ᴍʏ ʀᴏᴏᴍᴍᴀᴛᴇ ɪꜱ ᴀɴ ᴀʟᴘʜᴀ • ʟᴀʀʀʏ

5

Quando seus lábios se tocam, nada mais importa.

Naquele mundo, existia apenas eles, como dois corações num lar.

Harry se entrega por completo ao beijo que tanto esperara receber, suspirando apaixonado ao perceber-se amparado pelos braços fortes do alfa que o mantinha próximo.

Era conveniente que fosse amparado naquele abraço firme que também tanto desejara, com o braço do menor passando em torno de sua cintura, apoiando-o quando suas pernas bambeiam diante do carinho que lhe tirava o fôlego e limpava sua mente.

Suas vergonhas são repentinamente esquecidas quando aquele ósculo parecia deixar tudo certo, como se fossem destinados a estarem juntos e o beijo selasse suas sinas.

Louis segurava o cacheado no abraço com a devoção de quem segurava seu mundo inteiro, reconhecendo-o como tal mesmo quando o conhecia há tão pouco tempo, por semanas que às vezes pareciam anos por conta da convivência harmoniosa estabelecida entre os dois, mas mantendo a maravilhosa sensação do primeiro beijo num relacionamento ligeiramente atípico, considerando que fora iniciado quando decidiram viver juntos – um passo considerado grande e realizado após no mínimo meses para os demais casais. Mas foi vivendo com o cacheado que se apaixonou antes mesmo de perceber.

Não conseguia explicar se tinha caído de amores primeiro pelos olhares que pareciam ver seus segredos, pelas risadas de covinhas cativantes ou pelos assuntos aleatórios que adorava, mas a verdade era que se apaixonara perdidamente pelo cacheado. O ômega era seu parceiro e ele conseguia sentir isso em cada célula de seu corpo que implorava por ele.

O cacheado segue os lábios do alfa instintivamente quando esse separa o contato, sorrindo ao perceber a amabilidade do gesto do ômega e então depositando diversos selinhos nos lábios de coloração ainda mais rósea que o usual. Quando torna a afastar o contato por alguns míseros centímetros, ele percebe o mais magnífico sorriso acompanhado por gloriosas covinhas que lhe tiram o fôlego, mas ele ainda murmura:

- Podemos conversar? – o alfa percebe quando o cacheado tensiona em seus braços diante da pergunta, assim afaga gentilmente os pontos onde tocava.

- Sim – aquela era uma decisão difícil ao mais jovem, que detestava o superestimado silêncio confortável, mas que também detestava conversas que envolveriam expor os seus sentimentos quando passara tanto tempo os escondendo.

Louis tinha a impressão que o ômega continuava construindo os cercados que o mantinham em segurança em sua zona de conforto, mas ele nunca estivera tão indefeso, estando desarmado daquelas desculpas bobas que inventava quando tinha receio de se apaixonar. Ele aceitara ser acertado pela flecha do cupido e esperava não ser a única vítima:

- Podemos conversar durante o jantar para a comida não esfriar...

Harry suspira descontente quando perde o contato reconfortante das mãos do menor em sua cintura, mas ainda assente positivamente com a cabeça, abrindo um pequeno sorriso quando os dedos alheios roçam suavemente nos seus para guiá-lo à mesa, onde ele encontra uma panela fumegante da sua comida preferida. Ele sempre comia aquele preparo de macarrão quando se recuperava dos cios e não compreendia como o alfa conseguira adivinhar qual comida melhor o confortava naqueles momentos, mas estava muito satisfeito com a suposição correta:

- Desculpe, eu não sabia o que fazer e não sou muito bom na cozinha... – o menor se justifica antecipadamente quando não consegue interpretar o que o cacheado pensava ao observar seu macarrão, ainda ligeiramente atônito pelo beijo.

- Não, o cheiro está ótimo! – ele abre um pequeno sorriso reconfortante ao tranquilizar o alfa, embora franza o cenho em seguida quando se acomoda para jantar, pois continuava dolorido e tinha os músculos cansados, assim ele não consegue evitar um grunhido insatisfeito e logo suas bochechas assumem um tom ruborizado novamente.