"A liberdade muitas vezes é uma palavra com significado relativo e abstrato, para mim, por muitos anos foi considerada como sendo algo figurativo e intangível."
Túlio e Pedro
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Eu fico meio embasbacado quando Pedro termina de me mostrar toda a sua casa. É uma propriedade bem extensa, luxuosa, com uma modernidade encantadora em cada detalhe da arquitetura, desde a entrada até dentro da área de serviço. O lugar possui requinte e luxo dignos de revista de decoração, porque cada coisa aqui, até mesmo o copo que ele me oferece água, parece custar um rim saudável.
Me mantenho neutro, elogiando tudo com educação, o Simba nos seguiu para todos os lugares, agora come sua ração no canto da cozinha enquanto estamos sentados nas banquetes altas da ilha, apoiados sobre o gigantesco balcão que fica no meio dela. Sua gravata foi abandonada sobre o sofá logo que entramos, bem como a parte de cima do terno, agora apenas a camisa branca com os dois primeiros botões abertos me dá uma visão dos braços firmes por debaixo do tecido quase transparente e os pelos escuros no peitoral. Os dedos trabalham habilmente na tela do celular, os dois cotovelos apoiados na pedra de mármore, eu o estudo sem um pingo de vergonha na cara porque nunca tive a oportunidade de vê-lo tão relaxado dessa maneira.
— Pare de me olhar assim, Túlio. — Um sorriso pequeno desponta na boca adornada pela barba bem aparada e macia. Ele não me olha, gostaria que não me olhasse mesmo, tenho noção de que estou com a maior cara de psicopata, louquinho para voar no seu pescoço e sentir o seu cheiro, a textura da sua pele na minha boca, passear meus dedos por esses botões e abrí-los um a um...
