14. intrusA

477 62 11
                                    

Capítulo 14
intrusA

olá queridos, me perdoem a demora, mas tava no final de semestre — e foi meu primeiro semestre presencial — então foi tudo MUITO corrido e eu estava ficando MALUCA. Esse capítulo começou a ser escrito mais de um mês atrás, mas finalmente está aqui postado pra vocês. Espero não demorar tanto com o próximo. Me digam o que vocês acharam, eu tava com saudades das nossas interações ❤️ espero que vocês gostem.

[PoV: Madeline Maschiaver]

Harry me deu sua capa da invisibilidade pouco antes de sairmos da torre da grifinória, eu enrolei ela junto com meu travesseiro e não a vesti até que a professora Minerva tivesse certeza que eu estava bem acomodada no saco de dormir e prestes a cair no sono.

Quando todas as luzes estavam apagadas, não foi de muita dificuldade vestir a capa e sair de fininho. Também não foi de muita dificuldade andar pelos corredores mesmo no breu quase completo.

Não preciso nem dizer para onde estou indo, você deve imaginar. Se eu tiver muita sorte, a porta do quarto do Lupin vai estar destrancada — ele estava no corredor, fazendo ronda —, e se estiver trancada eu sei usar minha varinha para destrancar.

Eu já estive aqui antes — naquela vez que tomei um banho de vinagre —, mas dessa vez parece diferente e eu estou quase tremendo de ansiedade. O que é uma porcaria, porque eu gostaria de fazer uma pose e fingir costume, mas é difícil fazer isso com os dedos tremendo.

Mas, tudo certo, consegui entrar. Recosto a porta e tiro a capa da invisibilidade, pego um dos livros da escrivaninha e me sento na poltrona, fingindo que estou muito concentrada lendo o livro quando, na verdade, estou tentando segurar o riso de ansiedade de quando ele chegar.

E rezando para que seja ele que entre, e não um outro professor ou funcionário, porque aí seria bem difícil de explicar o que eu estou fazendo aqui, sentada tão relaxadamente na cadeira dele.

É ele que entra, ainda bem.
E é fofo o jeito que ele consegue ser meio elegante até quando dá um leve engasgo de surpresa.

— Madeline? — ele fecha a porta rápido — Que... surpresa.

Ele disse surpresa, mas eu aposto 15 galeões que queria dizer susto. Tem um sorrisinho bem sutil no rosto dele — mais sutil que o meu —, mas ele logo se desfaz dele e diz;

— Você deveria estar no salão, com os outros — Lupin me repreende, eu fecho o livro e abro um outro sorriso — Não deveria estar aqui.

Estreito as sobrancelhas e curvo o lábio numa careta que tem um quê de superioridade.

— Ah, eu estava querendo outro livro seu. — digo, dando uma desculpa que ele sabe que é só um desculpa.

Ele dá um suspiro e um sorriso menos tímido se ilumina no seu rosto. O meu também aumenta à medida que ele se aproxima de mim e se inclina pra me dar um beijo.

Não sei se é a noite. Ou o frio. Ou o cenário. Mas esse beijo é o do tipo que me faz ficar formigando.

Até que ele interrompe.

— Como foi que você entrou aqui? — pergunta.

— Como você acha que foi? Pela porta!

— Que mentirosa! — ele me acusa, rindo — Eu estava do outro lado do corredor, teria visto se alguém tivesse passado. Ande, me diga a verdade.

Não digo, só dou mais uma risadinha e mordo a parte interna da minha bochecha levemente.

— Madeline...

Que gracinha, ele está impondo autoridade.

— Não posso contar, é um segredo.

— Madeline, você não pode exatamente me negar essa informação. — ele diz, tentando ser sério é responsável, mas logo desiste da postura e dá um suspiro meio risonho — Tudo bem, eu guardo o segredo.

— Capa da Invisibilidade.

Ele para, se afasta um pouco, e ri como se fosse uma piada — uma que ele já conhecesse. Não sei como, mas ele conseguiu adivinhar exatamente em qual lugar do chão a capa estava, e pegou ela com as mãos. Ficou olhando e sorrindo, e eu acho que fiquei com uma caretinha de confusão.

Quero a atenção dele de volta. Me encolho na poltrona e induzo ele a se sentar aqui também. Ele está tão concentrado na capa que quase não percebeu que estava se sentando.

— Certo, vou levar você de volta pro salão, com muita sorte, a Minerva ainda não vai ter dado por sua falta. — ele diz, soltando a capa no braço da poltrona e fazendo menção de se levantar.

Eu não deixo, passo as pernas por cima das dele e quase choramingo;

— Ah não! — eu digo — Não quero voltar, Sirius Black pode voltar a qualquer momento e me matar.

Black não deve ter nenhum motivo pra matar você, eu garanto. — Lupin ri, cansado. (por um momento paro pra imaginar como a rotina dele deve ser cansativa).

— Quero dormir aqui. — eu praticamente demando, e então acrescento; — Por favor.

Ele suspira tão profundamente que dá pra ver todos os músculos do seu corpo se contraindo e se relaxando. Todos. Mordo a bochecha e tento esconder um sorriso, quero parecer séria, madura e responsável.

— Não, de jeito nenhum.

— Ah, por favooooooooor!

— Não, Madeline.

Os próximos minutos são seguidos de uma insistência incessante, onde eu estou literalmente agarrada no pescoço dele e implorando para que me deixe dormir aqui. E ele nega, rindo um pouco mais a cada não.

— ...estou falando sério, não posso deixar você dormir aqui.

— Ah, por favor, que tipo de problemas eu causaria?! — insisto, abrindo um sorriso auspicioso — Eu sou comportada, você sabe!

— Eu sei que você é comportada. E, bem, você poderia me trazer um monte de problemas, e eu acho que não estou pronto para eles.

E agora, neste exato momento, ele acabou me dando a coisa que eu mais queria na vida. A abertura perfeita pra fazer uma piada besta e infantil.

— Oh meu deus, você não está preparado, é claro! Professor Remus Lupin é virgem! Tudo bem, eu não vou pressionar você pra ter a sua primeira vez! — eu digo, segurando risadinhas no final.

Eu sei que ele não é virgem (eu imaginei que ele não fosse porque, bem... olha pra ele), mas ele acabou de me dar a maior das confirmações; A reação. Eu vou explicar pra você o que eu quero dizer com isso;

Primeiro de tudo, virgindade não é uma vergonha, e não deveria ser motivo de piada. Mas às vezes é, e quando você faz essa piada com garotos. Um garoto virgem vai se ofender, e tentar se provar o maior transudo do planeta logo em seguida. Um garoto — no caso aqui, um homem — que não é virgem, vai rir da piada e acrescentar, com o mesmo tom de voz;

— Que bom que você entende, eu estou bastante inseguro.

E aí eu quero rir da resposta perspicaz, quero rir da risada dele, quero gargalhar alto e quero dar um beijo muito demorado.

Mas antes que eu possa fazer qualquer uma dessas coisas, ouvimos batidas na porta.

𝐦𝐞𝐬𝐬𝐲 𝐏𝐑𝐎𝐃𝐈𝐆𝐘 - Remus Lupin x ocOnde histórias criam vida. Descubra agora