Alice Kim: A Herdeira de Mystic Falls.

39. Damon.

A viagem até a ilha sei lá das quantas foi tranquila, apesar de Elena e Rebekah ficarem se alfinetando o tempo todo. Se Elena não estivesse apaixonada por mim eu diria que está disputando com Rebekah pelo coração de Stefan, mas a cada dia que se passa eu fico mais certo de que isso está longe de acontecer. Elena está gamada em mim, o que eu não gosto, mas não revelo, não sei como dizer à ela.

Tivemos que buscar o Professor Esquisito na delegacia e esperar Alice chegar, ela se atrasou. Saímos um pouco mais tarde que o planejado, mas está tudo bem, quanto mais rápido a noite chegar, melhor para mim, caçar sozinho vai ser uma vantagem, a não ser que algum mocinho decida me impedir. Argh.

A única coisa que realmente me incomodou durante a viagem foi o distanciamento de Alice. Ela chegou um pouco atordoada na delegacia e quase não falou comigo ou com ninguém, só questionou algumas coisas ao professor e simplesmente se calou. Gostaria de saber o que aconteceu ou o que está se passando na mente dela para ela estar tão estranha assim. Será que eu fiz alguma coisa? Talvez o lance todo com a Elena esteja a estressando, afinal, Elena se joga para cima de mim sempre que pode e eu quase nunca consigo dizer não, senão recuar um pouco e continuar ali ouvindo. Eu sei que isso é errado, sinto um nó no meu peito sempre que eu deixo esses tipos de coisas acontecerem na frente da Alice, mas eu realmente não sei como lidar com Elena. Tentei me afastar uma vez e isso a destruiu, principalmente por causa da ligação que agora ela tem comigo, então como eu vou dizer à ela que pare com esses flertes aleatórios e me deixe em paz porque eu amo outra pessoa?

Uma recém-vampira com os sentimentos à flor da pele vai surtar, assim como Charlotte, uma vampira que era ligada à mim e apaixonada e que literalmente passou anos contando cada tijolo da cidade quando eu mandei. Me senti horrível quando percebi que ela ainda esperava por mim. E se Elena ficar do mesmo jeito? Como eu queria que essa maldita ligação não existisse!

Alice. Ela nunca foi ligada assim à mim e espero que nem tenha que ser um dia, mas parece que cada pedacinho do meu corpo me leva à ela. Como se eu fosse dela e ela fosse minha. Bom, de certa forma é isso, mas admirando ela carregando suas coisas do barco, me faz pensar no que poderemos perder se ficarmos juntos. Ela perdeu os poderes e as memórias; eu perdi o amor da minha vida. Se por acaso um dia voltarmos a ficar juntos, temo que podemos não só perder isso, mas sim nossas vidas. Sinto vontade de morrer queimado ao sol ao pensar em não poder ver Alice outra vez, em não poder sentir o seu aroma de chocolate e nem ver o seu sorriso brilhante que me contagia. Eu a amo, com todas as minhas forças. Talvez, por ela, eu seria capaz de usar a cura idiota, algo que me surpreende pensar, visto que eu amo ser vampiro. Mas... Por ela, para viver com ela, eu faria isso.

- Parabéns... Conseguimos. - O Professor Esquisito diz ao pisar na ilha.

Todos estamos tensos, por isso, não respondemos nada. O professor nos trouxe a um lugar do qual nem sabemos direito como sair e junto com isso, estamos em suas mãos se quisermos realmente achar a cura. Que porre.

Deixo minha mochila e minhas coisas ao lado de um tronco qualquer que encontro e tiro meu facão para começar a afiar ele. Sei que sou vampiro, mas nunca se sabe quando iremos precisar de um facão, então...

No momento em que começo a desmanchar minhas coisas, vejo ao longe Alice, deixando as dela em baixo de uma árvore, ao lado das coisas da bruxa Bennett. Paro por um segundo para admirar ela. Está frio na ilha, sei disso, mesmo que eu não sinta, suas roupas de frio explicam isso. Ela ficou fofa e ao mesmo tempo estonteante; Ela é tão linda.

Nossos olhares se encontram quando ela se vira de repente para mim, desvio rápido e involuntariamente como um reflexo, mas logo a olho de volta e ela está ali, me olhando ainda. Aceno para ela e ela acena de volta, me oferecendo um sorriso de canto. Retribuo. Sinto-me nervoso quando recebo um sorriso maior, mas respiro fundo e crio uma coragem enorme de me levantar e ir até ela. Minhas mãos começam a suar.