Sono e energéticos

138 17 4
                                    

Um dentre os dois policiais saiu da viatura e aproximou-se do loiro com o peito estufado e um olhar sério, Mika engoliu seco para não dar um passo para trás e mostrar-se recuado.

ㅡO que está fazendo sozinho na rua nesse horário da noite? ㅡo homem perguntou com voz grossa  e intimidadora.

ㅡEstou indo passar a noite na casa de um amigo. ㅡrespondeu escondendo perfeitamente a insegurança que estava, mas por sorte sempre foi muito bom em esconder o que sente.

ㅡE por que tão tarde, menino? ㅡbateu o pé repetidas vezes contra o asfalto ansioso por mais respostas.

ㅡO colégio onde eu estudo tem aulas em período integral, sai assim que fui liberado, mas andar de lá até aqui custou-me longos minutos. ㅡo PM ainda parecia desconfiado. ㅡVamos jogar videogame hoje, e amanhã estudar. ㅡcompletou.

Pode-se afirmar que apesar de sua face inespressivel e calma por dentro ele tinha acabado de gritar consigo mesmo sentindo-se burro por informar algo tão irrelevnte que talvez deixasse alguma lacuna de interpretação para o senhor a sua frente.

ㅡVocê é daquele internato lá perto da Ponte Grande, né? ㅡperguntou depois de perceber que sua calça era do uniforme e possuia o logo do colégio.

ㅡIsso. ㅡrespondeu levemente apreensivo, já que era de se esperar ser conta as regras sair de uma escola interna durante a noite.

ㅡO menino só deve estar dando uma escapadinha do colégio, Kamina. ㅡfalou olhando para o outro trabalhador que permanecia dentro do veículo apenas escutando a conversa. ㅡEsse colégio é cheio de tráfico de drogas. ㅡbalbuciou.

Um frio percorreu todo o esqueleto do mais jovem, que provavelmente se houvesse algum especialista em expressões por perto perceberia o seu pânico, todavia meros normais certamente não conseguiriam transpassar a máscara fria de Mikaela.

ㅡPois é. ㅡassentiu com a cabeça. ㅡE a coordenação não consegue fazer nada a respeito.

ㅡA polícia não pode fazer muita coisa também. Famílias ricas conseguem encobrir tudo. ㅡsuspirou.

ㅡImaginei. Deve ser bom as vezes ser de família poderosa. ㅡo mais alto ergueu uma sobrancelha em tom questionador, o outro perceber assim continuou. ㅡSou bolsista.

ㅡAh, sim. ㅡcruzou os braços e afirmou com a cabeça. ㅡBolsistas não deveriam ser comportados e não fugir do colégio? ㅡdisse em tom brincalhão.

ㅡDeveriam. ㅡconcordou. ㅡE eu sou um bom menino. ㅡrespondeu da mesma forma descontraída. ㅡMas estou aqui por um bom motivo.

ㅡTu deve ter um amigo dos bons, hein. ㅡMikaela ganhou rubor em suas bochechas, que ficou disfarçado pela escuridão da noite, pensando que realmente estava caminhando de tão longe pelo seu "bom amigo".

ㅡÉ. ㅡcoçou a nuca.

O policial riu alto divertindo-se, e bagunçou os cabelos do loiro com sua grande mão esquerda.

ㅡTá bom, garoto. Pode ir já. ㅡfalou bem mais leve do que quando abordou o adolescente. ㅡVai com cuidado.

ㅡEu vou. Boa noite.

Ele saiu tão apressado daquele local que nem viu o PM entrando no carro, somente escutou o som da porta batendo.

Mika andou apressadamente, por diversas razões, mas com certeza a principal era que ele não queria mais nenhum encontro assustador.

Entrou na rua, por sorte nem tão comprida, que Mitsuba tinha informado que situava-se sua residência e caminhou buscando o número correspondente ao da mensagem. Não precisou de muito esforço para achar a casa, já que ela estava com um som alto vindo de dentro dela.

Piquenique do Outro Lado - {MikaYuu}Onde histórias criam vida. Descubra agora