Entre a espada e a coroa - O herdeiro cruel

Capítulo 6

- Tire fotos e mande o máximo de cartas possível. - tia Mary me alerta enquanto tentamos abrir caminho na multidão. 

- Farei isso, mas tenho certeza que tudo passará na TV e você poderá assistir tudinho de camarote. - digo segurando a mão de Mia. 

- A é. Verdade. 

Chegamos na carruagem aonde dois guardas me aguardavam. 

- Bem, acho que é aqui. - digo me virando. 

- É, acho que é aqui. - tia Mary repete. Quando a olho ela está com lágrimas nos olhos. 

- Vem cá. - abraço Mary e Mia ao mesmo tempo. 

- Belly, você tem que mesmo ir? - Mia pergunta com os olhinhos brilhando. 

- Eu não queria muito não. - rio. Agacho para ficar em seu tamanho - Mas não se preocupe. Logo logo estarei de volta. Aposto que não irei durar nem uma semana lá no palácio. 

- Mas e se o príncipe se apaixonar por você? 

Sorrio. 

- Ele não vai, pode ter certeza. 

- Senhorita Isabelly, temos que ir. - um guarda me chama. 

- Beijo Mia, te amo muito. Cuida da tia Mary pra mim. 

- Beijo Belly, te amo daqui até as estrelas. 

- Um beijo coisinha fofa da titia! - tia Mary me dá um abraço apertado. 

A maioria das pessoas teria vergonha, mas eu só consigo dar risada. 

- Um beijo tia Mary. Te amo. E lembre-se! A Mia só pode comer doce umas duas vezes na semana. Dê comida de verdade a ela. - digo. 

- Mas pirulito é comida de verdade! - Mia protesta. 

- Você me entendeu, mocinha. Deixei tudo o que a Mia precisa fazer anotado no caderno de afazeres. Está em cima da mesa. E qualquer coisa, qualquer coisa mesmo me ligue ou me mande uma carta. 

- Pode deixar, mamãe. - tia Mary debocha. - Nem parece que eu sou a responsável aqui. 

Rimos. 

- Amo vocês. Daqui uns dias eu tô de volta. 

- Eu não teria tanta certeza... 

Subo na carruagem. 

- Belly. - Tia Mary me chama. 

A olho. 

- Seu pai teria muito orgulho de você. 

Encaro o chão. 

Eu não sei se teria.