Sonhei naquela noite com meu futuro, vi todas as coisas que havia feito, vi o quanto tinha lutado para ser o mais poderoso de todos os tempos, mas vi também um garoto por quem tinha me apaixonado, me senti um pouco idiota e sujo.
Aqueles olhos vermelhos pelo choro na hora de sua morte, o sangue que escorria por toda a banheira, aquela cena tinha sido muito cruel, eu o via cheio de vida me desafiando.
Senti meu coração ser quebrado, eu apenas um garotinho tinha que lidar agora com todas aquelas emoções que meu eu do futuro tinha vivido, decidi naquele momento seguir os conselhos que me foram dados na carta.
quando decidi isso, vi meu antigo ser se deitar em uma cama e ir desaparecendo aos poucos, aquele futuro estava sendo destruído, eu poderia criar um novo e iria fazer isso, se por ventura eu viesse a ver o garoto novamente em algum momento da minha vida ficaria feliz em saber que sua vida tinha sido plenamente satisfatória.
Fiz meus coleguinhas se esquecerem do susto que havia dado neles, devolvi alguns pertences que tinha roubado, comecei a ser uma criança modelo, sempre ajudando, procurava brincar com os outros e fazia as coisas mais comuns possíveis, eu tinha pouco tempo para mostrar ser alguém diferente.
No prazo que havia sido estipulado na carta um senhor chamado Dumbledore veio me visitar, sinceramente eu não sabia como reagir, olhei curioso para ele, pelo que tinha entendido nas entre linhas meu sucesso dependia de eu me dar bem com aquele senhor.
— Olá Tom, me chamo Dumbledore. — falou se sentando a minha frente.
— Muito prazer senhor, por acaso é o medico? — Inqueri olhando diretamente em seus olhos.
— Ah, não sou, eu assim como você posso fazer coisas que as outras pessoas não podem. — ele tirou do bolso uma carta. — Pegue, é a carta que te convida a frequentar a escola de Hogwarts.
Peguei o envelope e sorri para ele, eu não sabia o que fazer na verdade, olhei as letras douradas e logo em baixo uma lista de material.
— Senhor, como vou pagar por todas essas coisas, eu sou órfão, acho que não posso frequentar essa escola. — Abaixei minha cabeça, se estava fazendo o certo ou o errado eu não sabia, mas estava tentando.
— Ah, não se preocupe, a escola tem um fundo para os alunos que não podem pagar. — Ele me entregou um saquinho com alguns galeões. — acho que tem até mais do que o necessário para comprar todas as coisas.
— Aonde devo ir?
— Eu te levarei para o beco diagonal, lá vai encontrar tudo o que precisa Tom, mas você não parece assustado com tudo isso.
— Bom eu tive um sonho senhor, faz algum tempo, não vi o rosto de ninguém, mas me via recebendo uma carta com letras douradas, eu não entendi direito, na carta do meu sonho eu não conseguia ler nada, mas eu acho que quando vi o senhor eu entendi o motivo do meu sonho... me desculpa não ter falado logo no inicio, não queria que me achasse ser um louco.
Com essas palavras cativei a confiança de Dumbledore, se ele soubesse quem eu era aposto mil galeões que ele jamais iria me buscar naquele orfanato.
Daquele dia em diante me tornei próximo ao professor Dumbledore, eu o tratava como se fosse meu pai, sempre lhe pedia autorização para as coisas mais simples, era educado e quando meus instintos tentavam me fazer desviar eu procurava Dumbledore e narrava meus desejos como se tivesse sonhado com aquelas cenas.
Comecei a fazer um tratamento psicológico quando descobri sobre minha arvore genealógica, claro que informei a Dumbledore sobre isso, na verdade fizemos essas descoberta juntos, meu tio Morfino já tinha saído de Askaban, evitei ao máximo ver ele, o velho Marvolo havia morrido de desgosto por sua filha ter se envolvido com um trouxa.
Dumbledore se tornou meu tutor quando fiz dezessete anos, isso foi o auge da minha manipulação, eu havia conseguido dar um destino diferente pra minha vida, mesmo que as vezes eu pensasse ser louco por seguir uma carta idiota e uma visão de um menino.
Me tornei professor de defesa contra as artes das trevas assim como Dumbledore que com o passar dos anos se tornou o diretor da escola.
A cada ano eu esperava ansioso para ver aquele garoto ingressar em Hogwarts, queria saber como tinha sido a vida dele, se eu não era um bruxo das trevas, então a vida dele tinha sido diferente, mil vezes diferente eu imaginava.
Foi no inicio das aulas do ano de mil novecentos e noventa e um que o garoto entrou na escola, eu o olhei de longe, uma lágrima solitária soltou de meus olhos, ele parecia um pouco perdido, porem seus olhos brilhavam de uma forma diferente, me senti ansioso para falar com ele.

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Bye Tom Riddle ( Tomarry)
FanfictionEm seu auge da depressão, logo após a morte de Cedrico, Harry decide que sua vida ja não vale mais nada, suas ultimas palavras foram para seus amigos e para aquele que tentou mata-lo.