensação, ou talvez com um toque de loucura, que fiz minha aposta.

Os 15 segundos em que a bolinha branca girava na roleta pareceram uma eternidade. Fechei os olhos e respirei fundo, ouvindo o som hipnótico da roleta girando. Quando a crupiê anunciou: "Número dois!", senti um alívio indescritível, uma sensação de que a maré estava virando a meu favor.

Ao abrir os olhos e olhar para a tela do meu celular, mal podia acreditar. Meu saldo havia saltado de 45 mil para 750 mil. Era como um sonho que se tornava realidade. Aquela vitória inesperada no jogo trouxe uma onda de confiança que eu não sentia há tempos.

Após essa reviravolta de sorte, não havia espaço para pensar em azar no amor... ou melhor, no prazer. O dia passou rapidamente, e mais uma vez me preparei para a noite. Tomei um banho, usei meus aromas que aguçam os sentidos e fiz a barba com precisão cirúrgica. Hoje, havia algo diferente. Meus sentidos estavam mais apurados e minha confiança, inabalável. Hoje, não haveria espaço para o azar; hoje, eu sairia com a tiska do ônibus.

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