| Prólogo |

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Seus olhos pesam...

Agora, não parece ser tão simples assim arquear as pálpebras afim de vislumbrar o que está a sua volta.
E a primeira coisa que vê, por mais que em degradativo e embaçado, é um apático teto acizentado.

Se passear com os olhos em um inclinar dianteiro de cabeça, é possível ver uma de suas quatro paredes, texturizada tais como rochedos rústicos sutilmente amarelados, afinal, um clarão ainda turvo e desfocado reflete sua luz que no momento em questão, serve para descartar a hipótese de que ela já esteve naquele lugar antes.

Por que sua cabeça parece vagar imersiva como em um vácuo no fim do mundo?

Por que todo o seu corpo estirado em um leito recém desperto parece estar em conflito por não saber como foi parar alí?

Por que seus confusos olhos castanhos quase que saem das órbitas no intuito de absorver cada informação espalhada naquele cômodo desconhecido?

Por que um resíduo levemente amargado e árido termina de derrapear pela sua garganta?

Por que uma Protea de cor amarela repousa por de sob o travesseiro do lado destro onde sua cabeça está reclinada?

São tantas as perguntas...
Porém todas derrodeiam por uma única certeza.
A de que alguém deseja privá-la de sua liberdade.

Mas espere, espere um pouco...
Uma luz antes imperceptível se revela ao ascender mediante uma porta de tábuas de mógno...
As engrenagens de sua maçaneta não ocultam o elemento anunciador do manuseio provocado por alguém que logo entrará por alí.

A moça agora assentada no canto de um leito solitário, alicerça os dedos no lençol contra o colchão criando pequenas fendas conforme seus olhos estáticos se voltam para á porta, seus lábios levemente umedecidos se encontram entreabertos conforme sua respiração quase delimita a linha de ofagos suspirantes meio ao ranger da porta e de um molho de chaves que lhe achegam aos ouvidos.

SPLIT: AndrômedaOnde histórias criam vida. Descubra agora