Barulho de Chuva, Cappuccinos e Finais Tristes | Yoonmin

Barulho de chuva, cappuccinos e finais...?

Escrito por: scarisvancci 

Notas Iniciais: Em alguns momentos vocês conhecerão o final dessa história, "que sempre foi só sobre finais", como dizia o Yoongi... 

 Será que, como os leitores dele, vocês também vão odiar o final? Kkkk 

De verdade eu não sei o que esperar, mas espero que tenham uma boa leitura!

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— I can't live... if living is without you! — gritava a música que preenchia todo o quarto enquanto as lágrimas rolavam do meu rosto. — I can't give! I can't give any mo- — Pulei assustado com o som alto da caixa de som caindo no chão e quando olhei para a mesa onde a caixa estava antes de cair encontrei Gussie. — Augustine! — repreendi, chocado. A gata começou a miar alto, irritada. — Essa caixa era do Taehyung! Por que você derrubou? — Sentei na cama e sequei meu rosto com as mãos, vendo a felina andar pela mesa até parar de frente para o meu notebook, passando as patas na tampa como se conseguisse abri-lo. — O que é?

Sentei-me na cadeira em frente à mesa e abri o computador por ela, dando de cara com o documento onde eu escrevia meu livro, aberto.

Augustine miou.

— Eu não consigo, Gussie... — Ela grunhiu. — Pode ficar brava o quanto quiser, mas eu não consigo escrever. — Cruzei os braços. Como sugerido por mim, ela voltou a miar alto, empurrando meus braços para se soltarem do aperto.

Suspirei e a afastei. Augustine se deitou ao lado do notebook e ficou me encarando, como se fosse pular em mim a qualquer momento.

— Tudo bem, mas não vai ficar bom. — A gata bufou, eu estava lhe deixando cada vez mais estressada. — Okay! Calar a boca e escrever, já entendi.

Estralei os dedos e respirei fundo, rolando a tela para ver a última coisa que havia escrito.

O livro estava quase no fim e, há algumas semanas, eu havia decidido escrever um final completamente diferente do planejado, mas depois de... Depois que... Mas, levando em conta a forma como estava me sentindo, e o olhar ameaçador de minha gata, eu não parecia ter uma escolha além de escrever exatamente o que havia pensado.

Suspirei e pus meus dedos sobre o teclado, começando a digitar.

Pela primeira vez na vida, estava usando os meus sentimentos para escrever, estava escrevendo sobre uma dor que vinha de mim.

Era como se despejasse todo o meu choro e súplica em cada parágrafo, e isso me fazia escrever mais e mais sem parar.

Perdi a noção do tempo que passei trancado em meu mundo, escrevendo tudo o que eu sentia, todas as palavras que eu não tive chance de dizer.

Escrever era mais do que inventar histórias, escrever era transmitir sentimentos, e eu entendia agora que o que definia um escritor era o quanto de si ele colocava em suas obras.

E meus livros e eu sempre tivemos uma barreira, que agora estava sendo derrubada.

Afastei-me do computador quando finalmente digitei a última frase, arfando em silêncio, sem acreditar que já havia terminado.

— Eu terminei, Gussie... — falei baixo, quase inaudível. — Finalmente terminei.

E havia escrito um final com o qual não estava contente.

Mas eu não tinha escolha... Porque não podemos escolher os finais que temos, e o único que eu tinha era triste, doloroso, infeliz e desastroso.

Foi o que sempre escrevi, por anos.