III

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Olho meu relógio e percebo que já estou 15 minutos atrasada para o trabalho. Me arrumo o mais rápido que posso e passo pela cozinha para pegar uma maçã, pois não daria tempo de almoçar agora.
- Filha? Achei que já tinha ido pro trabalho, eu te chamei para comer e você não respondeu. - mamãe diz secando as mãos em um pano de prato. Ela havia acabado de lavar as louças que foram sujas no almoço.
- Eu acabei cochilando e perdendo a hora. Tenho que correr, já estou atrasada pro trabalho. Até mais tarde, tchau! - eu digo pegando uma maçã da fruteira e saio de casa.
Corro até o meu trabalho, quando chego, Alex estava atendendo um dos clientes. Entro no restaurante e vou até o balcão e espero ele.

- Você veio correndo até aqui, não é? - ele diz rindo.

- Não ria, ok? - digo ofegante.
- Aconteceu alguma coisa, pra você se atrasar? - ele pergunta me entregando meu caderninho.

- Não dormi bem essa noite e resolvi tirar um cochilo antes do almoço e acabei perdendo a hora. - digo pegando o caderno.

- Já tive dias assim também. Está tudo certo, você já está aqui e não foi um atraso muito grande. - Ele diz se sentando na frente do computador.

Depois de alguns minutos conversando com ele, mais clientes começam a chegar, conforme vou atendendo todos as horas passam, quando percebo já são 6:20 da noite, não tem mais clientes no restaurante e Lu está indo para casa.

- Tenham uma ótima noite, pessoal! - ela diz pegando sua bolsa e indo em direção a porta.

- Uma boa noite pra você também, Lu. - digo vendo a mesma sair pela porta.

Continuo organizando as mesas e cadeiras para fecharmos.
Depois de arrumar tudo e fechar o local, Alex e eu vamos andando em direção a minha casa até que minha barriga ronca de fome e nós dois rimos da situação.

- Você não almoçou hoje? - Ele diz ainda rindo um pouco.

- Não tive tempo, comi só uma maçã no caminho. - afirmo passando a mão na barriga.

- Vem, eu vou te pagar um cachorro quente. - ele diz me levando para a barraquinha de cachorro quente que fica na pracinha perto da minha casa.

Nós comemos e vamos andando até minha casa.

- Não precisa ir trabalhar amanhã, ok? - ele diz sorrindo.

- Não, tá tudo bem, eu só preciso de uma boa noite de sono. - digo parando na frente de casa.

- Ani...você já trabalhou ontem e era seu aniversário e você ainda passou mal por que bebeu demais. - ele diz parecendo preocupado

- Tá ok, então, mas não vai descontar do meu salário, hein? - digo rindo para aliviar sua preocupação.

- Não se preocupe, apenas descanse, ok? Boa noite. - ele diz sorindo e indo embora.

Pelo menos poderei descansar um pouco. Aviso aos meus pais que já jantei e que não irei trabalhar amanhã. Logo depois de tomar banho e me vestir, me deito para dormir, mas começo a pensar nos sonhos estranhos que venho tendo ultimamente.

- Quem é aquele garoto? Por que nunca consigo ver seu rosto? E por que ele estava amarrado lá? São tantas perguntas, sem nenhuma resposta, eu nem sei por que estou tão preocupada com ele, aquilo era só um sonho. - falo para mim mesma enquanto me aconchego na cama para dormir.

Espero que eu não tenha mais esses sonhos. Logo após dormir, lá estava eu novamente no mesmo lugar, mas não acordei no quarto de sempre, dessa vez estou sentada em uma cadeira em um enorme salão, e logo a minha frente haviam dois tronos prateados com almofadas pretas, onde estou deve ser a sala do trono.

- Então eu realmente estou em um castelo. - afirmo para mim mesma enquanto levanto da cadeira em que estava sentada.

Me dou conta de que o garoto ainda poderia estar preso lá, começo a procurá-lo, passo um tempo andando pelo local. Esse castelo é enorme, estou andando a horas e ainda não cheguei na escada em espiral que fica onde o garoto estava preso da última vez.

- Tem alguém aí?! - grito na esperança que o rapaz responda, para que eu possa ir até ele.Mas ninguém responde.

Esse lugar parece sempre tão vazio, sombrio e sem vida. Ando por mais alguns minutos e acho a porta que leva até o jardim, atravesso a mesma e sinto o cheiro das rosas e maçãs, vou até a macieira e fico olhando as frutas, elas parecem deliciosas, são de um tom de vermelho que quase se compara a preto de tão escuras que são.
Fico na ponta dos pés para pegar uma das frutas, quando estou prestes a alcança-lá ouço um grito de dor vindo do castelo. Na esperança de ser o jovem dos outros sonhos, adentro o castelo correndo.

- Onde você está?! - grito esperando que ele me responda, mas isso não acontece.

- O que será que aconteceu? - sussurro para mim mesma enquanto ando pelo local.

Depois de andar mais alguns minutos encontro a sala onde ele estava preso, mas ele não está mais lá. Tudo que resta são as 4 correntes quebradas, os lugares onde prendiam seus pulsos e pernas não estavam mais lá, ele deve ter quebrado-às, por isso o grito tão alto. Mas onde ele está agora?
Continuo andando pelo castelo a procura do misterioso e intrigante garoto dos meus sonhos.
Minutos depois o despertador toca, me tirando do meu sonho. Eu esqueci de desativa-lo ontem antes de dormir.

- Mas que merda. - digo me levantando da cama para tomar um banho.

Pra onde será que ele foi, ele simplesmente partiu as correntes ao meio e sumiu sem me chamar, sem me procurar, será que alguém fez alguma coisa com ele?

- Pare se ser idiota, Aniya, ele nem existe, são só sonhos idiotas. - digo batendo de leve em minha cabeça.

Por mais que eu saiba que tudo isso são apenas sonhos, sinto que tudo aquilo é real, que aquele garoto existe e que ele é importante pra mim, mesmo estando dentro de um sonho, sinto que aquele mundo, aquele castelo, que tudo aquilo existe em algum lugar, além da minha mente.
Tudo isso é bobagem, não passam de sonhos bobos.

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Notas da autora

Olá!
Desde já peço desculpas pelos erros de escrita. Esse capítulo não foi revisado.
Se gostou, não esqueça de curtir e comentar.
Nos vemos no próximo capítulo.

O Castelo NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora