Ane Duarte
Confesso que fiquei extremamente desconfortável com esse homem me olhando. Pior que ele não me comia com os olhos, como os demais costumam fazer. Ele me olhava esquisito, me causando dúvidas.
Até cheguei a pensar que fiz algo de errado. A pessoa te fitar de tal forma é no mínimo constrangedor.
— Deseja mais alguma coisa? - Perguntei já que ele não parava de me olhar sem dizer nada.
— Não, obrigado. - Ele respondeu me olhando de cima abaixo.
Céus! Acho que ele está querendo me comer, mas não está sabendo pedir.
Não estou fazendo programas porém, não me importaria de fazer um esforço, para atender este lindo homem de pele branca bronzeada, olhos escuros, cabelo preto com um corte baixo e barba perfeitamente alinhada.
— Qualquer coisa, estamos aqui. - Sorri simpática. - Com licença!
É cada uma que me aparece.
Mas a verdade é que nada mais me surpreende. O lado bom de ter experiências com tudo quanto é tipo de homem é esse.
Até veio algumas situações na minha cabeça. Já passei por cada coisa. Até boquete no dedão do pé me pediram.
Quase dei risada ao relembrar do terrível episódio, que obviamente não aceitei. Ah não ser que ele me pagasse um preço maior... o que não aconteceu.
Fui me aproximando e entrei no bar.
Sentei para arrumar os copos. Sentei com uma certa dificuldade, porque estranhamente minha barriguinha de quatro meses já está pesando.
Estou tão cansada ultimamente.
Pude ver Clara se aproximando. Lá vem ela, toda trabalhada no brilho.
Clara é minha amiga e confidente. Nos conhecemos aqui.
— Acabei de transar com um velhote fedorento. - Ela sentou na banqueta, fazendo um sinal para que Alison trouxesse sua cerveja.
— Mais um dia normal na sua vida e ainda tendo que fingir que está prazeroso. - Dei risada.
Alison entregou a cerveja para Clara.
— Obrigada, meu amor. - Agradeceu.
— Depois quero minha recompensa. - Disse malicioso, lambendo os lábios.
— Se manca. - Eles riram.
O Alison é gay.
Ele logo foi atender os novos pedidos.
— Pior, que às vezes eu acho, que as esposas dos homens casados são sortudas. - Encarei ela.
— Você realmente acha? Só se for na arte de se livrarem deles.
— Sim, é isso. por não terem o desprazer de transarem com os seus péssimos maridos, que não aguentam uma sentada. - Ela virou um gole de cerveja.
— Exatamente. Não aguentam uma sentada e depois ainda falam que o preço não compensa o horário. Por que será que não compensa? - Rimos.
— Temos consciência que não estamos aqui para se satisfazer, mas convenhamos, tem situações que são brochantes. Tenha santa paciência! - Ela revirou os olhos.
— Felizmente estou livre de homens fedidos, reclamações e que não aguentam uma sentada. - Pisquei. - Um brinde a esse feto que está na minha barriga.
— Mas perdeu os mais gostosos da noite, atraentes, que transam bem, pagam uma fortuna e ainda te oferecem a melhor bebida da casa. - Ela jogou beijinhos no ar.
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Um Doce Encontro
RomanceUma linda moça, em uma noite de sexta-feira. Uma prostituta ou uma ex prostituta? o fato é que ela trabalha no prostíbulo. Ela, que é tão jovem, se ver perdida novamente e dessa vez sem soluções que possa reverter sua gravidez indesejada. Ele, em u...