Chapter 17 - caos.

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04h27.

Mais uma noite finalizava, logo já seria visível os raios claros do sol iluminando o quarto pela fresta da janela. Era audível o canto de alguns pássaros ao longe, porém, mais silencioso que o costume.

Cerca de uma semana, os dias de Wooyoung ficavam cada vez mais cinzas. A animação em trabalhar não era a mesma, se sentia cada vez mais sobrecarregado em resolver os casos. Nem mesmo seus amigos conseguiam o animar como antes. O por quê? A máfia "789" estava agindo novamente.

Em menos de vinte e quatro horas, cerca de cinquenta e oito mortes foram registradas, junto a sete pessoas desaparecidas e mais de vinte roubos em lojas de luxo, cafeterias e restaurantes. O maior número até agora. Os corpos encontrados seguiam o mesmo "padrão" de pessoas. Olhos e cabelos escuros como a noite, entre quinze e trinta anos sendo a maioria estudantes, além de peles claras já manchadas pelo vermelho do próprio sangue da vítima junto a uma espécie de símbolo marcado em seu corpo, em específico parecido com letras seguindo o alfabeto. O Jung agora passava dia e noite trabalhando em novas análises coletadas, mesmo fora da delegacia, nunca parava as longas pesquisas e anotações do que encontrava.

Aquele dia não seria diferente dos outros, novamente o copo cheio de café era o único companheiro do garoto de fios escuros. A luz do computador lhe doía os olhos, o cansaço fazia de tudo para o dominar, a maquiagem não cobria as olheiras como no primeiro dia, os suspiros pesados em derrota eram os únicos sons daquele quarto pouco iluminado. Agora, mais um papel rabiscado era amassado com toda força, se juntando aos outros na pequena e cheia lixeira. Outra vez, o rapaz não obteve sucesso em suas buscas.

A campainha foi tocada, mas não fez questão de a atender, sabia que era San apenas pelo segundo toque seguido. Mesmo sendo "de casa", o mais velho ainda usava a campainha para sinalizar sua chegada, caso Wooyoung estivesse ocupado ou apenas para não chegar de surpresa em alguma intimidade do outro. Em poucos segundos, este já se encontrava ao lado de Wooy, acariciando seu cabelo com uma feição preocupada no rosto ao ver o quão cansado ele parecia.

Tomaram café juntos, sem trocar uma palavra sequer, Jung não tinha a disposição para se distrair com outros assuntos no momento. San o entendia perfeitamente. Mais tarde, seguiram para a delegacia, em um curto e silencioso trajeto de quinze minutos. Porém, para uma enorme surpresa, a porta estava aberta, o que alertou os meninos, já que era apenas cinco da manhã quando saíram de casa. Com a arma em mãos, Woo se aproximou lentamente pela área principal, enquanto Choi procurava as portas dos fundos, o ambiente estava quieto, mas com o "ar pesado", por assim dizer.

Como esperado, tudo estava uma tremenda bagunça, havia papéis jogados por toda parte, além de todas as salas estarem praticamente arrombadas. Janelas estavam quebradas, os cacos de vidro brilhavam ao chão escuro, havia arranhões pelas paredes como os de um lobo gigante, xingamentos e palavras obscenas estavam pichadas por todos os cantos, além de ser visível que objetos importantes foram roubados. Com a última luz de esperança, o detetive revirou os papéis rapidamente em busca do "Caso 789", ditando repetidamente "não não não" durante a caça.

Do outro lado, San checava as salas de espera e recepção. Estava chocado ao ver o caos em cada cômodo que entrava, até mesmo os móveis estavam completamente detonados. No telefone, detalhava tudo aos policiais da equipe, usando sua destra para fotografar com seu próprio celular. Quando desligou, foi atrás do parceiro, este que estava a ponto de explodir de ódio, respirando fundo diversas vezes para não ser o próximo criminoso.

E isso era apenas o começo do inferno.

[...]

05h32.

CASO 789 • JONGSANGOnde histórias criam vida. Descubra agora