Capítulo 6

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Já passava de meia noite quando Jaehyun foi obrigado a sair da cama, onde tinha se deitado há pouco menos de vinte minutos para tentar dormir após analisar os arquivos que Yuta tinha lhe enviado. Jaehyun ainda estava bastante incomodado com o que tinha acontecido na festa do Byun, por várias razões, e pediu ao japonês para conseguir a ficha completa de Kwon Jiyong.

Jeong nasceu e vivia no mundo da máfia para saber distinguir e reconhecer aqueles que eram como ele, até mesmo pelo cheiro. E algo lhe dizia que Kwon era mais do que deixava transparecer naquela fachada de playboy tatuado arrogante. Mas incrivelmente, a ficha do cara estava limpa. Limpa demais até... E aquilo deixou Jaehyun ainda mais incomodado.

Embora, naquele momento, havia outra coisa lhe perturbando ainda mais.

⎯ Que diabos? ⎯ Jaehyun resmungou enquanto voltava para a sala. Geralmente Yuta e Johnny eram os únicos que iam a sua casa para perturbá-lo, e os dois ainda estavam em Incheon com o chefe, então quem mais poderia estar ali aquela hora?

Jaehyun estava em alerta, ciente de cada ponto do apartamento onde sempre deixava uma arma estrategicamente guardada para situações de emergência. Ele pressionou o botão digital do interfone e esperou alguns segundos para detectar qualquer movimentação suspeita no outro lado da linha, mas tudo o que ouviu foi o barulho da chuva torrencial que já caia há mais de uma hora.

⎯ Sim? ⎯ Jaehyun franziu as sobrancelhas quando ouviu um fungado suave ao fundo. Mas talvez ele estivesse imaginando coisas.

⎯ Sr. Jeong? Me desculpe por incomodá-lo, mas tem alguém aqui insistindo que precisa vê-lo. E-eu lhe disse que o senhor não recebe visitas, mas ele continuou insistindo e está chovendo bastante... ⎯ O rapaz que fazia a ronda noturna do prédio falava, tão nervoso, que quase tropeçava nas própria palavras. ⎯ E ele está chorando muito também, então eu realmente não sei-

⎯ O que? ⎯ Jaehyun grunhiu tentando entender o que diabos estava acontecendo. Mas no fundo ele já sabia, só não queria acreditar. ⎯ Quem está chorando?

Jaehyun fechou os olhos, tentando se convencer de que a pessoa que estava na portaria de seu prédio era Yuta, que por algum motivo impossível e até mesmo inexistente, tinha voltado antes do chefe, e estava chorando lá embaixo na chuva porque levou outro fora de Dong Sicheng.

⎯ O garoto... Que está aqui.

Ele cerrou o punho contra a parede e quase bateu a testa ali também. Não era possível que aquele garoto estivesse em sua casa. Como diabos ele sabia onde Jaehyun morava, para início de conversa?

⎯ Mande-o embora. ⎯ Jaehyun disse depois de alguns segundos. Porque de jeito nenhum ele iria deixar Taeyong subir. Já tinha ido longe demais e não precisava dar mais um passo por conta própria em direção a sua ruína.

Hoje mesmo depois de deixar o garoto em casa, Jaehyun esteve travando mais uma batalha naquele dilema tortuoso entre acabar com o que quer que fosse que ele e Taeyong estava começando, e ceder as suas próprias vontades. Porque por mais que desejasse ter aquele garoto em seus braços, de uma forma que nunca poderia confessar em voz alta, aquilo que estavam fazendo era perigoso de tantas formas que ele nem sabia por onde começar a numerar os motivos pelos quais não deveria, de jeito nenhum, continuar deixando Taeyong deslizar cada vez mais para dentro de sua vida.

O olhar que Doyoung lhe deu mais cedo quando viu o irmão mais novo saindo de seu carro talvez devesse estar no topo dessa lista, junto com o fato de que Lee Donghae mandará castrá-lo com um canivete enferrujado antes de executá-lo, caso venha a descobrir o que ele já andou fazendo com seu filho mais novo. E ainda havia o fato de Jaehyun ser um homem com muitos inimigos esperando apenas uma oportunidade para descobrir seu calcanhar de Aquiles.

Belladonna • JAEYONG Onde histórias criam vida. Descubra agora