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O  prédio do bando estava em polvorosa. Era difícil dizer se toda a agitação se tratava de felicidade ou medo. Talvez um pouco dos dois.

Jeon Jeongguk retornou a sua sala na empresa assim que a nova semana começou, para o espanto de muitos que podiam jurar estar vendo um fantasma em sua frente, e não um dos lobos alfas mais fortes de toda a Coreia.

Não foi difícil o Jeon passar pelas portas do prédio como o dono daquilo, afinal, boa parte das ações eram dele, apenas precisou informar ao Kim e ao Park que queria sua sala limpa assim que a manhã de segunda-feira raiasse. E assim foi feito, pois ao entrar na antiga sala reparou em duas coisas: ela estava limpa e não tinha mudado nada desde o dia que foi embora.

Ainda estava como se lembrava. As maquetes de seus projetos da universidade estavam espalhadas sobre pequenas mesas e prateleiras; a mesa de centro ainda tinha um projeto inacabado aberto sobre ela, a folha já frágil e amarelada pelo tempo. O mesmo tapete, o mesmo sofá de couro preto que já rachava ressecado, os mesmo quadros, a mesma cortina, as mesmas canetas e estojos espalhados pelas mesas, seu material de engenharia que tinha comprado nas primeiras semanas da universidade.

Tudo estava lá.

Tudo.

Até mesmo o porta retrato sobre sua mesa principal, com uma foto de sua adolescência de quando seus pais ainda eram vivos.

Jeongguk pegou o objeto nas mãos e observou a imagem congelada. Um homem que era sua versão mais velha, uma mulher de cabelos pretos e um sorriso de dentes salientes iguais ao do filho, uma pequena filhote de três anos de olhos grandes e bochechuda no colo do pai, e o próprio Jeongguk de quinze anos entre os dois progenitores, segurando a mão da irmãzinha. Os quatro sorriam para a câmera, estavam navegando pela costa da Grécia naquela última viagem em família.

Um leve tremor nos dedos fez Jeongguk devolver o porta retrato para a mesa. Suspirou fundo, afastando a sensação de sufocamento e se colocou a reorganizar a sala. Tudo que não lhe servia mais iria para o lixo, inclusive aquele computador velho que enfeitava e ocupava espaço demais na mesa.

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Seokjin deu duas batidas na porta da sala de Jeongguk e entrou apenas ao ouvir a autorização abafada do amigo.

Observou o mais novo sentado atrás da mesa, concentrado enquanto fazia algum de seus projetos. Olhou ao redor apenas para notar que o Jeon tinha se livrado de muitas coisas e reorganizado a sala. Era estranho, pois a antiga refletia a essência sonhadora e inocente de Jeongguk e agora se parecia mais como um grande vazio.

— Como está sendo seu primeiro dia? — Jin perguntou, se sentando em uma das cadeiras acolchoadas que ficavam em frente a mesa do Jeon. Ele ainda não podia acreditar que seu amigo estava ali, na sua frente, mas tentava aceitar o fato sem se alarmar.

Jeongguk soltou uma risada baixa e curta com certo sarcasmo.

— Você me fez essa mesma pergunta quando eu tinha dezoito anos, nessa mesma sala, na mesma posição que estamos. — o Jeon comentou.

— E o que você respondeu mesmo? — Jin quis saber apenas para ver se o mais novo lembrava.

— Que era divertido eu me sentir tão importante.

— E agora?

— A secretária ainda não trouxe meu café, estou ficando estressado.

Foi a vez de Jin rir baixo e com sarcasmo.

L'ENFER | TK [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora