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O outono havia chegado em Paris, as folhas caiam das árvores em demasiada quantidade, o vento era frio nos fins do dia e pela manhã. Havia dois meses desde que Harry passou a morar naquela cidade, e algumas semanas desde que viu Louis Tomlinson, o alfa que tomava seus pensamentos mais dispersos. Não entendia como poderia se concentrar tanto sua atenção em alguém que mal conhecia.

Apesar de ser algo apenas decente, a atitude de Tomlinson em se afastar de Harry quando estava entrando em seu heat não passou despercebida pelo ômega. Com isso, Louis se mostrou ser alguém muito decente, pois por mais que Harry pudesse de fato o desejar, os dois não tinham essa intimidade, e quando voltasse sua consciência, seria constrangedor. Naquele momento, se demorasse mais alguns minutos, logo Harry estaria implorando por ele, algo irracional.

Portanto, Harry ficou agradecido pelo alfa por ter feito aquilo, por ter o ajudado ao invés de ter se descontrolado com os feromônios demasiados do ômega lupus. Styles queria conversar com ele, mas estava envergonhado demais para tentar uma aproximação, por isso preferia evitar qualquer um que seja da Cosa Nostra, com exceção ao seu amigo, Vincenzo, que vem se aproximando cada vez mais do lupus.

- Bonjour. - o ômega responde o cumprimento ao francês entregador, ao abrir a porta do apartamento, dando de cara com o desconhecido. Harry esteve ultimamente usando seu tempo para aprender o idioma local, por algum motivo ele nunca havia tido interesse em aprender, e agora ele se sentia na obrigação disso.

- Vous êtes M. Styles? - O beta perguntou.

- Oui. - o ômega o respondeu, aliviado por ter compreendido a pergunta.

O francês o entregou o buquê de flores que ele segurava. Harry franziu o cenho, confuso com aquela entrega, ele não havia pedido nada. A menos que, alguém houvesse mandado o entregar. Harry se alegrou com a possibilidade, imaginando quem poderia ter feito isso, quem o teria como objeto de sua afeição, de modo que o levou a presenteá-lo com tal coisa.

- Gardênias. - Harry murmurou, encostado na porta, cheirando as flores que agora estavam em suas mãos. Aquele era o seu cheiro.

Correu de imediato até o sofá da sala, ao notar que havia uma carta entre as flores. Se sentou com as pernas cruzadas, deixando as flores de lado. Ao abrir o envelope e olhar por cima, viu que aquela não era a letra do seu irmão e nem do seu pai.

Querido Harry, talvez seja ridículo da minha parte estar escrevendo uma carta a você ao invés de te enviar uma mensagem, mas sinto que assim serei um pouco mais delicado, visto a situação. Sinto muito se causei qualquer desconforto à você, no dia de sua festa. Garanto que em nenhum momento eu seria capaz de te fazer qualquer mal. Foi uma situação complicada, fiz de tudo para não aborrece-lo, mas se o fiz, peço desculpas por isso. Tenha uma boa manhã. Espero que goste das flores.

Louis Tomlinson

Harry ficou por alguns minutos encarando o pedaço bonito de papel, sem acreditar no que lia. Tomlinson havia sido extremamente descente naquele dia, e ainda pensou na possibilidade de ter feito algo que pode ter aborrecido o ômega. O ômega sentiu que o alfa lupus era completamente diferente do que ele pensou, Tomlinson estava se mostrando ser extremamente gentil.

O lupus amou as flores. Ao cheirar a carta, pôde sentir resquícios dos feromônios do alfa. Harry leu e releu a carta pelo menos algumas vinte vezes, até finalmente acreditar no que estava lendo. O ômega queria falar com o alfa, para isso teria que vencer sua vergonha. Suas bochechas ficavam coradas todas as vezes que se lembrava de como se sentiu e no que pensou durante todo o seu heat.

- Posso saber porque está sorrindo assim? - Neyla indagou quando o lupus entrou na cozinha, com suas flores.

- Recebi flores e uma carta de uma pessoa. - Harry a responde de forma misteriosa, colocando as flores em um pote com água.

Double Life [L.S] ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora