NOTAS: Este é um capítulo especial de Halloween, que não liga-se com o capítulo anterior, a continuação direta da parte 11 irá ocorrer no 13.
Espero que gostem de qualquer forma :3Não é segredo para ninguém que Yuu nunca foi uma das crianças mais comportadas, pelo contrário, ele era o diabinho que vai na casa de visitas e abre os armários sem permissão, morde os colegas da creche e faz birra no supermercado. Esses comportamentos nunca foram falta de conversas, intimidações, broncas, puxões de orelha e até mesmo algumas palmadas por parte de Guren.
No presente, na adolescência do menino, as coisas não mudaram tanto, ainda que não seja mais uma peste destruidora de vaso na casa de desconhecidos, continuou sendo respondão, reclamão, briguento, com notas baixas e um tanto quanto mau criado.
Levando isso em consideração, na tarde de quarta-feira, pouco depois que o pequeno Ichinose chegou do colégio recebeu uma mensagem no Watsapp de seu pai, com o contato intitulado como 'Guren Novo', uma vez que este tinha trocado de número de celular a cerca de cinco meses, no conteúdo do texto, lido a princípio pela aba de notificação, dizia: Vou sair mais cedo do trabalho hoje. E no quadrante seguinte: Quando eu chegar em casa tenho que falar com você.
Uma gota de suor correu toda a extensão da pele do jovem de cabelos escuros, juntamente à um arrepio de medo, "o que será que eu fiz dessa vez?" se perguntou.
Com coragem, e as mãos encharcadas de transpiração excessiva, sobretudo para um clima agradável como estava naquela hora.
<Falar oq?
>Quando eu chegar em casa vc vai saber.
<Dá uma dica
>Logo logo vc vai saber
Yuichiro sentiu que seu peito poderia estourar a qualquer momento de tão forte que seu coração batia. Decidiu evitar novas broncas por isso correu até a cozinha e não lavou apenas a louça, mas também o fogão, e ainda passou pano na casa, e como a ansiedade latente dava-lhe uma energia descomunal aproveitou para fazer a denominada 'pior tarefa', lavar o banheiro, ou seja, se encharcar de água gelada enquanto esfrega com uma vassoura próxima ao teto na parte de dentro do box, ainda que muito logo alguém irá tomar banho e deixar o ralo cheio de cabelos mais uma vez.
Tudo na casa estava um brinco, nem mesmo o feitor desta proeza acreditava que tinha feito tudo tão rápido e com uma qualidade tão boa.
Nos minutos que não teria nada para se ocupar foi até o quarto, abriu seu smartphone e deslizou o dedo até um dos apps que mais lhe distraia, mas para sua surpresa os vídeos curtos não o entretiam, não o agradavam o bastante, uma vez que sua mente estava presa na tortura de pensar qual punição enfrentaria e o motivo.
Buscou em sua mais profunda lembrança do que tinha feito, ou melhor o que seu pai poderia ter descoberto, cogitou que o colégio tivesse notificado o patriarca devido ao mau comportamento que teve à duas semanas quando brigou com sua dupla da atividade -se esse fosse o caso poderia dizer porque a menina ao seu lado começou o provocando; desconfiou também que alguém tivesse descoberto que caiu no soco com um veterano na parte de trás da escola, ou descobriram que ele cabula, quase todas as primeiras aulas de quarta-feira, por detestar seu professor de história, mas sua justificativa era clara, aquele homem repugnante, na visão de grande parte dos estudantes, era conservador e preconceituoso, já tinha feito um aluno chorar com comentários homofóbicos, além de impor sua religião a todos, e usar disso como desculpa para a intolerância.
Ainda sim, o moreno sabia bem que poderia levar bronca por algo que tinha feito em casa, nesse caso a probabilidade de ter sido descoberto era mais alta, poderia ser que seu pai descobriu que já quebrou um ovo no tapete da vizinha, mas ele certamente falaria que só fez isso pois avistou a velha agredindo seu próprio animal de estimação e foi uma pequena punição, ou então quem sabe Guren percebeu a ausência de alguns de seus chocolates importados que ficavam escondidos no guarda-roupas -mas que por ventura do destino o mais novo acabou achando e pegando um pouco para si; e em pior dos casos o mais velho ter achado os cacos de uma taça banhada a ouro, que por sua vez sempre estava longe do alcance de qualquer um, mas um dia Yuu estava entediado e vasculhou os armários mais altos e acabou encontrando-a, sua curiosidade foi seu crime e em poucos segundas em sua mão uma catástrofe ocorrera, mas claro que ele só escondeu e fingiu que nada aconteceu.
Yuichiro suspirou e suspirou, poderiam ser tantas coisas, não tinha como se safar, ele sabia.
Foi até a grande janela da sala, e checou o estacionamento no condomínio para ver se o automóvel de seu pai já estava estacionada, mas de certo que não. Andou impaciente pelos curtos e estreitos corredores do apartamento de dois cômodos e foi olhar a rua mais uma vez.
O garoto se questionou se tinha algo mais assustador do que a tortura eminete por vir, se existia algo pior do que a bronca inevitável de seu pai, não, não tem, ele se respondeu, completando mentalmente que a típica frase "em casa a gente conversa" tinha efeito semelhantemente doloroso.
O estado de pânico transformou-se em alerta quando o som da fechadura soou pela casa silenciosa.
O residente mais novo materializou-se de frente a porta, e com um sorriso amarelo cumprimentou o mais velho que retirava os sapatos.
—Oi, pai.
—Oi, Yuu. —falou sério, mas não furioso.
—Porque saiu mais cedo hoje? —engoliu seco.
—Você sabe o porquê. —andou até seu próprio dormitório.
—Não sei. —acompanhou-o com as pernas bambas.
A penumbra de final de tarde permitia as sombras acentuarem-se entre os móveis, concedendo uma escuridão digna de um jumpscare de filme tradicional de terror, mas Yuu tinha certeza que um sustinho seria menos pior do que é que fosse acontecer.
—Está tudo bem, Yuu? — o mais velho, com o rosto levemente escondido devido as sombras marcadas.
—É... —continuou se esforçando para não -vulgarmente transcrevendo- se cagar. —Você disse que tinha alguma coisa pra falar comigo.
—É. —seu cenho não era terrível, pelo contrário, bastante relaxado, mas a visão embaçada de medo não permitiu o mais novo ver desta maneira. —Queria saber qual filme vamos assistir hoje.
—Hã? —indagou sem entender.
—Hoje é dia trinta de outubro, Halloween, —explicou, —esqueceu da nossa noite de filmes de terror? Sempre fazemos isso.
—Ah, sim. —suspirou aliviado. —Tinha me esquecido completamente que hoje era Halloween. Ainda bem. —todos os seus músculos estavam relaxados, finalmente. —Pensei que você tivesse descoberto que semana passada eu queimei sem querer o liquidificador ou então que eu vou ficar de recuperação em química, provavelmente, porque eu não entreguei nenhum trabalho. —falou tranquilamente, como um pensamento em voz alta.
—Como assim? —nestas duas palavras sim, um ódio voraz foi expelido.
—Nada não. —fez a famosa "cara de paisagem" notando que tinha falado muito mais do que deveria. —Estava pensando em fritar umas coxinhas congeladas na AirFryer para a gente comer enquanto assiste o filme. —mudou de assunto e foi caminhando em direção a cozinha como um fugitivo.
—Yuichiro, me explica esse negócio de química direito. —ordenou enfurecido.
—Então você quer ver um filme de terror com química? —desconversou. —Não sei se tem um com essa temática.
Por fim eles assistiram Sobrenatural: A última chave, e comeram os croquetes sugeridos anteriormente, e naquela noite evitaram falar qualquer erro de Yuu. Guren achou mais divertido deixar uma punição em aberto para que ele sofra bastante com antecedência, sendo assim o dia das bruxas do mais novo foi estendido por mais algumas semanas apavorantes, e ele pode confirmar que nenhum espírito maligno dava mais medo que seu pai furioso.
[NOTAS: Espero que tenha sido divertido de ler (=
Essa ideia de um terror/comédia, e esta temática eu pensei a mais de um ano, quando me ocorreu mais ou menos a mesma coisa, minha mãe estava trabalhando de noite, ai ela me mandou uma mensagem falando para eu ficar acordada até ela chegar porque tinha que conversar comigo, isso era umas 19 horas, ela ia chegar lá pra 1 da madrugada. Eu fiquei com o cu trancado todo o tempo refletindo todas as cagadas que já fiz. No final eu tomei bronca, mas achei que seria uma boa ideia fazer um especial com a história parecida.Enfim, feliz Halloween ^^]
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Piquenique do Outro Lado - {MikaYuu}
FanfictionCerto dia, um grupo de desconhecidos após caírem em um sono profundo acordam em um ambiente escuro e horripilante, tal lugar é intitulado como Outro Lado, um mundo dos pesadelos que apresenta monstros, e descobriram da pior forma que se houver morte...