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Sentada em frente a um vaso sanitário com Lucy segurando meu cabelo, enquanto passo mal por ter bebido demais, é exatamente como eu me encontro agora. Eu avisei que não queria beber, mas ela e Alex insistiram.

- Preciso ir pra casa. - digo logo após passar água no meu rosto.

- Você é muito fraca pra beber. - ela diz rindo.

- Óbvio, essa é a primeira vez que bebo. - digo levemente irritada.

- Tá tudo bem aí, meninas? - Alex, diz do lado de fora da porta do banheiro.

- Sim, está tudo bem. - Lucy diz.

- Fale por si só, por que eu estou péssima. - digo saindo do banheiro.

- Vamos, eu já paguei a conta e vou levar vocês pra casa. - Alex diz.

Entramos no carro e Alex nos leva embora. Chego em casa um pouco tonta. Olho no meu relógio, faltam alguns minutos para as 11 da noite. Tomo banho e deito dormindo logo em seguida.

****

- Rainha Lhya Tenebris, você está sendo acusada do assassinato da Rainha Miriah Solaris...

Após ouvir isso, acordo assustada com barulhos altos dos trovões.

- Parece que é uma tempestade, que estranho, o jornal de hoje de manhã não comentou nada sobre isso. - digo para mim mesma ainda assustada com os barulhos.

Olho em volta e percebo que não estou no meu quarto, como isso seria possível? Eu dormi no meu quarto e acordei em um quarto completamente diferente, onde eu nunca havia estado, muito menos visto.
Ando até a janela para ver onde eu estava, mas não consigo ver nada, estava muito escuro lá fora.
Os trovões são altos, porém não estava chovendo, mas pelo visto choverá logo.
Por entre os barulhos dos trovões ouço alguém me chamando.

- Aniya! Onde você está?! - A voz masculina e suave, gritava a minha procura, os gritos pareciam vir de longe, mas eu não reconhecia aquela voz.

- Olá? Tem alguém aí?! - Abro a porta e ando pelo extenso corredor escuro.

- Aniya, você finalmente está aqui! - Diz um garoto parado no fim do corredor, ao lado de uma enorme janela, não conseguia ver seu rosto por causa do escuro, a luz da lua não estava forte o suficiente para mostrar o seu rosto, mas ele estava de braços cruzados esperando por mim, sua voz parecia um pouco irritadissa, mas ainda sim, parecia feliz em me ver.

- Quem é você? Onde eu estou? E como você me conhece? - digo andando lentamente em sua direção, um pouco desconfiada, pois não o conhecia. De repente ouço barulhos altos, como se o local estivesse sendo invadido por um grupo de pessoas completamente furiosas. O jovem diante de mim se assusta com o barulho e corre em direção escuridão.

- Venha! Por aqui! Rápido! Eles não podem nos capturar, não antes de você cumprir o seu propósito! Vamos! - ele grita seguindo o corredor, que eu achava que acabava na janela mas pelo visto era muito maior do que eu imaginava. Corro atrás dele sem entender nada o que acontecia. Eu não o conhecia, mas o seguir era uma opção melhor do que encarar uma multidão furiosa, que de acordo com ele estava atrás de nós dois.
Ele deveria saber como eu fui parar ali e por que essa pessoas estavam atrás de mim. eu precisava de respostas e esse garoto deve ter algumas. Então, eu corri atrás dele. Quanto mais eu corria mais longe ficava a gritaria das pessoas que invadiram o local, o corredor parecia não ter fim.
Eu estava correndo a uns 10 minutos não tinha mais fôlego então parei para respirar, minhas pernas doíam e eu estava muito ofegante, já estava quase ficando sem ar.

- Venha! Não podemos esperar! Eles vão chegar logo. - dizia ele parado a alguns metros a minha frente. Eu conseguia ver apenas sua silhueta pois estava muito escuro.

- Eu não consigo mais correr, minhas pernas doem muito. - digo ainda ofegante, com as mãos nos joelhos.

Depois de alguns segundos parada recuperando o fôlego, eu volto a correr e ele percebendo que estou melhor, volta a correr na minha frente, me guiando para um lugar que eu nem imagino qual seja. Corremos por mais alguns longos minutos e então chegamos a uma porta, ele a abre e atravessa a mesma logo em seguida a fecha sem me deixar ver o que tem do outro lado.

- Feche os olhos e atravesse correndo! - ouço seu grito logo após ele atravessar a porta. Assim que ele grita, ouço a porta do quarto onde eu acordei ser quebrada e ouço passos de pessoas correndo em minha direção.

- Vai ficar tudo bem Aniya, atravesse antes que eles te peguem! - digo para mim mesma, respirando fundo. De alguma maneira eu sentia que podia confiar nele.

- Vai ficar tudo bem, certo? - sussurro para mim mesma. Enquanto isso os passo apressados das pessoas ficam mais perto, quanto olho para trás eles estavam atravessando a janela que o garoto estava na frente mais cedo, eles realmente parecem furiosos.

- Vamos temos que captura-la! - um dos homens grita furioso.

Talvez agora seja a hora de parar de pensar, e só atravessar logo essa porta, antes que eles me peguem. Fecho meus olhos, abro a porta e a atravesso correndo, porém quando passo pela mesma não sinto mais o chão em meus pés.

- Eu estou caindo!! Isso é muito alto!! Alguém me ajuda!!!! - O garoto não estava mais lá, provavelmente havia caído também, numa tentativa tola de fugir daquelas pessoas.
O vento gelado fez eu me encolher, eu não conseguia ver o chão, por causa da distância, mas conforme eu caía eu comecei a enxergar o chão, e era concreto, puro concreto.
O corpo do garoto deveria estar lá, mas não havia nada, apenas o chão com que eu iria colidir e morrer, não tinha como eu me salvar, então simplesmente fechei os olhos e aceitei a ideia de que iria morrer ali.

Alguns segundos se passaram e eu não senti mais nada.

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Notas da autora

Olá!
Desde já peço desculpas pelos erros de escrita. Esse capítulo não foi revisado.
Se gostou, não esqueça de curtir e comentar.
Nos vemos no próximo capítulo.

O Castelo NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora