ᴍʏ ʀᴏᴏᴍᴍᴀᴛᴇ ɪꜱ ᴀɴ ᴀʟᴘʜᴀ • ʟᴀʀʀʏ

3

O cio do ômega chegara repentinamente.

Seu período reprodutor estava fora da época esperada e tão intenso quando jamais estivera; desesperando o cacheado de desejo por companhia naquele momento íntimo e delicado para qualquer ômega, ainda mais quando a pessoa perfeita para o acompanhar e satisfazer estava no outro lado do corredor. Ele sentiu-se mais quente apenas em pensar no alfa tão próximo dele, completamente molhado em excitação e suor quando se debruça sobre as cobertas fofinhas que trouxera quase que inconscientemente para confortá-lo durante seu cio.

Harry agarra as cobertas com um grunhido necessitado, sua respiração descompassada e seus pensamentos enuviados num misto de sentimentos confusos, embora uma certeza prevalecesse sempre que fechava os olhos, vislumbrando o alfa que protagonizara seu sonho luxurioso que o fizera gemer audivelmente seu nome. Aquele gemido que ecoara pelo quarto num chamamento agoniado pela pessoa que poderia satisfazê-lo naquele momento.

Aquele gemido que atravessara o corredor e chegara ao rapaz que já farejava a mudança e intensificação do cheiro alheio quando acordara na madrugada, tornando-se inegavelmente irresistível ao alfa que não conseguia adormecer enquanto assimilava aquela situação inesperada, compreendendo o que acontecia naquele quarto tão próximo do seu. Tomlinson utilizava sua decrescente sanidade para planejar como escaparia para longe daquele irresistível ômega enquanto ainda tinha controle, prestes a levantar para arrumar uma mochila improvisada quando o ouve gemer:

- Louis...

O alfa literalmente rosna ao ouvir aquele magnífico som, sendo a primeira vez que um simples gemido causava tamanha reação, percebendo o clamor como um chamado por ele e seguindo à porta do colega sem hesitações. Seu único pensamento era o ômega e o desejo que sentia pelos grunhidos que ouviu quando se postou diante à porta alheia, sentindo o aroma intensificado e adocicado escapar tentadoramente pelas frestas quando tenta girar a maçaneta, percebendo-a trancada e separando-o do necessitado cacheado.

Harry grunhe audivelmente quando ouve a maçaneta sendo forçada, um enevoado de ideias nublando seus pensamentos quando concentra suas forças em estocar os próprios dedos em seu interior, o rosto afundado no travesseiro contendo o cheiro agradável do alfa que o esperava no outro lado da porta. Seus dedos obviamente não eram o suficiente para satisfazer seus desejos, embora seus "brinquedos" usuais parecessem distantes demais – assim como a porta trancada parecia inalcançável para ele – quando suas pernas estavam bambas demais para sustentá-lo mesmo de joelhos no ninho que preparara com dedicação nos últimos dias.

Os grunhidos do cacheado naquela intensidade torturam ao colega, usando toda sua força de vontade para controlar sua força física e não arrombar aquela porta quando sentia a necessidade do ômega doer em si a cada som que ouvia.

Se fosse ser sincero aos seus instintos predadores, já estaria sobre o ômega, fodendo-o como ele merecia, mas era mais sincero aos sentimentos desse, reconhecendo que havia uma chance de seu chamamento ter ocorrido simplesmente pela coincidência de ser o alfa mais próximo quando o cio alheio começou. Não queria iniciar qualquer relação entre eles naquelas condições em que ambos não conseguiam pensar direito ou expressar muito além de desejo embriagado por instintos incontroláveis no momento.

Mas era tão difícil ouvir a razão quando os gemidos roucos continuavam cada vez mais selvagens, falando palavras que o mais velho duvidava que esse percebesse enquanto pedir por mais para si mesmo. Cada vez que ele chamava por um alfa, qualquer um que pudesse satisfazer seus desejos, algo era desperto naquele que ouvia, mas nada o deixou tão desejoso quanto o momento em que confirmou o que ouvira de seu quarto, um gemido capaz de despertar sentimentos que não experimentara por nenhum outro chamado de ômega, sendo como a mais maravilhosa das melodias que seria refinada apenas quando o estivesse fodendo propriamente: