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O ar condicionado da sala da empresa deixava o ambiente frio, o que causava arrepio nos pelos dos braços de Harry, que estava estava sentado de forma desleixada em uma poltrona de couro, próximo a mesa do seu pai, que prestava atenção em uma papelada. Edward lia alguns papéis em frente a mesa, segurando um maço de cigarro entre seus dedos da outra mão. O ômega franziu o nariz ao sentir um cheiro que ele deduziu ser maconha.

- Esse trabalho não devia ser da Gemma? - O alfa lupus questionou, colocando o papel sobre a mesa. - É ela quem toma conta dessa parte dos negócios.

- Gemma está resolvendo impasses com a máfia alemã. - Desmond diz encarando o filho, o olhando como se desse uma explicação silenciosa. - Inclusive, logo você terá um trabalho importante, estarei ocupado pelos próximos dias então não poderei comparecer a reunião com o ministro. Falarei com Gemma para voltar para Paris, pois em breve será a festa em comemoração a entrada de Harry à máfia. - Harry passou a prestar mais atenção ao que seu nome foi citado.

- Quando será essa festa? - O ômega questionou.

- Quando você se sentir pronto para isso. - Desmond disse, suavizando seu tom ao se dirigir ao seu filho ômega. - Terá apenas os membros da máfia russa e talvez alguns da italiana.

- Talvez? - Edward arqueou as sobrancelhas. - Pai, eu sou da máfia italiana.

- Você não é, Edward, você é um Styles.

- Sou um Styles que faz parte da Cosa Nostra há muitos anos. - Desmond revira os olhos, descontente. - Pai, você tem a Gemma para cuidar de tudo, não precisa de mim.

- Porque eu estou sentindo que você vai arrastar o Harry para aquela máfia? - Desmond diz, levemente irritado.

- Ok, eu estou indo. - Harry diz ao perceber a discussão que estava acontecendo ali.

- Espere, Harry. - Desmond diz, novamente suavizando seu tom. - Precisamos conversar antes.

- Sobre o quê? - O ômega se encostou novamente no estofado, ouvindo o que seu pai iria dizer.

Pelo fato de Harry ser um ômega lupus, ele podia ouvir muitas coisas ao seu redor em um volume bem maior que o que é normal, como as vozes que vinham de todos cantos do prédio e o som do sapato social de Desmond batendo contra o chão com certa frequência, demonstrando seu nervosismo.

- Não pense que não fiquei sabendo do que aconteceu em Londres há dois meses atrás. - Desmond diz, olhando diretamente para o alfa lupus. - Achou que iria investigar isso sozinho e eu não iria ficar sabendo?

- Relaxa, pai, eu estou cuidando disso.

- Não, Edward. - Desmond diz seriamente. - Harry, você pode me dizer como você conheceu Brian Bradford? - O ômega finalmente entende sobre o que eles estavam falando, e então sente medo do que iria saber em seguida.

- Ele estudava no mesmo colégio que eu. - Explicou. - A gente se aproximou depois de uma festa que nós fomos. - corou ao dizer, tentando dar a entender o que teria acontecido a partir disso.

- Já era de se esperar. - Desmond suspirou. - Brian Bradford é filho de uma das famílias mais antigas que compõem a máfia mexicana. - Explicou. Harry o encarou estático. - Esse garoto coletou informações sobre você para planejar o sequestro quase perfeito, o que teria acontecido naquele dia se Louis Tomlinson não tivesse percebido seu sumiço.

[...]


O dia estava ensolarado naquela tarde, o tempo estava agradável. No som do carro tocava baixo alguma música aleatória da banda Queen, mas na mente de Louis só se passava o cheiro doce e atrativo de gardênias do irmão mais novo do seu amigo. O alfa lupus passou a mão entre seus cabelos lisos, se repreendendo por estar pensando naquele ômega lindo.

Double Life [L.S] ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora