1

845 127 23
                                    

vote e comente!

Use #InfernoTK no twitter.

🔥

Jeon Jeongguk encarou a fachada da boate.

Ele estava parado sob a sombra de um prédio, com os olhos fixos na casa noturna a sua frente, a metros de distância. Do outro lado da rua, havia uma fila enorme de pessoas querendo entrar na L'enfer para curtir a noite e experimentar um pouquinho do inferno fantasioso que Kim Seokjin inventou quando construiu aquele lugar.

L'enfer.

O Inferno em francês.

A casa noturna já tinha dez anos.

Estava muito diferente desde a última vez que esteve ali, há seis anos, Jeongguk pensou.

Dez anos atrás os tempos estavam difíceis e o Seokjin de vinte e dois anos se via tão perdido e quebrado com tudo que estava acontecendo em sua vida que precisava colocar os sentimentos ruins para fora de alguma forma. E óbvio que um rapaz rico e solteiro esquecia seus problemas com muita bebida e sexo. Jeongguk tinha dezessete anos na época e lembrava-se de ter ouvido e visto a discussão feia que Jin teve com o pai, ouviu o barulho da violência física e em algum momento o pai do Kim falando em francês, Jeon entendeu apenas o "enfer!".

Seokjin odiava quando seu pai usava a língua materna de sua mãe, porque fazia para zombar e tentar o colocar na linha. Jeon viu o amigo com o rosto inchado e sangrando, enquanto ria como se achasse tudo engraçado demais. Então, um mês após aquela confusão, Jeongguk entrava escondido na inauguração da L'enfer, o inferno de Kim Seokjin.

E, de fato, aquele lugar poderia ser o castigo de alguém, que cometeu pecados sérios, quando o próprio diabo queria.

Jeon olhou uma última vez para a construção, que antes tinha o formato de um prédio antigo, agora reformada com uma arquitetura moderna. Longos painéis nos dois andares superiores passavam a ideia de janelas, mas não mostravam o que acontecia lá dentro de fato, apenas chamas tão realistas que quem não soubesse diria que era um incêndio de verdade, e entre as chamas, silhuetas de corpos dançando sensualmente. Era realmente uma ilusão muito interessante, que convidava as pessoas a entrar para sanar a curiosidade de como era o lugar por dentro. E no topo do primeiro andar, tinha um letreiro grande e bonito com o nome do lugar.

Jeongguk atravessou a rua, ignorando a fila e os burburinhos, se colocando em frente aos seguranças que engoliram em seco quando viram as íris escuras do alfa que guardavam os anéis vermelhos e brilhantes, característica essa que indicava que ele era um Lobo Puro. Jeon mostrou o pulso esquerdo, onde havia a cicatriz de uma mordida. Uma marca. Com iniciais tatuadas no centro delas: KSJ. E apenas um lobo no mundo poderia ter feito aquilo.

Não era marca de posse, como casais de lobos se davam, mas a marca de um juramento de fidelidade eterna entre amigos.

Os seguranças não precisaram dizer ou perguntar nada ao lobo em sua frente, apenas abriram caminho, apreensivos, pois veja, eles nunca tinham visto Jeon Jeongguk até então, mas lá estava o lobo tão falado e temido que vivia no ocidente há seis anos e, até onde os boatos iam, nunca mais tinha colocado os pés na Coréia do Sul.

Mas lá estava ele, entrando com sua presença imponente na boate.

O lugar era mais espaçoso do que aparentava. Havia um piso alto onde ficava o bar e o piso baixo onde ficava a pista de dança. Tudo em tons escuros de vermelho  e preto, cheio de metal, moderno, espelhos e ilusões de óptica com chamas e fumaça. Estava lotado, como se era de se esperar para uma madrugada de sexta. Dançarinos fantasiados de demônios se exibiam em pequenos palcos, garçons circulavam levando bebidas bem elaboradas e coloridas em suas bandejas, corpos suados se esfregavam no ritmo sensual da música.

L'ENFER | TK [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora