Um Doce Encontro

Dorme comigo

Ane Duarte

Sábado à noite.

Um mês depois.

Os finais de semana tem sido um alívio emocional para mim e acredito que para o Bruno também. Ele sempre vem aqui, mantendo firme o nosso acordo de se encontrarmos sem segundas intenções.

Às vezes rola uma tensão sexual entre nós, mas parece que ele fica o tempo todo fugindo, com medo de sentir demais.

O fato dele sempre querer me ajudar, ainda me deixa intrigada e qualquer pessoa de fora que olhasse essa situação, acharia no mínimo entranho. A Clara é a única pessoa que sabe que entre nós não rola nada.

Enfim.

Esses saltos estão acabando com os meus pés, mas eu vou continuar insistindo. Não quero tirá-los.

Coloquei um vestidinho vermelho, bem folgado no corpo porém sensual.

As roupas que eu costumava usar antes já não servem tanto e algumas marcam muito a barriga.

Estou optando por roupas que fiquem mais largas no corpo, porque apesar de me deixar um pouco mais cheinha, a barriga camufla bastante.

Por enquanto ainda consigo esconder. Daqui um tempinho não vai ser mais possível.

E os meus seios estão ficando maiores a cada dia que passa e eu não sei até que ponto isso é sexy pois ele vai olhar pra barriga e lembrar que é um monte de leite acumulado. Droga!

Sempre tive seios naturalmente grandes, mas agora eles estão além do normal.

                                         —

Bruno ficava me olhando como quem quer perguntar alguma coisa. Eu gosto disso.

Bom, eu posso tentar algo com ele. Não seria ruim e não me deixaria nem um pouco desconfortável.

Uma coisa é transar com vários homens na mesma noite, que é o que geralmente acontece. Isso me cansaria bastante.

Outra coisa seria transar apenas com ele. Um homem bonito e atraente e ainda receber por isso.

— Você está muito bonita hoje.

As luzes do quarto estavam apagadas, deixando a led vermelha em destaque por todo o quarto, enquanto ecoava uma música razoavelmente baixa pelo ambiente.

Estávamos em lados opostos da cama.

Ele estava bem a vontade, sem os seus sapatos, sem o paletó e com a gravata afrouxada. Fodidamente gostoso.

Agradeci mentalmente quando ele tirou os sapatos, porque deu abertura para tirar os meus saltos.

Ele bebendo seu whisky e eu bebendo meu drink de melancia sem álcool.

Está sendo horrível não poder consumir bebida alcoólica.

— Hoje? - Ele não estava me olhando, mas virei pra olhá-lo por alguns segundos e pude ver que abriu um sorriso.

Um dos mais lindos que eu já vi.

— Não! Você é naturalmente bonita. - Suspirei.

— Recíproco então. Te acho um cara bonito e não me surpreenderia se dissesse que é casado.

— Não, definitivamente não. Estou solteiro.

— Divorciado? - Sugeri.

— Sim! - Ele me olhou. - Você é certeira.

— Digamos que eu conheço muito bem os homens. - Dei risada.

— Não tenho dúvidas, Ane. Afinal, esse é o seu trabalho. - Ele virou e dessa vez com atenção voltada para mim. Fiz o mesmo.