Chapter 1 - recebendo o caso.

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Ser um detetive estava longe de ser uma carreira fácil, visto que é um trabalho que exige total dedicação e paciência para resolver certos casos onde a polícia local considerava "impossível", mas, para Yeosang, era um sonho sendo realizado. O jovem nunca teve total apoio de sua família quando decidiu seguir com a profissão, levando em conta que seus pais e outros parentes próximos eram todos formados na área de medicina. No entanto, toda essa situação apenas o motivou a não desistir do que realmente queria para seu futuro.

Durante seu período de início de carreira, Yeosang conheceu Seonghwa, aquele que o ajudou quando quis desistir, que segurou sua mão quando mais preciosou, e aquele com quem se envolveu amorosamente por 5 anos, até finalmente se casarem. Park é policial e chefe da delegacia que seu parceiro está ajudando atualmente, ambos trabalham juntos para resolver mais um caso que deixa cidade sem dormir por noites.

O famoso caso "789". Número que tanto assombra a pequena cidade. Este que foi dado devido ao maior número de vítimas já registrado de uma única máfia. O caso não havia informações suficientes para achar suspeitos, ninguém registrou um mísero pedaço de pele ou único fio de cabelo de um dos assassinos, ninguém sequer ouviu a voz, tocou e muito menos sobreviveu para dar algum relato para a polícia. Era impossível conseguir qualquer pista.

Dado 1 mês desde que a tão misteriosa máfia tem atacado, a população passou a ficar em "greve" de sair de casa. Haviam sirenes de alerta tocando por toda parte sempre que estivesse seguro para saírem estocar comida e outras necessidades.

Yeosang poderia contar nos dedos quantas horas dormia por dia. Passava praticamente 24 horas na frente do computador de sua sala, monitorando as milhares de câmeras de segurança espalhadas pelo local em busca de qualquer sinal de suspeito pela área para dar continuidade ao seu caso. Novamente não concluindo sua missão.

- Você deveria pegar um tempo agora para o intervalo - levou sua atenção a voz grossa que tanto gostava de ouvir. Era Seonghwa - Eu assumo seu lugar.

O Kang nada disse, apenas lhe deu um sorriso fechado carregado de cansaço e derrota, que foi retribuído por um gentil vindo de seu parceiro.

Caminhou lentamente até uma cafeteria próxima, sendo acompanhado por Wooyoung, seu companheiro e melhor amigo de trabalho.

- Alguma novidade? - Sang perguntou esperançoso para o colega assim que se sentaram para comer.

- Na verdade sim, consegui uma filmagem de uma câmera próxima do último local do ataque, assim que voltarmos irei analisá-la melhor

- Isso é ótimo! - ambos sorriram - Como conseguiu?

- Soube que tem câmeras desativadas por lá, esta que consegui é de um restaurante perto da esquina onde a vítima foi vista pela última vez. Comentei isso com Seonghwa hoje de manhã, deveríamos investigar a área e ver se conseguimos ativar as outras câmeras.

- Temos que ir o quanto antes, faz 3 dias que a máfia não deu sinal algum de ataque - respondeu.

[...]

Enquanto esperava o amigo voltar do caixa, uma pequena movimentação próxima chamou a atenção de Yeosang. Mais especificamente um grupo de 4 garotos do outro lado da rua.

Por mais que a cidade seja cheia de habitantes, Sang nunca os viu em lugar algum, seus rostos eram completamente desconhecidos por si no momento. Sendo ainda mais direto ao ponto, um dos garotos de cabelo castanho lhe roubou a cena, aquele que olhava atentamente o celular em suas mãos, de vez em quando passando sua destra por seus fios.

Sentiu um leve arrepio por seu corpo quando o olhar do desconhecido encontrou o seu, pôde jurar que ficou horas preso ali, o mundo parecia andar em câmera lenta. Até que foi "acordado" por Wooyoung.

- Você 'tá bem? Estou te chamando pela terceira vez, Yeosang - questionou o mais baixo.

Quando o maior se deu conta, o grupo de garotos já não estavam mais do outro lado da rua. Olhou brevemente para todos os cantos ao seu redor, mas não houve sinal.

- Estou bem - disse por fim - Vamos voltar para a delegacia, eu quero ver as filmagens que conseguiu.

Wooyoung resolveu deixar o assunto morrer ali, visto que Kang parecia perdido em seus próprios pensamentos. Perguntaria sobre isso mais tarde. E então, voltaram para a delegacia.

[...]

19h. Em ponto.

Foi quando a última sirene tocou, alertando que a patrulha noturna tomaria conta da cidade para que os habitantes se mantenham em suas devidas casas.

Os detetives ainda estavam procurando por pistas na filmagem apresentada pelo Jung, obtendo alguns resultados positivos como pistas para possíveis suspeitos. Algo que tirou um enorme peso das costas de Yeosang.

Finalmente andaria com aquele caso.

A câmera registrou um vulto em determinado tempo, este que, melhor analisado, mostrou ser possivelmente um mafioso. Julgou ser um cara de, mais ou menos, sua altura devido ao ângulo da cena. O que já era um sinal positivo. Pôde notar também as armas usadas no crime, que poderiam ajudar a chegar numa conclusão final de como a vítima foi atacada.

Apesar de pouco, a equipe estava aliviada em ver o caso saindo do lugar, tanto que se permitiram tirar alguns minutos de descanso até que os policiais registrassem mais alguma pista durante a patrulha.

Assim que foi liberado, Sang correu diretamente até a sala de Park, precisava estar em seus braços para que pudesse relaxar. E assim foi feito.

Seonghwa o recebeu abertamente. Abraçou o corpo que tanto amava tocar e o trouxe para si, pouco se importando com os papéis que estava tomando conta. Simplesmente parou seu mundo para Yeosang.

- Como foi? - sussurrou o mais velho enquanto acariciava delicadamente os fios loiros de seu amado, este que estava em seu colo na enorme poltrona na sala escura.

- Conseguimos pistas, podemos dar continuidade para ir atrás de suspeitos agora - o respondeu no mesmo tom.

Um silêncio confortável se estabeleceu no ambiente. Os toques de Park foram o suficiente para que Yeosang pudesse tirar um pequeno cochilo com a cabeça no peitoral alheio, que lhe permitiu ouvir as batidas do coração de ambos misturando na respiração calma do mais novo.

E então, mais uma noite começava...

CASO 789 • JONGSANGOnde histórias criam vida. Descubra agora