CASO 789 • JONGSANG

Chapter 15 - sentimentos.

5h32. 

Naquela manhã, Yeosang acordou disposto pela primeira vez depois do seu "acidente". Preparou uma caneca generosa de chocolate quente e foi para perto da enorme janela da sala observar a rua levemente movimentada enquanto o bebia. Era possível ver algumas estrelas enfeitando o céu escuro, mesmo com alguns raios de sol iluminando ao fundo. Os poucos faróis dos veículos eram visíveis algumas ruas à frente da casa em que estava. O vento pouco gelado fazia o corpo quente do detetive se encolher, mas era agradável aos seus olhos, era uma brisa fresca e suportável.

De alguma forma, era uma nostalgia para o loiro, estar ali tomando um bom chocolate quente, receita de sua mãe, o lembrava de quando era mais novo. Era rotina observar as ruas pela manhã com sua irmã e a mãe. Felizmente não havia perdido o costume, o fazia relaxar depois de longos dias cansativos.

Minutos se passaram até Yeosang tomar o último gole, suspirando fundo sentindo o peso da realidade cair sobre si. Logo, subiu as escadas rumo ao seu quarto, trajando o lindo uniforme de detetive como sempre. Penteando os fios dourados de forma calma e os ajeitando devidamente de maneira que não ficasse em seus olhos. Vestiu um enorme sobretudo marrom, fechando os botões do meio para não pegar friagem, pegou as chaves de seu carro e saiu em partida ao seu destino.

Era rotina chegar primeiro na delegacia, cerca de cinco minutos mais cedo que o melhor amigo. Gostava de abrir o ambiente e o organizar para facilitar o trabalho da equipe, deixando um copo de café quente em cada mesa, visto que não leva quinze minutos até todos chegarem. Entrou em sua sala, vendo um recado colado no notebook prata em sua mesa. Ao pegar, notou ser a linda letra de Jongho.

"Bem-vindo de volta, pequeno príncipe♡"

Sorriu. O moreno sempre o surpreendia com os bilhetes carinhosos quando estava triste ou desanimado. Guardou o pequeno papel junto aos outros na primeira gaveta, onde também havia algumas fotos de ambos em alguns passeios. Claro, também era presente de Jongho. Yeosang adorava ser presenteado por ele.

Tudo em ordem, Kang ouviu três conhecidas batidas na porta, não precisando responder para que Wooyoung entrasse na sala, indo de encontro ao loiro com um abraço caloroso cheio de saudade. Obviamente sendo correspondido na mesma intensidade. Mesmo que tivessem se encontrado no dia anterior.

- Você disse que queria conversar assim que chegasse, parecia sério na mensagem - indagou o mais novo.

- Eu tenho tanta coisa 'pra contar, Wooy - confessou Sang, suspirando pesado em seguida.

Wooyoung puxou o amigo para se sentarem no sofá pequeno ao canto da sala, segurando firmemente suas mãos quentes como um sinal que estaria o ouvindo.

- Me sinto confuso em relação ao Jongho - começou - Desde que nos aproximamos, senti meu relacionamento com Seonghwa desmoronar cada vez mais. Não é a mesma coisa, agora parece difícil manter um casamento que sempre foi estável e feliz durante cinco ou seis anos. É diferente quando estou com Jongho. Me sinto feliz e...amado estando com ele por perto. Parece que, depois de tanto tempo, Seonghwa já não me traz essa sensação - o encarou.

- Você deveria conversar com ele, Sang. Tanto com Jongho quanto Seonghwa - comentou - Mesmo que pareça "errado" de alguma forma, pense que não foi um tempo perdido. Hwa te fez feliz, lembro do brilho em seus olhos ao ouvir apenas o nome dele, mas se não está te fazendo bem, não há motivos para continuar. Você merece ser feliz com quem te traga esse sentimento.

- Esse é o problema - abaixou a voz - Ele não aceita.

- O que?

- Seonghwa não aceita o término.