dejavu

10. ei siri, toque "traitor" da olivia rodrigo

A festa foi o que Jeongyeon poderia chamar de um sucesso.

Depois daquela noite ela percebeu que Nayeon tinha começado a abaixar um pouco das defesas que ela tinha colocado. Logo, os dias seguintes foram muito mais agradáveis entre as duas, uma vez que Jeongyeon escolheu fingir que aquele último momento no quarto dela não tinha acontecido.

Ela tentou ignorar o jeito que Nayeon voltou a observá-la com aquele olhar sempre que achava que ninguém estava olhando. Bem como lutou para não reconhecer o fato de que ela mesma se pegou desejando saber o que poderia ter acontecido caso elas não tivessem sido interrompidas.

Ah, quem é que ela estava tentando enganar? Aquela era a única coisa que ela conseguia pensar há dias.

Jeongyeon quase ficou chateada com Sana e Mina por terem atrapalhado o que quer que fosse acontecer em seguida, mas ela sabia que seria irracional. Foi melhor assim, Jeongyeon, ela tentou dizer para ela mesma, você deveria agradecê-las.

Aliás, falando no diabo... ou, nesse caso, sobre Sana e Mina, as duas agiram como se absolutamente nada tivesse acontecido entre elas logo no dia seguinte. Mesmo apesar de Sana ter sua regra sobre não se envolver com colegas de quarto e a última vez que Mina se envolveu com a dela, as coisas não tinham acabado muito bem...

A princípio, a goleira achou estranho. Bem, na verdade, aquilo era normal para Sana. Jeongyeon já tinha presenciado Sana ficar com várias outras pessoas - inclusive companheiras de time - e agir normalmente depois.

E Mina... ah, Jeongyeon também se lembrou que Mina tinha feito algo parecido quando a situação foi entre elas e olha que elas tinham até dormido juntas. Se aquilo não atrapalhou a amizade entre Jeongyeon e Mina, por que alguns beijinhos atrapalhariam a relação entre Mina e Sana? Aquilo era fichinha.

Então, depois de um tempo, Jeongyeon percebeu que aquilo não era estranho. Nem um pouco, para falar a verdade. Ela só estava tentando se ocupar pensando demais sobre o que não era da conta dela como se ela mesma não tivesse os próprios problemas para resolver.

Mesmo sabendo disso, ela ainda tentou falar com Mina sobre aquele assunto:

"Eu perdi o jogo e paguei a aposta, foi só isso, não é nada demais." Mina contou no meio de uma aula que elas tinham juntas. Ela não comentou mais nada sobre o assunto, por isso Jeongyeon escolheu não pressionar.

Mas depois conversou com Sana durante um treino:

"Eu disse sem perguntas, essa era a aposta. Ela pediu pra você me falar algo?"

"Não, claro que não!" Jeongyeon se apressou em esclarecer. "Eu só achei estranho, eu acho. E ela é sua colega de apartamento, Sana, você tinha uma regra sobre isso, não tinha?"

"Você está com ciúmes, princesa?" Sana mudou de assunto em tom de provação enquanto passava os braços ao redor do corpo da goleira. "De mim ou dela? Só pra esclarecer."

Jeongyeon apenas revirou os olhos e deixou o assunto de lado. Se nenhuma das duas estava preocupada, não era papel de Jeongyeon se preocupar. Tópico fechado.

Apesar de terem alguns dias agradáveis, o time de vôlei continuou sendo uma pedra no sapato do grupo.

Depois do incidente com Dahyun e Yerim, elas continuaram focando nos ataques individuais: colocaram uma buzina embaixo do assento habitual de Yves durante uma aula com um dos professores mais rígidos da faculdade; conseguiram enganar Yeji e Ryujin, fazendo-as comprar maçãs do amor que na verdade eram cebolas recheadas; colocaram tinta no palhetas do limpador de parabrisa do carro de Jihyo, de modo que assim que ela precisou usá-los, ao invés de limpar, sujo-os ainda mais. Essas, entre outras pegadinhas pequenas irritantes.