Quero ajudar seu filho

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Ane Duarte

Impressionante como ele é lindo e além de tudo é charmoso. E é justamente esse charme que contribui pra ele ser tão atraente.

Eu gosto de como ele me encara e tenta me desvendar através do olhar. É recíproco.

— Pô cara, o dinheiro me ajudou demais e talvez você nem tenha noção disso. Muito gentil da sua parte.

Isso aqui está me parecendo um Djavu da sexta passada.

— Essa foi a intenção. Que bom que aceitou. - Ele bebeu um gole de whisky.

— E já que você voltou, eu posso agradecer por mim e por ele.

— Ele? - o Bruno sorriu simpático.

— Sim, é ele, um menininho.

— Você me remete a mãe de menino.

— Que bom! - Sorrir. - Confesso que respirei aliviada quando descobri. Acho que levo jeito com meninos.

— Parabéns! Isso realmente é incrível. - Ele me parecia feliz com a notícia. Que doideira!

— Já tem ideia de como chamá-lo?

— Danso. - Suspirei. - Ele vai se chamar Danso.

— É um bom nome. Acho que ele vai gostar quando crescer.

— Eu também acho que vai. - Disse convencida.

Ele me encarou durante alguns segundos.

— Você sempre trabalhou aqui no bar?

Que inocência dele pensar isso.

— Não, imagina, isso aqui é temporário. - Dei risada. - Eu até servia bebidas antes, mas não era meu lucro principal.

— Então quer dizer que você trabalha como as outras? - Ele me observava sério.

— Pensei que já tinha ficado claro. - Levantei o copo dele que estava no balcão e passei um pano molhado aonde estava sujo.

— Aliás, todas as pessoas aqui usam o corpo pra ganhar dinheiro, Bruno.

— Mesmo grávida você trabalha? - Ele demonstrava curiosidade.

— Até um certo ponto sim. Depois eu comecei a me sentir desconfortável e decidi parar e ficar somente no bar.

— O que o pai da criança acha disso? - Arquei minhas sobrancelhas.

Que? acho que ele está querendo saber demais.

— O que ele acha ou deixa de achar não interessa. - Acabei sendo um pouco ríspida.

— Só acho preocupante uma criança viver no meio disso tudo. Não foi uma pergunta em tom de julgamento.

— Saiba que eu também acho preocupante, mas infelizmente não tenho a solução imediata pra tudo. Estou tentando viver um dia de cada vez.
—-

Entre uma interrupção e outra, já faz algum tempo que estamos aqui conversando.

Estou cantando bastante coisa pra ele e respondendo suas perguntas inesperadas. Ele gosta de saber demais.

— O que acha de subirmos pra um desses quartos?

Foi isso mesmo que ouvi?

Então agora está explicado.

Essa boa vontade repentina tem segundas intenções.

— Esse tempo todo você só estava querendo me comer? - Soltei uma risada. - Previsível, eu diria.

— Não! - Ele abriu um sorriso fodidamente gostoso. - Na verdade minha proposta é outra.

— Que proposta? Rezar um terço?

— Não, eu não te faria rezar um terço aqui. Quero ajudar seu filho.

— Ajudar meu filho? - Franzi a testa.

— Sim! E com isso, toda sexta-feira estou disposto a pagar algumas horas com você. Não vamos transar, apenas desfrutar da companhia um do outro.

— Jura que está me dizendo isso?! Quer me dar dinheiro sem transar comigo? Você... - Ele logo me interrompeu.

— Volto na próxima sexta, Ane. Quero que esteja pronta me esperando. - Ele tirou uma quantia de dinheiro do bolso e colocou em cima do balcão.

Cinco mil reias. Novamente ele deixou cinco mil reais sem ao menos ter consumido tudo isso

O que exatamente ele está querendo? Meu Deus! Quando eu penso que já vi de tudo, me aparece um homem desse, querendo me dar dinheiro fácil ainda por cima.

Não sei se é sorte ou se eu devo me preocupar.

Mas que ele é um puta de um gostoso, isso ele é e muito.

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