O escritor e o leitor finalmente se encontram

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Escrito por: scarisvancci 

Notas Iniciais: Yo! Como estão? 

Espero que bem, porque tem alguém aqui que não está, tsc 

 Bem, boa leitura! ^-^


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— Cheguei — anunciei em um suspiro após abrir a porta do meu apartamento e sorri quando minha gatinha correu em minha direção e tentou escalar minha calça. — Oi, meu bem. — Peguei-a no colo após largar minha bolsa em qualquer lugar e fiz um carinho atrás de suas orelhas, sentindo-a ronronar.

— Ainda bem que você chegou. — Desviei o olhar da minha gata e vi meu colega de quarto se encaminhando em direção ao sofá da sala. — A Augustine não parava de miar.

Voltei a sorrir e a olhar para a pequena felina em meus braços.

— Sentiu minha falta, Augustine? — A gatinha miou baixinho e deitou a cabeça em minha mão, ela amava ganhar carinho. — Não seja chato com ela, Taehyung. — Olhei para ele, largado no sofá enquanto assistia uma sitcom, e recebi um revirar de olhos seguido de um riso soprado.

Augustine ainda era filhote. Seu corpo todo era cinza, exceto pelo nariz, patas e barriga, que eram brancos, e ela parecia uma bolinha felpuda. Doce, feliz e amigável.

Taehyung, por outro lado, era um adulto de vinte e oito anos, tinha tingido seus cabelos de vermelho, usava roupas folgadas e em tons neutros e parecia o interesse amoroso de alguma romcom. Meu colega de quarto era sarcástico, defendia que a vida deveria ser levada com leveza e chorava com facilidade.

Esses dois unidos a mim, que, de acordo com meu colega de quarto, era solitário, amargo e aparentemente incapaz de amar ou sentir empatia — por humanos, especificamente —, criamos uma dinâmica quase disfuncional dentro do apartamento.

O que era o motivo de eu ir quase todos os dias para a cafeteria.

Taehyung havia me proibido de escrever em casa, porque ele sempre ficava curioso para ler minhas histórias, eu acabava o fazendo chorar, e Augustine, pensando que Taehyung iria me atacar, começava a bufar brava, como se ela fosse um felino superameaçador.

— Ela é mimada por sua causa.

Sorri.

— E qual é o problema? — Fui até o sofá ainda com minha gata em meus braços e sentei ao lado do, agora, ruivo. — Deixa a Gussie ser feliz. — Suspirei e fiz carinho nela. — Pelo menos alguém tem que ser.

Taehyung franziu o cenho, me olhou do jeito preocupado de sempre e pausou a série que assistia.

— Nada ainda?

Neguei com a cabeça, e foi sua vez de suspirar.

— Você está travado desde aquela crítica.

Ah, sim, a crítica.

Quase duas semanas antes, no dia em que notei aquele homem da cafeteria pela primeira vez, havia lido uma crítica sobre minha última obra antes de sair de casa.

Críticas negativas eram parte do meu trabalho e eu aprendi desde cedo a lidar com elas.

Mas dessa vez o crítico pareceu querer atingir o meu lado pessoal além do profissional — e foi o que aconteceu.

Não conseguia mais avançar sem pensar no fracasso que aquele livro poderia se tornar, e eu gostava demais dele para ter que ver isso acontecer.

A questão era que, mesmo todos os meus livros sempre terminando da mesma forma, as pessoas ainda esperavam que o próximo fosse diferente e todas acabavam se frustrando por não terem de mim algo que eu nunca prometi.

Barulho de Chuva, Cappuccinos e Finais Tristes | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora