15 dias depois.
Jaehyun girou o copo de cristal com uma dose de whisky intocado, já quente, entre os dedos enquanto assista sem muito interesse os convidados e clientes entrando no Chroma Club naquele típico caleidoscópio de cores vivas e brilhantes que compõe a vida noturna agitada. Duas semanas haviam se passado quase em um piscar de olhos e a inauguração da mais nova aquisição do grupo Lee, o clube noturno de Incheon, finalmente estava sendo inaugurado da melhor forma que poderia; com luxo, conforto e casa lotada.
Jeong estava na cidade há pouco menos de vinte e quatro horas, e mesmo com Donghae insistindo que ele estava isento de qualquer trabalho do grupo enquanto se recuperava, fez questão de vir a inauguração do Chroma. Graças ao seu bom condicionamento físico, o ferimento em seu ombro já estava quase completamente curado e Jaehyun já não sentia mais dor, assim como também já conseguia fazer tudo por si mesmo. Embora, estar sob os cuidados de um certo pequeno enfermeiro desajeitado de cabelos púrpura fosse algo que ele sentia falta. Um pouco demais até. Mas, obviamente, ele nunca admitiria aquilo.
Taeyong passou quase um dia inteiro em sua casa depois de descobrir que Jaehyun tinha sido baleado. Tão gentil e dedicado limpando o ferimento incômodo e trocando seus curativos, o ajudando a tomar banho e preparando refeições que eram surpreendentemente deliciosas demais, e ele só acreditou que era realmente o garoto que estava cozinhando, porque quando acordou na manhã seguinte e Taeyong não estava ao seu lado na cama, Jaehyun o encontrou na cozinha preparando o café da manhã com a melodia de My Funny Valentine de Chet Baker tocando em seu celular, enquanto ele balançava levemente o corpo pequeno dentro da camiseta de Jeong, que era grande demais para ele. E foi lindo ver a imagem do garoto com aquelas longas pernas nuas e pés descalços cortando frutas em uma tábua sobre a pia de sua cozinha, enquanto a gola V de sua camiseta preta pendia por um daqueles ombros magros, deixando aquelas belas clavículas claras expostas. As mangas largas alçando aqueles cotovelos ossudinhos e rosados, e o cabelo fofo despenteado naquela bagunça adorável que parecia implorar para que Jaehyun os arrumasse com seus próprios dedos.
Taeyong também administrou cuidadosamente todos os medicamentos que Taeil havia lhe prescrevido, e o garoto era realmente muito competente em seu trabalho de enfermeiro, porque ele iria obrigar Jaehyun a tomar todos aqueles comprimidos de cores estranhas e gosto duvidoso, com a autoridade de um verdadeiro líder mafioso. E Jaehyun estava mais do que feliz em obedecer, porque os sorrisos genuínos e os beijinhos doces que Taeyong sempre pressionava em sua testa após cada pílula tomada, eram como um bálsamo milagroso acelerando o processo de cura de seu ombro lacerado.
No início da tarde, mesmo relutante, Taeyong teve que ir embora e deixá-lo sozinho, porque Donghae havia ligado dizendo que estava indo buscá-lo na casa de Taemin. E o garoto precisou correr contra o relógio com ajuda de Yuta e Johnny para chegar na casa do tio a tempo de parecer que ele nunca saiu de lá. Mas antes de deixar o apartamento de Jaehyun, ele o fez prometer que ia estar sempre com o celular por perto para ter notícias dele, e que Jaehyun iria comer comida decente, em vez de apenas macarrão instantâneo e café expresso. Na manhã seguinte, ele mandou uma mensagem dizendo que estava voando para Hong Kong com Doyoung, onde passariam alguns dias para comemorar o aniversário de 70 anos do avô, e que voltariam na semana seguinte para a festa de inauguração da Chroma.
Jaehyun cumpriu suas promessas de manter contato e se cuidar corretamente. Mesmo com o fuso horário de Seoul uma hora à frente de Hong Kong, todos os dias o garoto lhe mandava uma mensagem no horário exato de cada um de seus remédios, e quando Jaehyun não respondia a tempo, ele ligava para lhe dar uma bronca.
E ainda que trocassem mensagens com Taeyong todos os dias, seu apartamento estava submerso naquele vazio novamente.
Ele podia contar nos dedos de uma única mão a quantidade de vezes que Taeyong esteve ali e ainda sobrariam dígitos, mas por alguma razão, Jaehyun sentia sua ausência como se o garoto sempre tivesse pertencido a seu próprio espaço. Semanas atrás, silêncio era o som favorito de Jaehyun. Agora, ele sentia falta da risada de Taeyong ecoando naquelas paredes sem cor, que contrastava totalmente com o tom púrpura vívido de seu cabelo bagunçado enquanto ele perambulava descalço pelo apartamento de Jaehyun usando apenas uma de suas camisetas velhas, que era grande demais para aquele corpo delicado.
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Belladonna • JAEYONG
Fiksi Penggemar"Ninguém nunca me diz não, Jeong. E eu sempre consigo o que eu quero." "Bem, há uma primeira vez para tudo, princesa." Ou, Onde Jaehyun trabalha para um influente grupo da máfia sul-coreana. E Taeyong é o filho mais novo e mimado de seu chefe que, d...