Mal acreditei quando entrei no quarto. Era verdade! Os pais da Clarice queriam me conhecer! Era muito bom para ser real!
Conversamos muito. Sobre tudo até Clarice dormir, depois todos nós saímos e a deixamos descansar.- É... Eduarda, eu posso falar com você? - Chamou a mãe da minha princesa.
- Claro. Vamos até o café, lá teremos mais privacidade.
Ela me seguiu até uma mesa num canto. Bem isolada.
- Olha, eu sei que é difícil pra você aceitar, mas antes que possa dizer qualquer coisa, quero que saiba que amo a tua filha. Eu amo a Clarice, com todas as suas qualidades e defeitos, e vou lutar por ela, e não estou me importando com o que os outros vão dizer, ou pensar de mim. Eu amo a tua filha! E nada nem ninguém vai mudar isso. Quero viver uma vida com ela, casar, ter família, estar ao lado dela até o fim dos meus dias. Pois sei que quando aqueles cabelos estiverem brancos, seu corpo estiver sem forma, e as rugas tiverem tomado seu rosto, o sorriso dela ainda vai ser a única coisa que vou querer ver pela manhã, e o abraço dela ainda será meu porto seguro. Mesmo quando ela não tiver a beleza e a juventude de hoje, ela ainda será minha princesa. E com meu olho enrugadinho vou olhar pra ela e saber que ela é o meu maior tesouro. O maior amor que tive na vida! Por isso, independente do que a senhora me diga agora, eu vou estar ao lado dela!
- Eu acho tão lindo o que me disse agora. - Ela me diz e pega minha mão. - eu só vim te dizer que vocês tem a minha bênção.
Aperto suas mãos e as lágrimas rolam em meu rosto.- Minha filha te ama muito, sabe. Dá de ver pela forma que ela te olha. - ela me diz sorrindo. - Mas eu ainda não entendo, como é que vão conseguir namorar nessa distância toda?
- Isso, eu resolvo! - ouço a voz de minha mãe atrás de mim.
- Como assim?
- Bom, seu pai acabou de me ligar. Seu apartamento, aquele que havíamos te prometido, está comprado.
- Sério mãe? Que... Nossa! Uau! Porra eu tenho um apartamento! - grito sem me importar de estar num hospital. - Mas... no que isso vai ajudar meu namoro?
- Sua casa nova é em Cuiabá.
- Mas e a faculdade?
- Estamos resolvendo isso. - abraço minha mãe. Nem sei o que dizer. Ela é muito incrível!
- Bom, agora você vai sair desse hospital, vamos até a casa da Lua e depois vamos comprar teus móveis.
- Mas mãe, não posso deixar a Clarice aqui.
- Pode e vai! Eu estou aqui pra quê? Ela é minha filha, e vai ficar feliz quando sair e ver a surpresa.
- Quando vocês duas estão juntas... tenho que aguentar! - Aceito finalmente.
Vou até o shopping e compro os móveis. Pelo tanto que minha mãe escolheu, esse apartamento deve ser bem grande.
Saímos de lá e vamos até a imobiliária pegar minhas chaves.
Corremos até o prédio onde irei morar. Fica bem próximo ao shopping e à uma avenida bem movimentada da cidade.Vou morar no 912, um apê grande. Três quartos (com 2 suítes) sala dois ambientes, cozinha e uma sacada. Bem bonito. E o melhor, meu quarto tem banheira!
Minhas coisas vão chegar essa tarde, mas meu carro e minhas roupas só na semana que vem. Isso quer dizer que ganhei roupas novas.
Depois minha mãe (que não para!) vamos para a faculdade federal daqui, é um lugar incrível!
A segunda chamada para medicina não fechou, e minha última nota do enem (que é a nota de corte aqui, não tem vestibular!) é mais que suficiente para eu entrar. Nem acredito que está tudo dando certo!Volto para o hospital às oito da noite e fico do lado de fora do quarto. Minha mãe me obriga a ir dormir em casa.
Acordo às onze da manhã seguinte com um barulho em meu quarto.
Abro os olhos devagar...
É ela! Clarice está aqui! Ela saiu do hospital!
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Tão longe.... Tão perto (Romance Lésbico)
Roman d'amourClarice é uma garota romântica, mas que nunca havia vivido o amor verdadeiro. Eduarda era uma garota que gostava de aventuras e nunca se apaixonou. Um dia o destino resolve juntar essas duas que não tem nada a ver uma com a outra. E ainda moram em...