Ariel_80's

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NOTA DA QUASE AUTORA:

Hm, oi.

Faz muito tempo que sequer abria isso daqui. Mas hoje acabei abrindo e relendo todos esses mini contos. Percebi que ainda amo alguns, acabei rindo fe outros e notei muitos erros de português.

É encrivel como um um texto muda muito mais a vida do autor do que do leitor... por isso, percebi que quero continuar postando coisas aleatórias. Claro que adoraria ter vários leitores apaixonados por minhas palavras. Mas percebi que nada se compara com a sensação de de ler um texto antigo que eu mesma escrevi e lidar com as sensações que essa experiência me proporciona.

A ideia é continuar com isso, portanto decidi postar esse texto hoje. Ele está pronto há algum tempo, assim como alguns outros que estão pegando poeira no meu bloco de notas. Então, porque não postá-los onde eu sei que posso encontra-los depois?

É sobre isso e está tudo bem.

~•~

Ariel odiava dias chuvosos. Odiava a forma como seus cabelos pingavam. Como os pelos de suas lindas orelhas felinas ficavam tão enxarcados que obstruiam sua audição impecável. Ela odiava tudo isso, mas, principalmente, odiava o fato de que dias chuvosos também eram frios e ela não tinha ninguém para protegê-la disso. Nada, além de uma enorme blusa rosa, grande demais em seu pequeno corpo, com a frase " I love cats" escrito em letras pretas.

Nem é necessário ressaltar o quanto a blusa falhava na missão de mantê-la aquecida enquanto a pequena gata caminhava pelas ruas vazias daquele bairro que ela não sabia o nome. Pra falar a verdade, parecia um bairro esquecido do mapa. Um verdadeiro fim de mundo. E ela não sabia dizer se isso era de sempre ou se devia exclusivamente a tempestade que caia sobre sua cabeça. Ela continuou vagando até que as pequenas casas coloridas se transformassem em espassos de terra vazia. Depois continuou caminhando, até que haviam apenas árvores atrás das calçadas na rua sem fim. O frio a fazia tremer até a alma e, por baixo do barulho da chuva torrencial, era possível ouvir seu estômago roncando teimosamente.

Ariel continuou caminhando. Os pés, descalsos e sujos de lama, deixavam rastros que logo sumiam da calçada. Até que uma neblina, tão espessa que tornou-se impossível enxergar um palmo a frente dos olhos, atingiu-a. Ela exitou, os braços bem apertados ao redor do corpo na esperança de manter algum calor, encontraram alguma forma de apertarem-se mais, enquanto seu rabo, meio preto meio rosa, permanecia bem junto de suas costas abaixo da blusa.

Tão sensível, seu enorme rabo peludo. Ela achava impossível achar um parte de seu corpo que fosse mais sensível e íntima que o monte de pelos, agora, enxarcado por debaixo de sua blusa.

Suspirando exausta, ela vislumbrou um casa. Estava longe, mas a luz que saia das janelas parecia quente e aconchegante. Se havia luz havia alguém, será que esse alguém poderia ajudá-la? Nem que fosse por uma noite?

Ela tomou coragem e se virou na direção da pequena e graciosa casa. O lugar era protegido por uma cerca alta para uma gatinha. Mas Ariel usou suas habilidades e, pulando, atravessou a cerca de madeira sem fazer muito barulho. Ela caminhou até o início das escadas que levavam para a varanda seca e não pensou duas vezes antes de subir. A sua frente, assim como o restante da casa, estabelecia-se uma porta de madeira pintada de preto, simples e sofisticada. A casa inteira parecia simples e sofisticada.  Pequena, apesar de seus dois andares. As janelas brilhavam com a luz de alguma lareira acesa no primeiro andar, mas não era possível enxergar nada lá dentro graças ao vidro embaçado.

Ariel bateu na porta. Ela se apertou mais quando uma rajada de vento gelado bateu contra si. Estremecendo, ela bateu novamente. Seu pequeno corpo oscilando terrivelmente devido ao frio. Ariel espirrou. Sua cabeça doendo, graças ao maxilar que ela mantia apertado para evitar que os dentes se quebrassem de tanto bater. Sua visão ficou turva quando ela espirrou de novo. A cabeça latejando forte contra seu crânio. A gata decidiu, então, que tudo bem não entrar na casa, desde que ela se deitasse ali na porta por um tempo, talvez por essa noite. Amanhã ela decidiria o que fazer, mas por enquanto ela só precisava descansar...

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⏰ Última atualização: Jun 07, 2022 ⏰

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