XI - O Noivado

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No Brasil, investia-se cada vez mais em energia solar. A região Nordeste, onde ventava muito, passou a utilizar fontes eólicas em grande escala, o que fornecia uma energia constante e renovável. Fábio viu os clientes aumentarem bastante e, consequentemente, os lucros das ações ambientais.

Radiante de felicidade com o estrondoso sucesso de sua empresa, chamou Luna para sair e comemorar. Também queria fazer uma surpresa. Quando terminaram de jantar, Fábio olhou nos olhos dela e ficou imóvel por alguns segundos pensando nas palavras certas que pretendia dizer.

— Pelo amor de Deus, você está bem? — Luna estranhou o silêncio.

Ele sorriu, no que ela o fitou ainda mais curiosa. O namorado inspirou forte o ar e segurou a mão dela.

— Sei que pareço um garoto afoito. Namoramos há poucos meses e estou sem palavras para perguntar algo que se você disser um sim, eu serei o cara mais feliz do mundo.

Luna continuou a fitá-lo, ansiosa.

Ele tirou uma caixinha vermelha de veludo do bolso, abriu e lá estava o anel de noivado amarelo com um diamante incolor.

— Sabe, Luna, eu sou um cara que vive solitário como este diamante. O que faria eu me sentir mais valorizado, seria que você o aceitasse como símbolo de nosso compromisso. Você quer ser minha noiva, minha futura esposa?

Lágrimas escorreram dos olhos dela quando viu o inesperado, para o que o coração nunca está pronto.

— Acho um pouco precoce nesse momento e você já havia comentado outro dia — ela pensou por alguns instantes como seria ficar longe de sua mãe.

Ficou estática fitando os olhos dele. Imaginou que casada, ela sempre daria um jeito de ficar próxima de Solange. Sabia que Fábio era um cara legal e que ele gostava da futura sogra.

— E então? — O coração dele acelerou na expectativa da resposta.

— É claro que eu quero, meu amor. Você é a pessoa mais legal que conheci em toda a minha vida.

Fábio levantou e colocou a sua cadeira mais próxima a de Luna; o dorso de sua mão tocou a pele suave da face dela, afastou um pouco os cabelos ondulados prendendo por sobre a orelha e os dois tocaram os lábios. O casal se beijou, apaixonado. Depois ele colocou o anel no dedo dela junto com a aliança de noivado que havia trazido. Ela também pôs a dele no dedo anular direito e estava selado o compromisso.

Ambos se fitaram por alguns segundos.

O garçom ficou de pé perto deles porque trazia algo e pigarreou sem graça.

— Aqui está a conta. Me desculpem...

Pagaram a conta mais felizes do que quando a pediram. Depois de saírem, Fábio a deixou à porta de casa.

Luna entrou radiante e Solange perguntou curiosa.

— O que aconteceu? Viu passarinhos verdes? Pois já deviam estar dormindo.

— Olhe, mãe! — Disse mostrando o anel. — Eu não disse? Ele quer se casar comigo.

— Fico feliz por vocês, minha querida. Quero que sejam muito felizes juntos.

Luna olhou o lenço manchado de sangue que Solange, desta vez, esquecera de esconder.

— O que é isso, mãe? Acho melhor irmos ao hospital agora.

— Faz parte do meu problema; há meses acontece, filha. Não gosto que saiba para não deixar você preocupada. Viva a sua felicidade, pois a juventude é uma das melhores fases da vida.

Luna e o Elemento EternalOnde histórias criam vida. Descubra agora