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Era fim de tarde de uma sexta-feira. O sol estava se pondo no horizonte em uma mistura de cores que formavam a mais bela das artes. Harry observou esse fenômeno quando saía do prédio do seu curso de Francês. Ao sair, um carro preto parou em sua frente. Quando abaixou o vidro, ele viu que era Vincenzo.

- Por onde andou? Se eu não viesse atrás de você, iria achar que havia morrido e esquecido de avisar. - Vincenzo disse alto, chamando a atenção de algumas pessoas que passavam pela rua. - Entra no carro. - Harry deu a volta e entrou no automóvel.

- Foi você quem sumiu primeiro. - Harry acusou.

- Não exatamente. - ele voltou a dirigir mais rápido do que era permitido pela lei. - Depois de todo aquele caos na casa do Tomlinson com Desmond Styles, eu não pude te ver depois porque Niall entrou no hut dele. - o ômega explicou, olhando para frente.

- É verdade, eu já estava me esquecendo disso. - Harry diz. - E como foi? - Vincenzo sorriu, puxando a gola da sua camisa para baixo. Harry o encarou chocado.

- Vocês estão atados agora? Pela Lua!

- Estamos. Nós conversamos sobre isso bem antes do rut dele. Nossa conexão é inexplicável, Harry. Eu amo ele. - Harry sorriu, feliz pela notícia.

- Não sabe como fico feliz em ouvir isso. Você me parece tão bem com isso.

- E eu estou. Eu me sinto outra pessoa, entende? Não sou o mesmo Vincenzo. Foi por isso que ficamos tantos dias longe. Tiramos um tempo para ficarmos juntos, sozinhos. - suspirou. - Agora me conte tudo. Me diz o que aconteceu em Moscou e porque Desmond estava daquele jeito naquele dia.

E então Harry contou tudo. Desde a sua ligação de almas com Louis, até o plano ridículo do seu pai de tentar os separar. Contou sobre sua decisão de se afastar da Bratva permanentemente e começar a faculdade e seguir sua vida como havia planejado anteriormente.

- Seu pai é um grande de um idiota. - ele disse por fim. - E devo acrescentar que se um dia você perdoá-lo, ele deve agradecer a você eternamente por isso, porque para a natureza dos lupus, tentar separar duas almas gêmeas é um erro gravíssimo a ser cometido.

- Eu sei. Eu passei a estudar sobre os lupus desde esse dia. Comprei alguns livros que tratam do assunto.

- Isso é bom. E para ser sincero, não estou surpreso que vocês sejam almas gêmeas. Eu sentia de longe a química que existe entre vocês, era meio óbvio, até porque vocês dois são lupus.

- Pra mim não era óbvio. - o ômega riu.

- É bom saber que você está seguindo sua vida da forma que te faz feliz. Se quer ser professor de criança, vai em frente. É o seu sonho. Eu fui criado em exercício de me preparar para cuidar dos negócios da minha família até eu encontrar um alfa, que a partir daí eu teria que fazer o máximo para agradar ele e cuidar do nossos filhotes, porque depois disso ele iria cuidar de tudo.

- Não consigo entender porque eles ainda insistem em seguir com essa hierarquia.

- Nem eu. Mas não é isso que vai acontecer. Não vou ficar aprisionado em uma casa enorme, eu não consigo me imaginar vivendo assim.

Vincenzo estacionou o carro em frente a sede da Cosa Nostra. Era a primeira vez em quase um mês que Harry vinha ali. O ômega lupus se sentiu um pouco nervoso ao se lembrar que também não via Louis desde o encontro dos dois no parque. Desde a declaração de que estavam perdidamente apaixonados um pelo outro.

- Vai haver uma reunião do círculo íntimo agora. Louis disse para eu te trazer para cá. Ele quer que você participe também. - Vincenzo explicou, antes de abrir a porta do carro.

Double Life [L.S] ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora