Capítulo 23

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Capítulo 23

Pablo

Danilo jogou os braços em volta do pescoço de Estebán e o beijou com mais força do que eu jamais o vira, o que, infelizmente, dizia muito. Eu estive a par de muitos momentos que eu preferia não ter visto como seu guarda-costas e agora que Vítor não estava indo embora para o território dos Macarter, eu não tinha mais certeza do que era.

— Vem cá — disse Danilo, puxando o alfa pela gravata.

— Onde estamos indo? — Estebán protestou.

— Pra despensa.

— Eles são sempre assim? — Vítor perguntou, tomando outro gole.

— Não, não mesmo. Eles estão em bom comportamento hoje à noite. Normalmente eles são muito piores — eu disse, pegando a bebida de suas mãos. — Morfina, lembra?

— Você não pode simplesmente me deixar ter uma overdose em paz?

— Não, mas eu vou fazer você se sentir melhor. — Eu deixei cair o copo e o deixei quebrar, tomando-o pela mão para puxá-lo em torno dos cacos quebrados.

— Pablo — ele rosnou impaciente, mas ele estava vindo junto comigo. — Eu não estou no clima.

— Você nem sabe para onde estamos indo — lembrei ele, levando-o para fora. A lua estava quase cheia e o espírito do meu lobo estava mais perto da superfície do que o habitual. Eu percebi que agora era tão bom quanto qualquer outro momento, além da própria lua cheia.

Eu o levei para a beira da floresta antes que ele se recusasse a ser persuadido e eu não poderia forçá-lo sem machucá-lo. — O que é isso? — Ele exigiu.

— Esta é a lição um. A primeira de muitas, tenho certeza.

Ele estreitou os olhos. — Do que diabos você está falando?

— Vou ensinar você a se transformar de novo. E se eu não puder fazer isso, vamos descobrir juntos.

Ele olhou para mim como se eu fosse um idiota. Eu estava acostumado com isso. — Eu não posso mudar. Não é uma questão de aprender, é uma questão de ser 'curado'.

— Não há cura — eu disse, pegando as mãos dele. — Não estamos doentes. Eu passei pela mesma coisa que você, mesmo que não fosse tão extremo. Quando eu saí, eu não conseguia sentir a outra metade de mim por semanas, mas acabou voltando.

— Não é o mesmo — disse ele, afastando-se. — O espírito do meu lobo não está apenas dormindo, está morto.

— Eu também pensei isso — eu admiti. — Por um longo tempo, achei que os médicos estavam certos e que minha parte lobo se foi, mas você admitindo que está lá ou não, nosso vínculo me diz a verdade. Eu sei que seu lobo ainda está lá porque é uma parte de você, e eu te amo demais para não chorar se uma parte de você morrer.

Ele olhou para mim novamente, mas desta vez ele parecia ser o único tentando entender. Eu tentei pensar no que eu disse que poderia machucá-lo, mas em vez disso, ele perguntou —Você me ama?

— Sim — eu disse, percebendo que o meu plano para de ser sutil e ir devagar foi para o espaço e o negócio era arriscar com a sinceridade e torcer para ele não fugir de novo. — Você não sabia disso? E aqui eu pensei que você deveria ser o inteligente.

Ele riu nervosamente o suficiente para eu perceber que ele realmente não tinha a mínima ideia. Merda. — Não era assim que eu queria dizer isso — comecei. — Eu só me arrependi de não dizer naquela noite, e toda vez que eu tentava, parecia que era cedo demais ou tarde demais, ou... — Eu parei quando percebi que ele ainda estava apenas olhando. — Esqueça que eu disse qualquer coisa. Esta noite não era para ser sobre isso, ou em como me sinto.

Abrace-me (Lobos de São Paulo #3) CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora