Aguei - Anavitoria ft. Jovem Dionísio
Aguei quando te vi chegar
Pensei: Meu Deus, que beijo bom deve ter
Às vezes me divirto sozinha
Às vezes me divirto pensando em vocêEu provo do gosto que é meu e é bom
Ouço minha voz no meu ouvido
Imagino o som de nós dois juntos
Não acredito que não é real (não é real)
Que é só pensamento, mas parece tão realEu acho que cê cabe na minha boca (ra-ta-ta)
Eu acho que cê cabe na minha boca (ra-ta-ta)
Eu acho que cê cabe na minha boca (ra-ta-ta)
Eu acho que cê cabe na minha boca (ra-ta-ta)
A música pop internacional que toca baixo no carro não distrai a minha mente. É apenas mais um detalhe comum nessa rotina que dividimos, ele me busca pela manhã, o som sempre na mesma playlist internacional do Spotify, o cheiro do perfume floral, cigarro e halls preto. Um silêncio entre nós, no início muito estranho, depois de duas semanas tornou-se comum e natural. É engraçado como nos acostumamos com determinadas situações, mesmo que elas sejam anormais.
Tamboliro o dedo sobre a mochila, estamos chegando em São Paulo, o trânsito daquele jeito de todos os dias, mas tudo aqui me incomoda, apesar da normalidade em tudo, nas mesmas coisas de todos os dias, nada parece normal, nem poderia. Começa quando ele muda a playlist e a banda abertos começa a cantar a música Se fosse tão fácil, logo após vêm essa avalanche de sensações quando o carro estanca de vez por conta da fila de automóveis com seu faróis de frenagem brilhando pela pista escura. O engarrafamento é gigante, eu puxo o ar com força, Pedro faz o mesmo ao meu lado, respirando fundo, só agora me dou conta do que mais está me causando estranhamento.
Eu viro abruptamente meu rosto por instinto, Pedro faz o mesmo, os olhos grandes se prendem em mim, apesar do ambiente interno estar quase na penumbra senão as luzes do painel ou dos carros ao redor, é como se eu os visse nitidamente. Aspiro audivelmente o ar e solto devagar, meu cérebro vai processando as informações, com o fluxo diante de nós parado, ele me fita bem atento.
— Você mandou lavar o carro? — O cheiro está difente, o aroma o seu perfume ainda está aqui, mas o cheiro de carro novo também, tipo, novo mesmo, mas é o mesmo modelo de carro. O carro de sempre.
— Não!
— Está... — Aspiro mais um pouco, rodando o rosto pelo espaço, devagar, fazendo uma espécie de reconhecimento. — ... com cheiro de novo.
— Mas é novo! — Fala devagar.
— Não, não é isso. Sei que é um carro novo, digo que não está com cheiro de cigarro. É um carro do ano... obviamente é novo, mas... não tinha mais esse cheiro característico de banco de couro. — Emendo.
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Para Sempre Seu - Livro 3
Romance"A liberdade muitas vezes é uma palavra com significado relativo e abstrato, para mim, por muitos anos foi considerada como sendo algo figurativo e intangível." Túlio e Pedro