VI

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- Me ligue se precisar de ajuda, se acontecer alguma coisa ou até mesmo se for só pra conversar. - ele diz rindo um pouco nervoso, quando paramos em frente a minha casa.

- Pode deixar, eu ligo sim. - digo rindo de seu nervosismo e o abraço. - Obrigado, por me acompanhar, Alê.

- Não precisa me agradecer por cuidar de você, pequena. - ele diz retribuindo o abraço e beijando minha testa.

- Eu vou entrar e tomar um banho pra espairecer um pouco a minha cabeça. - digo me soltando de seus braços.

- Ok, aproveite o restante do seu dia de folga, nos vemos amanhã. - ele beija minha bochecha.

- Até amanhã e bom trabalho. - sorrio e entro em casa.

Ver Alex preocupado desse jeito, me fez perceber o quão importante eu sou pra ele, e isso fez com que aquela antiga paixão do ensino médio começasse a se reacender dentro de mim. Talvez ele seja minha alma gêmea somos tão similares, nos damos tão bem e sempre nos entendemos. Lucy sempre diz que eu estou desperdiçando minha vida, procurando por minha alma gêmea, ela diz que isso não existe e que eu deveria me apaixonar, ter namorados, e aproveitar a vida, pois nenhum relacionamento dura para sempre, mas eu acredito que um dia eu vou achar uma pessoa que me ame do fundo de sua alma, que morreria e mataria por mim, e eu faria o mesmo por ela. Talvez eu esteja sendo romântica demais, mas o que eu posso fazer se meu coração me diz que um dia encontrarei alguém assim?

Entro no meu quarto, deixo a minha bolsa e o livro sobre o criado-mudo e vou em direção ao banheiro para tomar um banho quente e espairecer minha cabeça.
Após o banho me enrolo na toalha e vou até meu guarda roupa, enquanto estou me vestindo, percebo que meu guarda roupa fica de frente pra janela.

- Se a pessoa que me seguiu hoje me segue a muito tempo, será que ela já viu eu me vestindo ou até mesmo nua?! - vou até a janela e fecho a cortina, muito assustada e envergonhada com a hipótese de isso ser verdade.

Nunca havia me importado com isso antes, pois meu quarto fica do segundo andar da casa. Mas se tem alguém me seguindo, tem sim a hipótese dessa pessoa já ter me visto nua!!

- Melhor eu parar de pensar nisso ou vou acabar ficando paranóica e com mania de perseguição, vou ler um pouco tentar pra me distrair. - me visto e me jogo na cama.

Vou ler esse livro logo antes que eu morra de curiosidade sobre ele.

- Vamos ver o que você tem aí pra mim. - pego o livro que estava sobre o criado-mudo e o abro na página seguinte a do mapa.

"Introdução

A muito tempo atrás Astana era um país unificado, com Vernalia como sua capital, Tácius, o rei da época, era um péssimo homem, seu reinado era abusivo, ele obrigava as pessoas a pagarem grandes quantidades de impostos, ninguém além da família real e de seus duques, tinha uma boa vida, pois todo o povo era extorquido, maltrado e humilhado por Tácius e seus duques.
Mas um dia surgiu um boato de que a antiga lenda dos grandes dragões era real. A lenda dizia:


"Cinco poderosos dragões,
andam pela terra,
quem os encontrar,
e do vosso sangue tomar,
poderoso como eles,
ficará."

E com esse boato o rei Tácius, colocou grande parte de seu exército a procura das grandes feras voadoras. Quando os duque de Aurea, Aqualin, Gélis, Pélago, Tenebris, Vernaro, Vernea e Verni, descobriram os planos de Tácius, também colocaram imediatamente seus guardas a procura dragões, sem que o rei soubesse.
Quando o povo de Astana, soube que a lenda poderia ser real eles viram uma chance de acabar com o reinado de Tácius. Muitas pessoas resolveram caçar os dragões por conta própria, afinal quem conseguisse os poderes também conseguiria o trono, desde que obtivesse os poderes antes todos."

Caramba que livro interessante, e isso tudo é só a introdução. Seja lá quem escreveu esse livro tem muita criatividade.

-Preciso de um café, para apreciar ainda mais esse livro. - prendo meu cabelo e vou até a cozinha.

Quando estou colocando meu café, ouço um barulho de algo caindo, vindo do andar de cima.

- Que estranho pensei que não tivesse ninguém em casa, será que a mamãe tava dormindo? - guardo a garrafa sobre o balcão e pego minha caneca. - Mãe?! Tá tudo bem aí em cima? - subo as escadas tomando o café e quando chego na porta do meu quarto vejo que meu abajur havia caído e tinha pedaços dele por todo o chão do quarto.

E em cima da minha cama estava uma rosa completamente preta como as do jardim do castelo que eu havia sonhado.

- Mas que merda é essa?!

Como alguém saberia do meu sonho? Ou melhor como alguém entrou no meu quarto?! Será que ainda tem alguém aqui dentro de casa? Merda!

- Eu vou ligar pro Alex, vou chamar ele pra vir aqui. Cadê o meu celular?! - ando até o criado mudo e acabo pisando em um caco de vidro do abajur e sinto um dor muito grande no calcanhar. - Aí! Merda! O caco deve ter que quebrado dentro do meu pé. - reviro a bolsa procurando o celular, mas não encontro nada. - Onde está? - as lágrimas caem dos meus olhos e a essa altura eu já não sei mais se é de dor ou de medo.

Mas que merda! Onde eu deixei? Estava no meu bolso quando eu cheguei em casa!
Vou até o banheiro procurar e quando entro encontro o celular sobre a pia, tranco a porta, me sento no chão e ligo para Alex.

- Aí merda, o caco realmente quebrou quebrou dentro do meu pé, eu consigo sentir ele me furando cada vez que eu piso no chão. - digo chorando tentando tirar o caco e acabo sentindo uma dor maior ainda.

- Oi, Ani? O que houve com seu pé? Por que você tá chorando? - ele diz preocupado do outro lado da linha.

- Oi! Alê, eu preciso que você venha aqui em casa agora, por favor. - digo chorando.

- Ok, ok, não desliga, eu já tô indo.

- Ok. Mas, vem logo.

- Já estou a caminho, se acalma por favor.

Fico tentando tirar o caco, mas não consigo ver onde ele está, pois o caco está um pouco fundo e sai mais sangue a cada vez que eu tento tira-lo.
Enquanto isso do outro lado da linha, Alex fazia várias piadas ruins, pois ele sabia que eu ia acabar rindo. Depois de alguns minutos rindo, eu acabei me acalmando e parando de chorar.

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Notas da autora

Olá!
Desde já peço desculpas pelos erros de escrita. Esse capítulo não foi revisado.
Se gostou, não esqueça de curtir e comentar.
Nos vemos no próximo capítulo.

O Castelo NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora