Capítulo 01.
Começos.
PoV: 𝐑emus.𝐋upin🌔
Eu preciso agradecer a Dumbledore pelo resto da minha vida por ter me oferecido um emprego em Hogwarts.
Não que fosse algo que eu desejasse desde sempre — ou sequer eu julgue ser seguro para os alunos. Mas preciso agradecer à ele, por me ver como um homem enquanto todos me veem somente e apenas como lobisomem. E por ter me visto como um garoto, quando eu era um garoto. Um garoto que precisava de ajuda nas noites de lua cheia.
Dumbledore me ajudara quando eu era um aluno de Hogwarts. E me ajudara agora, me tornando professor.
Eu também devo agradecer por não ter feito meio horário de maneira que minha primeira aula do semestre fosse com a turma do Harry. Harry Potter. Muito provavelmente não é Dumbledore a pessoa responsável pela organização dos horários, mas eu sou grato por isso. Porque Harry me lembra aos meus amigos — mortos —, e é significativo para mim finalmente reencontra-lo (mesmo que ele ainda não saiba quem eu sou direito).
Então fico grato por minha primeira aula não ser para ele, e sim para uma turma de último ano. Me ajuda com o nervosismo.
Mas aqui estou eu, diante de alguns alunos do último ano. De todas as casas misturadas. Imagino que seja uma turma de NIEMs, por isso. Recebo alguns olhares curiosos, inseguros e amigáveis. Não quero ser um professor que eu não gostaria de ter me dando aulas.
— Bom dia. — eu os cumprimento, cordialmente. Parece até que alguns alunos estão aliviados em ouvir minha voz. — Sou o Professor Lupin, à pedido de Dumbledore, o novo professor de vocês. De Defesa Contra as Artes das Trevas, a propósito!
Vejo um outro sorriso aliviado, um suspiro frustrado e outro surpreso.
— Eu soube que vocês tiveram algumas trocas de professores, nos últimos dois anos, certo? — pergunto.
— Sim. — um garoto da segunda fileira responde. Um Lufano — O Quirrell meio que morreu. E o Lockhart vazou ano passado.
— É, infelizmente, ele era tudo de bom! — uma garota lamenta, com ar de suspiro. Outro garoto perto dela zomba;
— Ah, Vanessa, ele era um farsante!
— Ele era um gostoso! — a garota, que eu imagino que se chama Vanessa, responde instantaneamente, se arrependendo em seguida por isso.
Ela, e todos, acham o comentário meio impróprio e tenta cobrir a boca com a mão, para esconder risadinhas. Toda a classe ri com ela e eu mesmo deixo escapar uma risada surpresa. Os alunos têm um choque divertido ao me ver rindo — me veem como um ser humano e isso parece divertir eles. Acho que isso nos aproxima e os faz gostarem de mim. Ótimo!
— Eu realmente gostaria de ouvir vocês falarem um pouco sobre seus últimos anos nessa disciplina. — eu digo, tomando liberdade para caminhar displicentemente pela sala — Me contem como os professores ministravam as aulas, quais os pontos altos e baixo... você não precisa me dar detalhes sobre o que você achava dos professores, Vanessa, obrigado! — brinco, e ganho mais algumas risadas. — E, enquanto vocês falam, vou passar uma lista onde os senhores vão assinar nome e sobrenome, ok? Vai ser a chamada... Essa é a hora que eu quero ouvir vocês. Mas, não se preocupem, eu sempre vou estar muito disposto a ouvir vocês!
E realmente estou disposto. Passo os próximos trinta minutos inteiros ouvindo eles falarem sobre o que estudaram nos últimos anos, sobre os professores, sobre os acontecimentos. Escuto até um pouco de fofoca sobre as outras aulas, mas o importante é que, aos poucos, cada aluno vai se sentindo mais confortável para expor sua opinião e suas impressões. Eu já tinha uma ideia bem pré-definida do que eu ia ensinar nessa disciplina — e do que nós poderíamos aprender juntos, também é um ano importante para todos eles, com as NIEMs...
...meu fluxo de pensamento — e a concentração da sala — é interrompido pela porta da sala senso batida e depois sendo aberta, lentamente.
Agora toda atenção de turma se dispersa e se direcionada à porta, onde outra aluna tenta entrar sorrateiramente. Sem sucesso, ela tem toda a atenção para ela agora.
Alguém cochicha algo quando a garota entra, de fato, na sala e fecha a porta atrás de si. Tem o uniforme da grifinória, a gravata vermelha quase no mesmo tom das bochechas, de quem está envergonhada e escondendo risadinhas.
Minhas córneas secam e eu demoro pra piscar. Não sei porquê. Acho que agora fiquei nervoso, não previ isso, minha garganta treme.
— Posso ajudar? — pergunto, as palavras soaram menos naturais do que eu imaginei.
— É... — ela torce os lábios tentando não rir — Eu só cheguei atrasada, desculpe.
Olho pros lados. De repente meu cérebro parou de funcionar e eu não entendo o que ela quis dizer.
— Perdão? Você... você está nessa turma?
A garota acena com a cabeça. Alguns alunos dão risadinhas discretas e ela mesma tenta conter as suas próprias risadas.
— Ah. Certo. Tudo bem — eu gaguejei? Definitivamente não. — Tudo bem, você pode se sentar... aqui, do lado da Vanessa.
Vanessa é o único nome que eu decorei nessa aula. Eu espero que a Vanessa continue sendo agradável, ela me pareceu engraçada. Mas a garota sorri forte quando eu digo para que ela se sente perto da Vanessa. E a Vanessa também sorri, acho que as duas são amigas.
Agora, eu gostaria de saber o nome dela também.
A garota caminha por entre o corredor de carteiras e se senta no lugar vago ao lado de Vanessa. Eu penso que agora a aula vai seguir normalmente, mas ante, um outro aluno do fundo solta uma zombaria;
— Que vacilo, hein, Maschiaver!
Maschiaver? Certo, acho que temos ou um apelido. Se esse for um apelido, gostaria de entender o significado. Ou talvez seja um sobrenome... Definitivamente não é um nome.
Bem...
Eu ainda preciso que ela assine, a chamada, claro.
— Sou o professor Lupin — me aproximo da mesa e falo baixo, levando o pergaminho com a lista da chamada até ela — Eu estou tentando não ser um professor insuportável. Eu entendo os atrasos. Só gostaria que eles não fossem mais atrasos de trinta minutos, tudo bem?
Ela balança a cabeça e sorri tímida, enquanto assina o nome na folha. E logo responde baixinho;
— Tudo bem.
Volto para a minha mesa, de costas para a turma, estou lendo o pergaminho. Agora tenho o nome dela;
Madeline Maschiaver.
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𝐦𝐞𝐬𝐬𝐲 𝐏𝐑𝐎𝐃𝐈𝐆𝐘 - Remus Lupin x oc
FanfictionAdmitido em Hogwarts como professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Remus Lupin se vê lidando com a confusão sentimental que é estar apaixonado por sua aluna excepcional; Madeline Maschiaver. [leia os avisos]